Absolutamente inconcebível e absurda a situação da saúde
pública no Brasil. Temos denunciado sistematicamente no blog o quanto sofre
nosso povo que depende do sistema, vitimas da omissão, desmazelo e
irresponsabilidade dos gestores, principalmente no interior do país.
Uma pequena amostra do que acontece na saúde pública foi ao
ar para todo o Brasil esta semana através do programa Profissão Repórter da
Rede Globo, ficou evidente o sofrimento de pacientes e médicos. Hospitais
superlotados, sem a menor condição de higiene, equipamentos que não funcionam,
falta de medicamentos , médicos sobrecarregados , sujeitos a erros em função
das péssimas condições de trabalho.
E o que é pior, o uso político, principalmente nas regiões
mais pobres, iludindo a população e os próprios médicos, com a construção de
verdadeiros elefantes brancos. O exemplo do Maranhão é uma vergonha e se esse
país fosse sério, o clã dominante deveria estar na cadeia, vejamos: A
construção de 65 hospitais programados para serem inaugurados em ano eleitoral,
na maior parte em municípios pequenos de 8 a 12 mil habitantes, numa clara transgressão
da orientação do próprio Ministério da Saúde. Hospitais com centros cirúrgicos
desativados, maternidades onde nascem 2 a 3 crianças por mês, enfermarias vazias e
funcionários ociosos por falta de pacientes, em contraste com o que acontece
nas cidades maiores onde se vê justamente o oposto, com hospitais sucateados e
superlotados.
Outra cena chocante e que reflete o que acontece com a
grande maioria dos médicos que escolheram o interior para exercer sua
profissão, foi a do colega, já idoso, portador de hemiplegia em conseqüência de
um AVE ( acidente vascular encefálico ) atendendo a população, necessitando de
um secretário para escrever inclusive a receita em função da sua incapacidade.
A falta de uma aposentadoria digna, com rendimentos suficientes para manter seu
padrão de vida, leva o médico a trabalhar até os limites de seu estado físico e
sua condição de saúde. Após décadas de trabalho, salvando vidas , não temos
aposentadoria para um final de vida com dignidade.
Ficamos assim, medicina de primeiro mundo nas grandes
cidades, com hospitais de ponta, médicos super especializados, referência até para outros países, disponíveis
para quem pode pagar particular ou planos de saúde e para os governantes
enquanto no interior pobre a a população e os médicos são submetidos a um
sistema de saúde digno dos mais pobres países da África.
Os médicos então estão divididos em duas categorias, a que
tem as melhores condições de trabalho, equipes multidisciplinares, equipamentos
de primeira linha, remuneração digna e os que estão no interior, solitários,
responsáveis únicos por plantões no pronto-socorros, sem equipe, sem
equipamentos, sem medicamentos, com sobrecarga de trabalho e salários indignos
e insuficientes para tamanha responsabilidade.
Quanto a mim, vou me equilibrando entre essas duas
categorias, até quando Deus quiser.
Marco Sobreira
Que DEUS o abençoe amigo, e que possa sempre atender aos necessitados.
ResponderExcluirE Ele há de querer que vc fique por muuuuuuuuuuito tempo por aqui..... Mas a situação não tá ruim só no sistema público não, uma amiga precisando de um alergista com urgência visto que já teve 3 infartos, só conseguiu um pra novembro..affff tá complicado.. Ahhh e o plano de saúde dela é daqueles antigos, que cobrem tudo, o melhor....
ResponderExcluirBom, tava com saudade de ler seus artigos.
Isso é crime, Doutor, crime! Apologia ao aborto é crime! Isso é um absurdo!
ResponderExcluirCom todo respeito amigo, não entendi nada do seu comentário.
ExcluirCaro amigo Dr Marcos:
ResponderExcluirEstou ciente de tudo o que vc descreve neste texto,pois além de ter atuado por mto tempo na área da Saúde,sou de família na mesma,tendo mtos médicos na família e também das áreas de Odontologia e Enfermagem.
É um problema mto sério,no que se refere à Saúde que, se não for atacado de frente,ficaremos eternamente "dando murros em ponta de facas"!
Se a Saúde fosse séria no nosso país, seria criada uma comissão para se resolver (seriamente) como fazer uma distribuição de médicos,laboratórios, enfim, uma infraestrutura eficiente e verdadeira para servir ao país todo,e não à determinadas regiões!
O assunto é extenso e mto rico! Mas há de se dar um jeito para solucioná-lo!
Por eqto, só temos a desejar um líder da Saúde que tenha Cabeça,Conhecimento e Coragem para enfrentar o assunto!
Um abç!