Demóstenes tinha ligações com Cachoeira desde 2004, antes do Caso Waldomiro
BrasíliaEmbora tenha sido ex-procurador-geral de Justiça de Goiás em duas ocasiões e ex-secretário de Segurança do Estado entre 1999 e 2002, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) transita com desenvoltura entre pessoas ligadas, direta ou indiretamente, ao mundo dos jogos ilegais, do qual Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, é apenas a face mais conhecida.
Além da agora notória amizade com o contraventor, Demóstenes também recebeu dinheiro na campanha de um advogado preso duas vezes pela Polícia Federal sob acusação de integrar uma quadrilha para permitir o funcionamento de bingos e a exploração de caça-níqueis.
O senador também teria influído na nomeação do atual presidente do Detran local, genro do ex-prefeito da Cidade de Goiás, assassinado quando deixava uma casa de jogos irregulares em Goiânia.
Quase um ano antes de vir a público o primeiro escândalo do governo Lula, envolvendo o então assessor parlamentar da Casa Civil, Waldomiro Diniz, Carlinhos Cachoeira e a empresa de loterias Gtech, Demóstenes já atuava em favor do amigo que está preso, utilizando sua condição de senador. Quando o escândalo estourou e a oposição se revezava na tribuna do Senado para atacar o PT, o governo Lula e o próprio bicheiro, Demóstenes calou-se sobre Cachoeira e, nas quatro intervenções que fez sobre o assunto, não citou uma só vez o nome do amigo, que era desclassificado por outros líderes oposicionistas.
Em 13 de fevereiro de 2004, a revista "Época" trouxe a transcrição dos diálogos entre Cachoeira e Waldomiro Diniz, gravados em 2002 pelo próprio bicheiro. A publicação revelava que o então assessor da Casa Civil pedia propina a Cachoeira para tentar facilitar a contratação da Gtech pela Caixa Econômica Federal (CEF).
Novas acusações complicam senador
Novas gravações divulgadas neste fim de semana complicam ainda mais a situação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Segundo a revista "Época", escutas telefônicas, obtidas com autorização da Justiça, mostram a intensa troca de favores entre o senador e o bicheiro Carlinhos Cachoeira até mesmo em licitações da Copa do Mundo.
Em uma dessas conversas, em 11 de abril de 2011, Demóstenes pediu ajuda a Cachoeira para que um amigo, dono de uma agência de publicidade, vencesse uma licitação em Mato Grosso. A disputa era para a prestação de serviços de marketing relacionados à Copa.
Escutas obtidas pela "Veja" mostram novamente o senador prestando favores a Cachoeira. Ao receber um pedido para resolver um problema de um colega no Ibama, Demóstenes se oferece para falar com a ministra do Meio Ambiente. As investigações fazem parte do inquérito da Operação Monte Carlo, remetido ao Supremo Tribunal Federal.
Fonte: A Gazeta
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