domingo, 22 de maio de 2011

GOVERNO DILMA É ALVO DE "FOGO AMIGO"


Dilma. Foto: Divulgação

Ainda em lua de mel com a população depois de cinco meses de mandato, a presidente Dilma Rousseff enfrenta sua mais difícil batalha no próprio governo: a guerra interna contra sua tentativa de moralizar a ocupação de cargos e as cobranças infernais não só das correntes do PT, mas também do PMDB e de outros aliados. O fato de barrar pleitos que considera impossíveis de engolir e retardar decisões nessa seara está despertando uma luta fratricida no próprio PT. Para ajudá-la a enfrentar essa guerrilha, entrou em campo o maior conhecedor da alma petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O caso do vazamento do enriquecimento relâmpago

Ainda em lua de mel com a população depois de cinco meses de mandato, a presidente Dilma Rousseff enfrenta sua mais difícil batalha no próprio governo: a guerra interna contra sua tentativa de moralizar a ocupação de cargos e as cobranças infernais não só das correntes do PT, mas também do PMDB e de outros aliados. O fato de barrar pleitos que considera impossíveis de engolir e retardar decisões nessa seara está despertando uma luta fratricida no próprio PT. Para ajudá-la a enfrentar essa guerrilha, entrou em campo o maior conhecedor da alma petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O caso do vazamento do enriquecimento relâmpago do seu braço direito, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, é apontado como mais um caso do fogo amigo em que grupos petistas que perdem espaço tentam mostrar a ela que será derrotada no cabo de força.

"A presidente Dilma está pagando um preço alto justamente por tentar impor no governo uma de suas qualidades: a intolerância com o fisiologismo e a vontade de dar um basta no balcão", avalia uma fonte do governo que tem constante interlocução com a presidente.

Bombeiro
Para compensar as dificuldades de Dilma de conter as crises geradas pela guerra de grupos no PT, Lula assumiu, quase que formalmente, o papel de "intermediário, administrador das questões do partido com a presidente". Ele esteve em contato permanente com Dilma ao longo da semana, discutindo o caso de Palocci. Tinha até agendada
foto: Divulgação
josé dirceu
José Dirceu
uma visita a ela, no Alvorada, sexta-feira, que não teria se concretizado. "Dilma conduziu e foi firme, não cedeu em coisas menores. Tem uma certa dificuldade com o varejo, com as coisas menores da política. Quando se trata de projetos, ela desperta. Mas quando entra na seara política, deixa claro que não é a praia dela", reconhece um importante líder petista, dizendo que cabe a Palocci - ou cabia - matar tudo no peito e dizer os "nãos" que Dilma não diz. (Agência Globo)

Derrotas impostas pelo PT não tiram sono de Dilma
Segundo interlocutores do Planalto, a ira de setores do PT contra a presidente Dilma Rousseff é alimentada pelo fato de que ela segura até decisões já acordadas entre Palocci e os partidos. Mas auxiliares da presidente dizem que as sucessivas derrotas impostas pelo PT estão longe de tirar o sono dela. A avaliação é que o partido quer apenas delimitar terreno.

Sem disposição para se envolver pessoalmente em disputas partidárias, Dilma tampouco pretende supervalorizar a postura dos petistas.

Já se contabiliza como respostas dos grupos descontentes do PT ao Planalto a reviravolta na eleição de Marco Maia (PT-RS) no lugar do líder do governo Cândido Vaccarezza (PT-SP) para presidente da Câmara; a eleição de Rui Falcão no lugar do líder Humberto Costa (PT-PE) para suceder a José Eduardo Dutra na presidência do PT; o bombardeio que atingiu a ministra da Cultura, Ana de Hollanda; e agora o escândalo Palocci, que tem sido debitado a descontentes ligados ao grupo do ex-deputado José Dirceu e do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), esvaziados na gestão política do chefe da Casa Civil.

"Isso não combina nem comigo nem com o Berzoini. Eu não sou um suicida", nega o ex-ministro José Dirceu.

Quanto às queixas dos petistas contra o excessivo isolamento da presidente, e principalmente o distanciamento da classe política, Dilma sinaliza que não pretende mudar seu jeito de ser e de governar. Também não pretende, pelo menos por ora, mexer na articulação política do governo, que tantas críticas vem provocando entre os aliados.
A aposta de Dilma e do Planalto é que o articulador do governo é e continuará sendo Palocci. Ela, por enquanto, resiste às pressões para que o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, seja substituído por alguém com melhor trânsito no Congresso. O novo presidente do PT, Rui Falcão, só semana passada conseguiu ter sua primeira audiência com Dilma. Atribui a demora à doença da presidente e não a eventuais intrigas. "Suas tarefas de governo não permitem que ela fique dialogando permanentemente com o PT", diz Falcão.

A postura da presidente Dilma Rousseff de não ceder às pressões internas do PT tem levado descontentes a darem respostas.

Artilharia pesada
Câmara.
A primeira resposta foi a reviravolta na eleição de Marco Maia (RS) no lugar do líder do governo Cândido Vaccarezza (SP) para presidente da Câmara.

Presidência do PT.
A eleição de Rui Falcão no lugar do líder Humberto Costa (PE) para suceder José Eduardo Dutra na presidência do PT também é atribuída aos descontentes com Dilma.

Cultura.
O bombardeio que atingiu a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, também teria partido de dentro do PT.

Palocci.
Agora, o escândalo envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, tem sido debitado a descontentes ligados ao grupo do ex-deputado José Dirceu e do deputado Ricardo Berzoini (SP), esvaziados na gestão política do chefe da Casa Civil.

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