sexta-feira, 13 de agosto de 2010

AHMADINEJAD O MAGNÂNIMO - SAKINEH NÃO SERÁ APEDREJADA, SERÁ ENFORCADA.



A Justiça do Irã passou a modificar sentenças de morte por apedrejamento para enforcamento após a grande repercussão do caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani, uma iraniana de 43 anos, mãe de dois filhos, que foi inicialmente condenada a morrer pela primeira forma, informou o jornal britânico The Guardian.


Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se envolveu na história de Sakineh e o Brasil solicitou formalmente às autoridades iranianas que liberassem a mulher para o país, algo negado por Teerã. Lula justificou sua posição no caso, justamente ao apontar a crueldade desta forma de morte.

O Guardian cita os casos de Mariam Ghorbanzadeh, de 25 anos, que estava grávida de seis meses e sofreu um aborto na prisão de Tabriz, onde está Sakineh, após agressões, de acordo com o Guardian. O jornal informa que inicialmente condenada por adultério e à morrer apedrejada, a forma de execução foi trocada para o enforcamento.

O advogado dela, Houtan Kian, disse ao Guardian que agora teme que ela seja morta mais rapidamente. Isto porque a lei iraniana não permite que a pena seja consumada enquanto ela estivesse grávida e depois porque o enforcamento atrai menos atenção e as autoridades iranianas devem tentar se livrar de “novas Sakinehs” no momento. Kian assumiu também o caso de Sakineh.

Ele disse que outra cliente, Azar Bagheri, de 19 anos, que foi presa aos 15 anos após ser acusada pelo marido de traição, também teve pena modificada. Ela estava no corredor da morte e agora levará 100 chibatadas.

Kian disse ao Guardian que todas as sentenças foram modificadas após a grande publicidade em torno do caso Sakineh.

Nesta quinta-feira (12), a mídia iraniana veiculou uma entrevista de uma mulher que se dizia Sakineh, na qual confessa ter cometido adultério. Mohammad Mostafaei, advogado dela que fugiu do Irã e atualmente está na Noruega, disse que tal depoimento foi obtido sob tortura.

Ainda sobre Mostafaei, a Anistia Internacional divulgou uma análise de seu especialista em Irã, Drewery Dyke, em vídeo comentando que a saída do advogado do Irã deixa outras pessoas vulneráveis a violações de direitos humanos. Dyke, no entanto, ressalta que o advogado não teve escolha e foi coagido pelas autoridades com a prisão de familiares.

As mulheres e homens no corredor da morte no Irã devem ao menos ter mais alguns dias de vida. Com o início do mês sagrado do Ramadã, o cumprimento das penas deve ser congelado. Atualmente há 12 mulheres e três homens esperando o apedrejamento no Irã.

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