Celso Ming
A economia brasileira está atravessando um bom momento, mas começam a aparecer os grandes gargalos.
O principal deles é o de que um crescimento econômico acima de 4% é insustentável com esse nível de investimento, inferior a 20% do PIB. Para crescer entre 5% e 6% ao ano, é preciso investir pelo menos 22% do PIB. E, por trás dessa limitação do investimento, está o baixo nível de poupança do brasileiro, que é da ordem de 17% do PIB. Apenas para comparar, a China poupa 51% de sua renda.
A partir dessa distorção primária, outras distorções acontecem. Para capitalizar a Petrobrás, por exemplo, que precisa urgentemente de recursos para investir no pré-sal, o Tesouro não está injetando recursos, porque não tem. O Tesouro está fazendo gambiarras; está transferindo para a Petrobrás petróleo futuro, ainda no fundo da terra, cuja disponibilidade e preço ainda estão em fase de análise.
Para o Banco do Brasil se capitalizar, o Tesouro abriu mão de participação acionária, ou seja, vendeu ações.
Os portos e aeroportos do País estão estrangulados, como todos sabemos, porque não há investimentos na sua ampliação.
A infraestrutura, em estradas, comunicações, transporte urbano, ferrovias e tanta coisa mais é a precariedade que conhecemos por insuficiência de investimento que, por sua vez, é consequência da insuficiência de poupança.
Ou seja, sem uma política de estímulos que favoreça o fortalecimento das aplicações de longo prazo e o desenvolvimento do mercado de capitais, o Brasil permanecerá bloqueado na sua capacidade de crescer.
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