Na semana passada, a colunista Cora Rónai levantou suspeitas sobre o episódio envolvendo Dominique Strauss-Khan, ex-diretor do FMI preso sob acusação de ataque sexual a uma camareira num hotel nos Estados Unidos. Para Cora, há claros sinais de conspiração no episódio. Bem, o tempo há de esclarecer isso. Mas o texto de Cora pode servir como referência para imaginar como seria o desenrolar de um escândalo parecido, caso a acusação recaísse sobre um integrante do governo de um certo país...
Imediatamente surgiria a acusação de cobertura maldosa da "mídia", interessada em desgastar o governo porque a imprensa nunca se conformou com a vitória do presidente-operário (ele já tinha saído do poder, mas isso pouco importava). Um senador iria ensaiar o discurso de que "o companheiro fez o que historicamente se faz com as trabalhadoras deste país", mas alguém iria achar aquilo um exagero e pediria para ele maneirar.
(Enquanto isso, a camareira, bonita, seria convidada para ser capa Playboy. Recusaria. "Sou uma mulher séria!", diria. Participaria do BBB. Seria eliminada na segunda semana. E... posaria para a Playboy.)
O tal funcionário seria formalmente acusado. Um juiz decretaria sua prisão. O governo apoiaria a teoria de que ele não é um criminoso, mas um perseguido político. Numa decisão do Supremo, ele seria liberado. Sairia dizendo ter sido vítima de preconceito linguístico, porque a tal camareira não entendeu direito o que ele estava querendo dizer quando o encontrou nu no quarto. Seria recebido com um churrasco. Redimido pelo partido, lançaria sua candidatura a deputado. Dali para o ministério seria um pulo. Mas, antes, montaria uma consultoria porque, sabe como é, parece que esse negócio anda rendendo um dinheiro graúdo. A dele seria direcionada para figurões envolvidos em escândalos sexuais. Parece que o FMI está interessado. O contrato será de R$ 20 milhões ao ano. Já dá para comprar um apartamentozinho em São Paulo...
Fonte: Antonio Carlos Leite - http://glo.bo/iuYGpi
Imediatamente surgiria a acusação de cobertura maldosa da "mídia", interessada em desgastar o governo porque a imprensa nunca se conformou com a vitória do presidente-operário (ele já tinha saído do poder, mas isso pouco importava). Um senador iria ensaiar o discurso de que "o companheiro fez o que historicamente se faz com as trabalhadoras deste país", mas alguém iria achar aquilo um exagero e pediria para ele maneirar.
(Enquanto isso, a camareira, bonita, seria convidada para ser capa Playboy. Recusaria. "Sou uma mulher séria!", diria. Participaria do BBB. Seria eliminada na segunda semana. E... posaria para a Playboy.)
O tal funcionário seria formalmente acusado. Um juiz decretaria sua prisão. O governo apoiaria a teoria de que ele não é um criminoso, mas um perseguido político. Numa decisão do Supremo, ele seria liberado. Sairia dizendo ter sido vítima de preconceito linguístico, porque a tal camareira não entendeu direito o que ele estava querendo dizer quando o encontrou nu no quarto. Seria recebido com um churrasco. Redimido pelo partido, lançaria sua candidatura a deputado. Dali para o ministério seria um pulo. Mas, antes, montaria uma consultoria porque, sabe como é, parece que esse negócio anda rendendo um dinheiro graúdo. A dele seria direcionada para figurões envolvidos em escândalos sexuais. Parece que o FMI está interessado. O contrato será de R$ 20 milhões ao ano. Já dá para comprar um apartamentozinho em São Paulo...
Fonte: Antonio Carlos Leite - http://glo.bo/iuYGpi
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