Acabei de chegar de um Congresso Médico. Sempre volto com entusiasmo redobrado para continuar no dia a dia da profissão. É gratificante ver acadêmicos do 6º ano e jovens médicos, discutindo com Professores, técnicas novas, medicamentos , condutas e novos protocolos no atendimento das diversas áreas da medicina. Cada vez mais tenho a convicção que estamos em 2 países distintos; Um Brasil que tem uma das medicinas mais avançadas do mundo, grandes hospitais nas grandes cidades, com tecnologia avançada, equipamentos de última geração, equipes multidisciplinares, atendimento digno, na maioría das vezes accessível sòmente a particulares e pacientes que podem pagar um plano de saúde. Médicos atualizados, com salários dignos e com ótimas condições para exercer seu trabalho com dignidade. Outro Brasil , da maioria dos Hospitais Públicos, do interior e perifería das grandes cidades. Hospitais super lotados, com leitos nos corredores, UTIs que nunca têm vaga, médicos trabalhando no limite, sem equipamentos modernos, equipes reduzidas, sem segurança, enfim sem condições minimas de exercer seu trabalho. Salários insuficientes para proporcionar oportunidades de capacitação e atualização. Pior que isso, são os Pronto Atendimentos Municipais pelo interior desse segundo Brasil afora, porque além das precárias condições descritas acima, geralmente o médico está sózinho, solitário, apenas com os enfermeiros e técnicos, num plantão altamente estressante, sujeitos ainda a todo tipo de ingerência de vereadores e prefeitos muito mais preocupados com a quantidade do que a qualidade do serviço oferecido à população. Apesar de tudo, essa é a maior das profissões, nossa maior recompensa é a felicidade de salvar uma vida, de aliviar uma dor, de ver o sorriso de alívio no rosto de um pai ou familiares de nosso paciente. Por isso tudo, apesar das dificuldades, do descaso de gestores incompetentes, de governantes que preferem construir uma "obra" para fazer caixa de campanha e festa para inaugurar em vez de investir na saúde de nosso povo mais humilde, temos sim que comemorar, pois somos os escolhidos, os previlegiados por trabalhar salvando vidas e aliviando as dores de nossos semelhantes. Quer dar um presente? Dê um abraço no seu médico, ele merece.
Escrevi este artigo no Dia do Médico, em 2009. Passado um ano, vejo com tristeza que o artigo continua atual, nada mudou, nada melhorou. Continuamos mal remunerados, trabalhando em condições precárias, sem condições de atender a grande demanda da população e a irresponsábilidade dos gestores que só lembram da saúde em época de eleição. Mesmo assim estamos fazendo nossa parte e honrando nosso juramento, á espera de melhores dias para nós e nossos pacientes. Parabéns a todos os colegas, tenham certeza que a nossa é a mais digna das profissões.
ResponderExcluirUm abraço no meu "dotô" preferido e pra todos os profissionais da medicina. Dizem que a medicina é uma religião e eu acredito que seja mesmo pq cuidar de pessoas com todos os tipos de doenças; acidentados, queimados, e tantas outras que surgem, realmente não é pra qualquer um, tem que ter muita entrega e generosidade, humildade, paixão e competência! Parabéns querido amigo!Tenho muito orgulho de você e fico feliz em tê-lo conhecido! Abraços.
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ResponderExcluirPois é amigos, escrevi esse artigo em 18/10/2009, quatro anos se passaram e vejo que ele não está atual, a situação piorou em relação ao que descrevi acima, o Governo achou uma solução para a saúde, culpar-nos pelo caos, protagonizar a campanha mais sórdida contra a classe médica que esse país já assistiu, A mídia diariamente se especializa em mostrar situações que cria na população a impressão que o médico é que é o irresponsável, o negligente, o boa vida que só quer trabalhar nas grandes cidades e no litoral. Agora, numa jogada de marketing eleitoreira, cria o "Mais médico" como se fosse o bálsamo a aliviar as dores de nosso doente sistema de saúde. As condições que descrevi acima continuam exatamente iguais a quatro anos atrás, com o agravante de que a cada dia estamos mais desmotivados, mais humilhados e decepcionados com nossos governantes. Prefeitos ávidos de aliviar suas contas já demitem os colegas, substituindo-os pelos médicos pago pelo Governo. 18 DE OUTUBRO DE 2013, DIA DE LUTO PARA A CLASSE MÉDICA.
ResponderExcluirFoi uma jogada bem manipulada, agora quem é q vai convençer a pobreza qu e se autopredestina a ser eternos miseráveis da verdade.
ResponderExcluirTem colegas de vocês q são do PT e PMDB que colaboraram muito. Tem até 4 contratos pelos SUS em cidades satélites ou lim,itrofes no mesmo dia e horáro, então atende em uma cidade numa semana e alternam ,faz o rodízio. Resultado; O paciente vai e volta sem atendimento, sem falar na falta de recursos para infra-estrutura. Condessa Sinhtia
ResponderExcluirFoi um esquema bem montado. Quanto mais pobre tiver maior a chance do politico perpetuar no poder.