domingo, 29 de julho de 2012

R$ 101 MILHÕES EM PROPINAS

O publicitário Marcos Valerio Fernandes de Souza, suspeito de comandar o esquema nacionalmente conhecido como Mensalão, foi preso na madrugada desta sexta-feira (2) em Belo Horizonte(MG). O empresário foi detido no bairro Bandeirantes, na região da Pampulha, durante o cumprimento de mandados da Operação Terra do Nunca. Foto: Marcelo Prates/AE
Marcos Valério: imóveis milionários após escândalo
Brasília

Após sete anos de investigação e mais de 50 mil páginas de processo com inquirição de cerca de 600 testemunhas, peritos oficiais conseguiram mapear o tamanho do mensalão, esquema de pagamento de propina a parlamentares da base do governo Lula.

O chamado valerioduto, que o Ministério Público diz ter sido comandado pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, movimentou pelo menos R$ 101,6 milhões. O número foi apurado por investigadores da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU).

Laudo da Polícia Federal confirma também que o esquema usou dinheiro público, originário do Banco do Brasil. Os saques de R$ 4,652 milhões realizados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro têm como fonte recursos que a empresa DNA, de Marcos Valério, recebeu do fundo Visanet para prestar serviços de publicidade ao BB.

As informações constam da Ação Penal 470, que tem 38 réus e será julgada a partir de 2 de agosto pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Reforçam as chances de condenação de acusados no processo.

Casas milionárias
Nem a ruína de suas agências de publicidade nem a exposição pública de envolvido no mensalão impediram Marcos Valério de ampliar seus bens.

Duas casas milionárias na região da Pampulha, em Belo Horizonte, são as novas aquisições do lobista e não fazem parte do bloqueio imposto pela Justiça desde a descoberta do mensalão. Para fugir de impedimentos judiciais, Valério registrou os imóveis em nome da filha.

A primeira casa foi comprada em 2009 por R$ 550 mil e valia R$ 1 milhão à época. A segunda foi adquirida há sete meses do dentista Luiz Henrique Lage, que não quis dizer o valor da venda. Oficialmente, a transação foi registrada por R$ 500 mil. (O Globo)

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