quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

REFLEXÕES

Remexendo em velhos documentos, achei ulgumas reflexões que fiz no verão de l979, no mês de fevereiro, justamente quando completei 28 anos de idade . Relendo, achei algumas citações ineressantes e resolvi dividi-las com voces que me dão o prazer de visitar o blog, e fazer alguns comentários. Vejamos: 15/02/1979 "Quanto aos livros, no momento estou lendo Ascensão e queda do III Reich e a cada página que leio vou percebendo o quanto sou ignorante em História conteporânea (sei mais sobre a Roma antiga), o que é imperdoável. Mas sou fruto do nosso arcaico sistema de ensino, sou vítima de nosso subdesenvolvimento. Sou médico, imaginem os outros, a maioría do nosso povo vive num estado de primitivismo cultural assustador. De que adianta grandes avanços na área industrial, tecnológica, até alguns avanços na área social, se nosso povo não tem acesso a uma educação de qualidade. Penso que o desenvolvimento se mede muito mais pelo saber do que por riquezas naturais ou o avanço industrial".
Há 30 anos, já não me conformava com nosso sistema de educação e apesar de que a fantástica evolução tecnológica nos proporcionou e posso citar o computador pessoal junto com a internet, os mais importantes na área do conhecimento. Temos biblioteca virtual, livros, artigos, trabalhos cieníficos de todas as áreas, intercâmbio, aulas online, cursos, tudo há um click de distãncia. A grande frustração é constatar que apesar de tudo à disposição, continuamos com analfabetos, semi-analfabetos, analfabetos funcionais, jovens que ao final do 2º grau são incapazes de fazer corretamente a interpretação do que se lê, capazes de respostas tão absurdas a questões elementares que nos fazem corar de vergonha.
Constato com profunda preocução que pouco se mudou nesses 30 anos, e se não fizermos uma profunda reforma no sistema de ensino, com professores mais capacitados , melhor remunerados, com aproveitamento mais eficiênte e democratizado da informática, com escolas em tempo íntegral, onde um período seja para a grade oficial e no outro, aulas alternativas, teatro, dança, pintura, esporte, artesanato, enfim uma gama de opções que além de educar, socializar, tirará o jovem do ócio e do abandono, já que a maioría, com pais trabalhando ficam a mercê de irmãos mais velhos ou vizinhos, nem sempre preocupados com sua ocupação. Precisamos de métodos de ensino mais modernos que privilegiem a interpretação ao invés da decoreba de nossos tempos. Participação de pais, professores e da sociedade na condução , avaliação e segurança da escola é imperativo. Se nada disso for feito, corremos o risco de alguém ler esse texto daqui há 3o anos e constatar que tudo continua igual a 1979.

3 comentários:

  1. Texto fantástico, infelizmente realista, mas q nós, juntos em uma rede de gente bem intencionada poderemos mudar e deixar para as futuras gerações aquilo q ninguém poderá surrupiar, o conhecimento
    Grande abraço e parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Trecho:
    "(...)com professores mais capacitados , melhor remunerados,(...)"
    Sou professora e sou muito bem remunerada. Faço a minha parte, apesar de ainda ver colegas de profissão também bem remunerados não levarem a profissão a sério e continuarem "passando" os alunos arrastados, estes que um dia serão profissionais da saúde e estarão trabalhando com seres humanos!!! E vivos, não cadáveres!
    Penso que se não houver conscientização no setor educacional, pouco vamos evoluir na questão de desenvolvimento do país.
    Lamentável! =/

    ResponderExcluir
  3. Concordo plenamente com o seu texto. A escola é a base da educação e do combate ao ócio infantil. Acho que o maior problema hoje está no ensino médio das escolas municipais. Além dos da falta de competência de parte do corpo docente, o corpo diretivo é formado por muitos sem formação adequada, admitidos como pagamento de campanha. São os chamados "Especialistas de Educação" para os quais não se exige histórico de carreira e experiência em coordenação. Por parte dos alunos, não existe mais disciplina interna e vemos maiores absurdos comportamentais. Os estudantes e/ou seus pais são vistos como "títulos eleitorais ambulantes". Talvez a introdução aprovada do estudo de filosofia/sociologia os tornem mais conscientes para viver em sociedade e aprendam a respeitar o direito coletivo.

    Parabéns pelo texto e pela preocupação!

    Abraços,

    @PensadoresFalam

    ResponderExcluir