A pergunta da semana foi essa: até onde vai o descaramento na política? E mais: quão baixo o PT é capaz de descer para alcançar o poder?
Os questionamentos surgiram no início da semana, após o "encontro dos ex". O ex-presidente Lula aliou-se ao ex-prefeito Paulo Maluf para impulsionar o ex-ministro da Educação Fernando Haddad à eleição de São Paulo. Como de costume, uma imagem falou mais que mil palavras e os três sorriram num abraço fotografado para a história.
De um lado, Lula parecia ter feito um negócio. E fez. O aperto de mão renderá um minuto e meio a mais na TV para a propaganda eleitoral do candidato petista. Como de costume, "o filho do Brasil" fez da política um grande cassino lucrativo no qual a banca petista sempre leva as fichas. E o diálogo da negociata foi ilustrado por Amarildo em A GAZETA: "Todo homem tem seu preço... E o mais barato é o que diz que não se vende".
No meio estava o tímido Fernando Haddad, que soma em sua carreira três anos de incompetência na organização do ENEM e pouco avanço da educação, que agora revive as greves. Nesse meio de fraca expressão política, a grande contribuição do ex-ministro tem sido servir de rima para colunistas, como no jornal O Globo, que provoca: "Sabe qual a soma de Maluf com Haddad? Malddad".
Mas o pivô era Maluf, o senhor do slogan "Rouba, mas faz". Ao contrário de Haddad, Maluf tem longa história política, que já o levou a disputar a Presidência da República na década de 80, apoiado pelos militares da antiga ditadura.
E a carreira não para por aí: acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, desvio de recursos públicos e incontáveis processos, o mais novo amigo de Lula é procurado pela Interpol e pode ser preso se pisar em algum dos mais de 180 países membros da polícia internacional.
O paulista é, realmente, um grande homem e possui reconhecimentos importantes, como o de "maior opositor da Lei da Ficha Limpa" e o de "um dos maiores corruptos do mundo", segundo a ONU. Até o companheiro Lula já reconheceu, no passado, quem era essa figura. Em 1984, disse: "É o símbolo da pouca vergonha nacional".
Resumo da ópera: qualquer pessoa em sã consciência e em dia com a noção de ética e cara de pau entende que tal aliança exala o cheiro de podre dos bastidores em nome do poder. Porém, contrariando aquilo que até as pedras já sabem, o papelão se prolongou quando os petistas tentaram justificar a parceria.
Os mais petulantes recorreram ao bem maior: "É uma aliança por São Paulo", disseram. Outros foram mais moderados, se contentando com o "É a única aliança possível na cidade". Mas poucos, pouquíssimos, conseguiram proporcionar constrangimento parecido com o do PT capixaba.
O presidente estadual da legenda, Roberto Dudé, declarou: "O PP de São Paulo não é só Maluf". Todavia, vale lembrar a Dudé que Maluf, além de todos seus atributos, é presidente do partido em São Paulo.
A deputada Lúcia Dornellas foi mais sincera: "Não tem que personalizar, tem que discutir projetos". No entanto, o projeto que se vê é o de chegar à prefeitura de maior arrecadação do país a todo custo. Com a parceria montada, vai faltar paraíso fiscal!
Já o deputado estadual Genivaldo Lievore expôs o espírito da coisa: "Quem quer ganhar eleição precisa de aliados". Mas será que as excelências diriam o mesmo caso os partidos de oposição fizessem tal parceria? Arrisco dizer que veríamos um surto de moral e bons costumes na estrela do 13...
O único que não disse amém para o circo foi o deputado Roberto Carlos: "Maluf representa tudo de ruim da política brasileira. Como o novo, que Haddad representa, pode se juntar a tal atraso?". Fica a pergunta para os partidários.
Por fim, diante dessas cenas, fica fácil responder até onde vai o descaramento na política. Simples: vai até onde bandidos forem tratados e aplaudidos como heróis. E o PT é capaz de descer ao fundo do poço pelo poder, desde lá haja uma boa mão amiga para apertar, sorrir e dizer: "Negócio fechado, companheiro!"
De um lado, Lula parecia ter feito um negócio. E fez. O aperto de mão renderá um minuto e meio a mais na TV para a propaganda eleitoral do candidato petista. Como de costume, "o filho do Brasil" fez da política um grande cassino lucrativo no qual a banca petista sempre leva as fichas. E o diálogo da negociata foi ilustrado por Amarildo em A GAZETA: "Todo homem tem seu preço... E o mais barato é o que diz que não se vende".
No meio estava o tímido Fernando Haddad, que soma em sua carreira três anos de incompetência na organização do ENEM e pouco avanço da educação, que agora revive as greves. Nesse meio de fraca expressão política, a grande contribuição do ex-ministro tem sido servir de rima para colunistas, como no jornal O Globo, que provoca: "Sabe qual a soma de Maluf com Haddad? Malddad".
Mas o pivô era Maluf, o senhor do slogan "Rouba, mas faz". Ao contrário de Haddad, Maluf tem longa história política, que já o levou a disputar a Presidência da República na década de 80, apoiado pelos militares da antiga ditadura.
E a carreira não para por aí: acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, desvio de recursos públicos e incontáveis processos, o mais novo amigo de Lula é procurado pela Interpol e pode ser preso se pisar em algum dos mais de 180 países membros da polícia internacional.
O paulista é, realmente, um grande homem e possui reconhecimentos importantes, como o de "maior opositor da Lei da Ficha Limpa" e o de "um dos maiores corruptos do mundo", segundo a ONU. Até o companheiro Lula já reconheceu, no passado, quem era essa figura. Em 1984, disse: "É o símbolo da pouca vergonha nacional".
Resumo da ópera: qualquer pessoa em sã consciência e em dia com a noção de ética e cara de pau entende que tal aliança exala o cheiro de podre dos bastidores em nome do poder. Porém, contrariando aquilo que até as pedras já sabem, o papelão se prolongou quando os petistas tentaram justificar a parceria.
Os mais petulantes recorreram ao bem maior: "É uma aliança por São Paulo", disseram. Outros foram mais moderados, se contentando com o "É a única aliança possível na cidade". Mas poucos, pouquíssimos, conseguiram proporcionar constrangimento parecido com o do PT capixaba.
O presidente estadual da legenda, Roberto Dudé, declarou: "O PP de São Paulo não é só Maluf". Todavia, vale lembrar a Dudé que Maluf, além de todos seus atributos, é presidente do partido em São Paulo.
A deputada Lúcia Dornellas foi mais sincera: "Não tem que personalizar, tem que discutir projetos". No entanto, o projeto que se vê é o de chegar à prefeitura de maior arrecadação do país a todo custo. Com a parceria montada, vai faltar paraíso fiscal!
Já o deputado estadual Genivaldo Lievore expôs o espírito da coisa: "Quem quer ganhar eleição precisa de aliados". Mas será que as excelências diriam o mesmo caso os partidos de oposição fizessem tal parceria? Arrisco dizer que veríamos um surto de moral e bons costumes na estrela do 13...
O único que não disse amém para o circo foi o deputado Roberto Carlos: "Maluf representa tudo de ruim da política brasileira. Como o novo, que Haddad representa, pode se juntar a tal atraso?". Fica a pergunta para os partidários.
Por fim, diante dessas cenas, fica fácil responder até onde vai o descaramento na política. Simples: vai até onde bandidos forem tratados e aplaudidos como heróis. E o PT é capaz de descer ao fundo do poço pelo poder, desde lá haja uma boa mão amiga para apertar, sorrir e dizer: "Negócio fechado, companheiro!"
Fonte: A Gazeta - Gabriel Tebaldi
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