A crise de relacionamento entre o governo Dilma e as forças partidárias e a volta de Lula ao centro do palco político - cumprindo o script de sempre, o de articulador - são os dois grandes fatos que irromperam no centro do poder no país. Não se sabe até que ponto vai chegar essa novela, mas espera-se que ela seja breve. É intranquilizante. E feia.
Lula é considerado por muitos um gênio da política - pela sua trajetória de vida, sucesso no governo, liderança internacional e outros troféus de indiscutível importância. Então, do alto do seu patamar, espera-se que o ex-presidente compreenda a complexidade do papel que assume neste momento. Que não o extrapole, sob qualquer pretexto.
O fato de a discípula, tomada de pânico, ter recorrido ao mestre como salvador nem sempre é entendido com paciência política. Ao contrário, a tendência é passar a imagem de falta de capacidade do Palácio do Planalto de lidar com incêndio. No mínimo, o pedido de socorro a Lula sugere que a coordenação política do governo não está nas mãos da presidente. É um perigo, porque a crise atual, movida pelo imbróglio Palocci, pode não ser a única no percurso do mandato de Dilma.
A sensação de fragilidade no comando do governo constitui o alimento que a oposição precisa para romper, ainda que atabalhoadamente, sua letargia. É também banquete para fisiologistas "aliados" ao poder. Esses grupos já demonstram força no Congresso. Impuseram acachapante derrota ao Executivo na aprovação do Código Florestal. E o Palácio do Planalto vergou-se ainda mais ao suspender o material anti-homofobia, preparado pelo Ministério da Educação, em troca da blindagem do ministro da Casa Civil. Mas isso é duvidoso. Já existem mais de 100 assinaturas de deputados e de senadores solicitando instalação de uma CPI para apurar o veloz enriquecimento de Antonio Palocci.
O Executivo não pode ficar refém de qualquer corrente política, nem de nada. E também precisa de se ver livre da lulodependência. O próprio ex-presidente há de compreender que a função de pai do governo Dilma não é o mesmo que pertencer ao Executivo. Dar apoio é uma coisa, interferir é outra. A imagem do ex-presidente também não aparece saudável à medida que tenta abafar o Caso Palocci prescrevendo um remédio sujo: distribuição de cargos públicos aos que incomodam o governo.
Os que torcem para o bem do país esperam que, baixada a poeira do Caso Antonio Palocci, o Palácio do Planalto possa substituí-lo por um nome menos questionado. E que, a partir daí, remova outros telhados de vidro. É o caso do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. A Justiça de Minas Gerais aceitou uma ação de improbidade administrativa contra ele, por atos praticados na Prefeitura de Belo Horizonte. Não se trata de fazer prejulgamento. Mas há necessidade de eliminar pontos politicamente frágeis do governo. É temerário mantê-los. São potenciais focos de ataque ao Executivo, o que pode dificultar a execução de medidas governamentais relevantes
Fonte: A GAZETA
Lula é considerado por muitos um gênio da política - pela sua trajetória de vida, sucesso no governo, liderança internacional e outros troféus de indiscutível importância. Então, do alto do seu patamar, espera-se que o ex-presidente compreenda a complexidade do papel que assume neste momento. Que não o extrapole, sob qualquer pretexto.
O fato de a discípula, tomada de pânico, ter recorrido ao mestre como salvador nem sempre é entendido com paciência política. Ao contrário, a tendência é passar a imagem de falta de capacidade do Palácio do Planalto de lidar com incêndio. No mínimo, o pedido de socorro a Lula sugere que a coordenação política do governo não está nas mãos da presidente. É um perigo, porque a crise atual, movida pelo imbróglio Palocci, pode não ser a única no percurso do mandato de Dilma.
A sensação de fragilidade no comando do governo constitui o alimento que a oposição precisa para romper, ainda que atabalhoadamente, sua letargia. É também banquete para fisiologistas "aliados" ao poder. Esses grupos já demonstram força no Congresso. Impuseram acachapante derrota ao Executivo na aprovação do Código Florestal. E o Palácio do Planalto vergou-se ainda mais ao suspender o material anti-homofobia, preparado pelo Ministério da Educação, em troca da blindagem do ministro da Casa Civil. Mas isso é duvidoso. Já existem mais de 100 assinaturas de deputados e de senadores solicitando instalação de uma CPI para apurar o veloz enriquecimento de Antonio Palocci.
O Executivo não pode ficar refém de qualquer corrente política, nem de nada. E também precisa de se ver livre da lulodependência. O próprio ex-presidente há de compreender que a função de pai do governo Dilma não é o mesmo que pertencer ao Executivo. Dar apoio é uma coisa, interferir é outra. A imagem do ex-presidente também não aparece saudável à medida que tenta abafar o Caso Palocci prescrevendo um remédio sujo: distribuição de cargos públicos aos que incomodam o governo.
Os que torcem para o bem do país esperam que, baixada a poeira do Caso Antonio Palocci, o Palácio do Planalto possa substituí-lo por um nome menos questionado. E que, a partir daí, remova outros telhados de vidro. É o caso do ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. A Justiça de Minas Gerais aceitou uma ação de improbidade administrativa contra ele, por atos praticados na Prefeitura de Belo Horizonte. Não se trata de fazer prejulgamento. Mas há necessidade de eliminar pontos politicamente frágeis do governo. É temerário mantê-los. São potenciais focos de ataque ao Executivo, o que pode dificultar a execução de medidas governamentais relevantes
Fonte: A GAZETA
CARO MARCO
ResponderExcluirSERÁ QUE REALMENTE DILMA PEDIU SOCORRO A LULLA OU FOI INVADIDA PELA PREPOTÊNCIA DÊLE????
Marisa Cruz