quarta-feira, 4 de maio de 2011

O DIFÍCIL CAMINHO DA PAZ...



                                     O jogo político entre Palestina e Israel deve ter uma nova cartada hoje, quando o líder do grupo muçulmano Hamas, Khaled Meshal, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e líder do Fatah, Mahmud Abbas, esperam oficializar um acordo de união.

A reunião, marcada para a cidade do Cairo, no Egito, é um desdobramento do anúncio surpreendente da semana passada, quando o Hamas e o Fatah decidiram marcar eleições para o próximo ano e formar um governo de coalizão. O acordo foi ratificado ontem pelas facções.
A reaproximação entre as duas facções palestinas, que disputam o poder desde o início dos anos 1990, motivou previsões contraditórias em todo o mundo. Se, por um lado, há aqueles que apostam na retomada das negociações com Israel, por outro, não são poucos os que veem na aliança um endurecimento nas relações com os israelenses.
Israel foi rápido em declarar que o pacto entre Hamas e Fatah prejudica a chance de paz. O presidente Shimon Peres, um dos mais moderados líderes israelenses, classificou o acordo de erro. Outro dado que mostra as dificuldades de colocar um fim às tensões na região é o fato de os Estados Unidos terem ficado de fora de qualquer entendimento entre as lideranças palestinas.

Independentemente da pressão de Israel, os palestinos demonstram disposição para levar adiante seu plano de criar um Estado ainda neste ano. A ANP já estabeleceu uma data para conseguir o reconhecimento da ONU como Estado independente: setembro.
Há vários anos a ANP vem se preparando para a criação do Estado independente, construindo as instituições públicas necessárias. Mas as barreiras para atingir esse objetivo são enormes. Mesmo contanto com grande apoio da comunidade internacional – inclusive do Brasil, que reconheceu o Estado palestino em dezembro do ano passado –, a não aceitação de Israel e um possível veto dos Estados Unidos podem frustrar os planos.
O pacto entre Hamas e Fatah, que travaram uma quase guerra civil em 2007, um ano após o Hamas vencer as últimas eleições legislativas nos territórios palestinos, pode ser um passo importante rumo à paz na Palestina, mas não exclui o risco de novas e violentas batalhas. As duas facções já anunciaram dois pactos semelhantes que fracassaram.
Para muitos analistas, a reaproximação é resultado das rebeliões populares no mundo árabe. As revoluções na Tunísia e no Egito e as revoltas em vários outros países, como Síria, Líbia, Iêmen e Bahrein, deixaram líderes do Hamas e do Fatah em alerta. Há ainda a pressão de uma parcela da população palestina, que tem ido às ruas pedir a reconciliação.
A comunidade internacional torce para que o pacto entre as facções palestinas crie condições suficientes para moderar seus radicais e trazer a paz com Israel. Ao governo brasileiro cabe, de acordo com seu histórico na diplomacia internacional, contribuir para a mediação de um acordo que coloque fim à violência e estabeleça a paz duradoura



Fonte: A Gazeta do Povo
Editorial-Opinião



Um comentário:

  1. Um grande passo para se chegar a uma paz, nem que seja relativa. Primeiro passo, muito bom: resolver os problemas internos, para depois ir para o segundo, e assim por diante.

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