Cartas marcadas – Líder do PPS, o deputado federal Rubens Bueno (PR) protocolou nesta sexta-feira (30) pedido de informações à Mesa da Câmara para que o Ministério da Pesca esclareça o contrato com a Intech Boating, empresa contratada pela Pasta para construir 28 lanchas-patrulhas no valor de R$ 31 milhões.
De acordo com reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, o Tribunal de Contas da União (TCU) “apontou indícios de superfaturamento e licitação dirigida” na compra de embarcações. Além do Ministério da Pesca não ter competência para operar as lanchas, a Intech Boating, de propriedade do ex-militante petista José Antônio Galízio Neto, foi procurada pelo PT de Santa Catarina para doar dinheiro ao comitê de campanha da ministra Ideli Salvatti.
Atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, onde tem destilado sua reconhecida incompetência, Ideli foi candidata, em 2010, ao Palácio da Agronômica, sede do Executivo catarinense, mas tropeçou ainda no primeiro turno.
“As irregularidades são gravíssimas e revelam que o PT faz negócios com dinheiro público para favorecer seus candidatos em campanha eleitoral”, criticou Rubens Bueno. Para ele, o Ministério da Pesca tem de explicar o motivo pelo qual comprou as lanchas-patrulhas sem ter competência para operá-las.
“O governo do PT privatizou o Estado em benefício dos companheiros. E a presença de militantes na condução de empresas que prestam serviços para o Executivo comprava essa relação promíscua”, afirmou o líder do PPS.
Com a vitória de Dilma Rousseff nas urnas, Ideli assumiu o Ministério da Pesca, como compensação por ter feito palanque para a então candidata presidencial em Santa Catarina. À frente da pasta, entre janeiro e junho de 2011, Ideli autorizou o pagamento de R$ 5,2 milhões restantes previstos no contrato com a Intech Boating.
As encomendas das embarcações foram feitas pelo então ministro da Pesca, Altemir Gregolin, entre 2009 e 2010. Para o TCU, há indícios de direcionamento no processo de licitação para a compra das lanchas.
“A sociedade exige e cobra que o governo esclareça mais esse ‘malfeito’ com recursos públicos”, disse Rubens Bueno.
Quando assumiu o mais importante gabinete do Palácio do Planalto, a presidente Dilma Vana Rousseff declarou que seria absolutamente intransigente com casos de corrupção e transgressões. Por causa de situações de calibre idêntico alguns ministros foram demitidos. Se Dilma for complacente com o escândalo envolvendo Ideli, a articulação política do governo será tratada ainda mais como negócio. Até porque, se a pessoa responsável por isso entende como normal esse tipo de situação, o “toma lá, dá cá”, que a presidente tanto detesta, será oficializado de uma vez.
O melhor que Ideli pode fazer é pedir demissão, antes que alguém decida puxar o fio do novelo. Se isso acontecer, a empáfia da ministra cairá como castelo de cartas
Fonte: Ucho.Info.
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