O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) transformou-se numa máquina de propaganda do governo federal e em braço de articulação de uma política movida pela ideologia. É o que denuncia reportagem publicada nesta segunda-feira (23) pelo jornal "O Globo". O texto informa que os estudos do Ipea servem para exaltar realizações do governo Lula e estão sendo usadas na campanha eleitoral.
O deputado Walter Feldman (SP) lamentou que uma instituição tão nobre esteja sendo utilizada pelo Partido dos Trabalhadores dessa forma equivocada. “É algo que mostra como o estado brasileiro se transformou em máquina política e partidária do PT. É uma demonstração de que nada sobreviveu, uma espécie de quase terra arrasada”, afirmou.
O instituto utilizou, segundo a matéria, sua equipe de pesquisadores para defender teses controversas, como a de que os trabalhadores do setor público ganham menos do que os do setor privado. Ou que a produtividade na área pública aumentou mais do que nas empresas.
Além de defender teses eleitoreiras, os gastos com pessoal cresceram sem controle durante os últimos três anos no Ipea. Entre 2007 e 2009, as despesas com diárias aumentaram 339,7% (de R$ 133,8 mil para R$ 588,4 mil), enquanto com passagem subiram 272,6% (de R$ 333 mil para R$ 1,241 milhão).
Para Walter Feldman, o Ipea era o último reduto do governo federal livre da ação política e que durante décadas ajudou a planejar e pensar o Brasil. Segundo o deputado, nem no período ditatorial a máquina pública foi usada como no governo do presidente Lula dentro do instituto de pesquisas.
Na geladeira
→ Entre 2007 e 2009, os gastos com bolsas para pesquisa no Ipea cresceram 671%, passando de R$ 960 mil em 2007 para R$ 7,5 milhões em 2009. O auxílio financeiro a pesquisadores terceirizados aumentou 125,6% em apenas um ano, pulando de R$ 308 mil em 2008 para R$ 695 mil em 2009.
→ O funcionário que não se enquadra na nova orientação do Ipea é afastado ou posto na geladeira, como aconteceu com 11 pesquisadores com 20 anos de serviços prestados. O Ipea nega a perseguição aos servidores do Núcleo de Macroeconomia do Rio de Janeiro, mas a questão está sendo discutida internamente e na Justiça.
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