Mas, afinal, o que querem “os grevistas” de São Paulo? Seus pedidos são ou não razoáveis? Como é preferível ficar com os fatos a cair na conversa dos militantes, que costuma contaminar boa parte da cobertura jornalística, leiam trecho de reportagem de Fernando Mello na VEJA.com:
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Os protestos de delegados e professores de São Paulo evidenciam motivações políticas neste ano eleitoral. Muitos dos pedidos estão distantes da realidade nacional. Os delegados paulistas querem, por exemplo, ganhar mais que a cúpula da polícia de Nova York. Os professores querem um aumento que inviabilizaria o funcionamento da Secretaria de Educação. O governador José Serra (PSDB) será candidato à Presidência.
No caso dos professores, o reajuste salarial exigido pelo movimento grevista aumentaria em 3,5 bilhões de reais por ano o gasto com a folha de pagamento. O Orçamento da Secretaria de Educação de São Paulo é de 16 bilhões de reais, dos quais 10,4 bilhões já estão comprometidos com salários. Se o valor gasto com salários chegar a 13,9 bilhões, sobrarão apenas 2,1 bilhões para pagar transporte dos alunos, merenda, material, obras etc.
Os delegados de Polícia Civil iniciaram esta semana uma “operação padrão”, que promete tornar mais lento o atendimento ao público. Os líderes do movimento não descartam uma interrupção total dos serviços nas delegacias, caso o governo não se manifeste.
A Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de SP) reivindica uma reestruturação que inclua o reconhecimento da profissão como carreira jurídica, o que possibilitaria equiparar o salário de um delegado ao de um promotor.
Em 10 anos de carreira, o delegado ganharia cerca de 20 mil reais, ou US$ 11 mil por mês. Com 13º salário e férias chega-se a um total de US$ 149 mil por ano. Entre os mais de 40 mil policiais de Nova York, apenas onze da alta hierarquia recebem os maiores pagamentos da corporação, que somam US$ 138 mil por ano. Quando se aposentam, os americanos levam apenas 50% do salário.
“A questão salarial está chegando a um absurdo. Todos os policiais brasileiros querem ganhar o que nenhum policial do mundo ganha”, diz José Vicente da Silva Filho, coronel da reserva da PM, ex-secretário nacional de Segurança Pública no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Esta semana a Apeoesp (sindicato dos professores da rede de São Paulo) organizou nova manifestação de professores da rede estadual, em greve desde o começo do mês. O protesto terminou em confronto com a Polícia Militar e quatro professores foram detidos.
A entidade quer um reajusta salarial de 34%, afirmando que nenhum reajuste foi concedido desde 2005. O custo anual seria de 3,5 bilhões de reais. Mas, considerando todos os reajustes nas tabelas e as gratificações concedidas, os professores de primeira a quinta séries tiveram sua remuneração aumentada em 36%. De quinta a nona séries e no Ensino Médio, o aumento foi de 38,2%.
A folha de pagamentos da Secretaria de Educação cresceu, entre 2005 e 2009, de R$ 7,8 bilhões para R$ 10,4 bilhões, ou 33%.
Por Reinaldo Azevedo.
Acho que professores e delegados deveriam se preocupar com a melhoria na qualidade da educação e da segurança pública retribuida a sociedade civil, só assim melhorariamos a qualidade de vida do país e consequentemente os salários afins.
ResponderExcluiros petistas estão tão desesperados e apelaram tanto nestes movimentos sindicais que acabaram perdendo totalmente a credibilidade.
ResponderExcluiragora, não me surpreenderei se de repente houver uma onda de violência via pcc na cidade.
O grande problema de governos e sindicatos manterem trocas de favores é a falta de credibilidade de suas ações.Onde acabam os sindicatos e começam os governos ou vice versa?O grande prejudicado nissso tudo somos todos nós, que perdemos anos engatinhando numa democrácia para poucos.O voto é sempre dado a governos e seus colaboradores num jogo de passa anel em que o povo fica sempre de fora.Só teremos governos éticos quando lideranças e formadores de opinião assumirem uma conduta ética.EDUCAÇÃO,SAÚDE E SOLIDARIEDADE.
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