Ainda em lua de mel com a população depois de cinco meses de mandato, a presidente Dilma Rousseff enfrenta sua mais difícil batalha no próprio governo: a guerra interna contra sua tentativa de moralizar a ocupação de cargos e as cobranças infernais não só das correntes do PT, mas também do PMDB e de outros aliados. O fato de barrar pleitos que considera impossíveis de engolir e retardar decisões nessa seara está despertando uma luta fratricida no próprio PT. Para ajudá-la a enfrentar essa guerrilha, entrou em campo o maior conhecedor da alma petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O caso do vazamento do enriquecimento relâmpago
Ainda em lua de mel com a população depois de cinco meses de mandato, a presidente Dilma Rousseff enfrenta sua mais difícil batalha no próprio governo: a guerra interna contra sua tentativa de moralizar a ocupação de cargos e as cobranças infernais não só das correntes do PT, mas também do PMDB e de outros aliados. O fato de barrar pleitos que considera impossíveis de engolir e retardar decisões nessa seara está despertando uma luta fratricida no próprio PT. Para ajudá-la a enfrentar essa guerrilha, entrou em campo o maior conhecedor da alma petista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O caso do vazamento do enriquecimento relâmpago do seu braço direito, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, é apontado como mais um caso do fogo amigo em que grupos petistas que perdem espaço tentam mostrar a ela que será derrotada no cabo de força.
"A presidente Dilma está pagando um preço alto justamente por tentar impor no governo uma de suas qualidades: a intolerância com o fisiologismo e a vontade de dar um basta no balcão", avalia uma fonte do governo que tem constante interlocução com a presidente.
Bombeiro
Para compensar as dificuldades de Dilma de conter as crises geradas pela guerra de grupos no PT, Lula assumiu, quase que formalmente, o papel de "intermediário, administrador das questões do partido com a presidente". Ele esteve em contato permanente com Dilma ao longo da semana, discutindo o caso de Palocci. Tinha até agendada
Derrotas impostas pelo PT não tiram sono de Dilma
Segundo interlocutores do Planalto, a ira de setores do PT contra a presidente Dilma Rousseff é alimentada pelo fato de que ela segura até decisões já acordadas entre Palocci e os partidos. Mas auxiliares da presidente dizem que as sucessivas derrotas impostas pelo PT estão longe de tirar o sono dela. A avaliação é que o partido quer apenas delimitar terreno.
Sem disposição para se envolver pessoalmente em disputas partidárias, Dilma tampouco pretende supervalorizar a postura dos petistas.
Já se contabiliza como respostas dos grupos descontentes do PT ao Planalto a reviravolta na eleição de Marco Maia (PT-RS) no lugar do líder do governo Cândido Vaccarezza (PT-SP) para presidente da Câmara; a eleição de Rui Falcão no lugar do líder Humberto Costa (PT-PE) para suceder a José Eduardo Dutra na presidência do PT; o bombardeio que atingiu a ministra da Cultura, Ana de Hollanda; e agora o escândalo Palocci, que tem sido debitado a descontentes ligados ao grupo do ex-deputado José Dirceu e do deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), esvaziados na gestão política do chefe da Casa Civil.
"Isso não combina nem comigo nem com o Berzoini. Eu não sou um suicida", nega o ex-ministro José Dirceu.
Quanto às queixas dos petistas contra o excessivo isolamento da presidente, e principalmente o distanciamento da classe política, Dilma sinaliza que não pretende mudar seu jeito de ser e de governar. Também não pretende, pelo menos por ora, mexer na articulação política do governo, que tantas críticas vem provocando entre os aliados.
A aposta de Dilma e do Planalto é que o articulador do governo é e continuará sendo Palocci. Ela, por enquanto, resiste às pressões para que o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, seja substituído por alguém com melhor trânsito no Congresso. O novo presidente do PT, Rui Falcão, só semana passada conseguiu ter sua primeira audiência com Dilma. Atribui a demora à doença da presidente e não a eventuais intrigas. "Suas tarefas de governo não permitem que ela fique dialogando permanentemente com o PT", diz Falcão.
A postura da presidente Dilma Rousseff de não ceder às pressões internas do PT tem levado descontentes a darem respostas.
Artilharia pesada
Câmara.A primeira resposta foi a reviravolta na eleição de Marco Maia (RS) no lugar do líder do governo Cândido Vaccarezza (SP) para presidente da Câmara.
Presidência do PT.A eleição de Rui Falcão no lugar do líder Humberto Costa (PE) para suceder José Eduardo Dutra na presidência do PT também é atribuída aos descontentes com Dilma.
Cultura.O bombardeio que atingiu a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, também teria partido de dentro do PT.
Palocci.Agora, o escândalo envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, tem sido debitado a descontentes ligados ao grupo do ex-deputado José Dirceu e do deputado Ricardo Berzoini (SP), esvaziados na gestão política do chefe da Casa Civil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário