quarta-feira, 7 de abril de 2010

Dissidente cubano em greve de fome diz que Castro o deixará morrer

O dissidente cubano Guillermo Fariñas, em greve de fome e sede desde o dia 24 de fevereiro, disse nesta segunda-feira que o presidente Raúl Castro "tirou a máscara" e confirmou que o deixará morrer, ao afirmar ontem à noite que não cederá à "chantagem" dos Estados Unidos, da Europa e da oposição cubana sobre direitos humanos.


Psicólogo e jornalista opositor, Fariñas, de 48 anos, começou seu protesto depois da morte do dissidente Orlando Zapata, após uma greve de fome de 85 dias na prisão.

"Com o discurso de Raúl Castro, o regime tirou a máscara e deixou mostrar seu rosto sanguinário. Ele disse que ia me deixar morrer", declarou Fariñas por telefone do hospital de Santa Clara, onde está internado desde meados de março. Ele acrescentou que manterá o jejum.

"Isso não é conveniente para minha família, amigos e irmãos, mas para a causa é, porque vai desmascarar a essência assassina do regime. Vamos continuar a greve de fome porque o desafio lançado pelo presidente não é pessoal para nós, mas para toda a oposição pacífica".

Segundo Fariñas, o discurso do general ao encerrar o congresso do ramo juvenil do Partido Comunista de Cuba "demonstra a intolerância do regime de não querer sob nenhuma hipótese dialogar com a parte da cidadania que ousou enfrentá-lo de maneira pacífica e civilizada".

"A partir desse discurso, nós radicalizamos ainda mais nossa posição. Dissemos aos médicos que não queremos nenhum contato com nenhum funcionário político nem policial, apenas com a família e o pessoal médico", acrescentou.

"A única coisa que nos resta é morrer com dignidade para demonstrar ao mundo a cara do regime. Aceitamos o desafio de morrer por meus ideais", declarou o dissidente. (fonte: Folha)

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