sábado, 15 de setembro de 2012

PAÍS DOENTE



Há pouco mais de seis anos, quando se preparava para a campanha pela reeleição, o messiânico Luiz Inácio da Silva, em momento de mitomania extrema, disse que a saúde pública no Brasil estava a um passo da perfeição. Acintosa inverdade, a fala do então presidente foi desmentida meses depois por ele próprio, que reconheceu que tudo não passou de mais um dos seus embustes eleitoreiros.

Como se fosse pouco o passa-moleque aplicado na porção incauta da população, Lula ousou sugerir a Barack Obama que o governo norte-americano adotasse o modelo do SUS, que segundo o ex-metalúrgico é barato e eficiente.

Como se sabe, o SUS é uma as grandes vergonhas nacionais, que agora tem a companhia da saúde privada, administrada por empresas de planos de saúde à beira da bancarrota. Sem saída, o cidadão que vive no chamado “país de todos” bambeia entre a incompetência do Estado e a malandragem reticente das empresas de saúde privada.

Para provar que Lula sofre de uma doença incurável, a mentira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira, pesquisa que aponta que o gasto dos brasileiros com saúde aumentou de 7% do orçamento familiar, no período de 2002 e 2003, para 7,2%, em 2008 e 2009. Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009 – Perfil das Despesas do Brasil.

O aumento nesse tipo de despesa foi puxado pelas regiões Sudeste, cujos gastos passaram de 7,5% para 7,9% no período, e Sul, que passou de 6,6% para 7%. Já nas outras regiões, os gastos com saúde passaram a representar uma parte menor de seus orçamentos: Nordeste (que passaram de 5,4% para 4,9%), Nordeste (de 6,6% para 6,5%) e Centro-Oeste (de 6,8% para 6,4%).

Em termos absolutos, o brasileiro gastava, em média, R$ 153,81 por mês com saúde no período de 2008 e 2009. Na Região Sudeste, o gasto é maior: R$ 198,89. Já a Região Norte é o local onde os brasileiros gastam menos: R$ 82,22. Há diferença também entre áreas urbanas e rurais: os moradores das cidades gastam R$ 167,58 por mês, mais que o dobro gasto pelos moradores do campo (R$ 79,19).

A maior parte dos orçamentos de saúde dos brasileiros é gasta com remédios (48,6%) e planos de saúde (29,8%). Outras despesas representam menos de 5%, cada um, como consulta e tratamento dentário, consultas médicas e hospitalização.

Tanto os gastos com remédios quanto com planos de saúde aumentaram em relação ao período de 2002 e 2003, quando os itens representavam, respectivamente, 44,9% e 25,9% dos orçamentos destinados à saúde.

Na pesquisa de 2008 e 2009, o IBGE observou que há diferenças nos gastos com saúde por faixas de renda. As famílias de menor rendimento gastaram 74,2% de seus orçamentos de saúde com remédios, enquanto para aqueles de maior renda, os remédios representaram apenas 33,6% dos gastos com saúde.

“A gente vê que os remédios tiveram maior peso para as famílias com os menores rendimentos. Por outro lado, as despesas com planos de saúde são muito maiores para as famílias de maior rendimento”, afirma o pesquisador do IBGE José Mauro Freitas.

A Pesquisa de Orçamentos Familiares é realizada de cinco em cinco anos pelo IBGE e analisa a composição orçamentária das famílias brasileiras, investigando hábitos de consumo, alocação de gastos e distribuição dos rendimentos. (Com informações da Agência Brasil)

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