sexta-feira, 30 de abril de 2010

Theodorico aumenta críticas e fica com PSDB.

O acirramento das declarações do deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) em momentos de exaltação estão de volta. A saída de seu filho, o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), da disputa ao governo na última quarta-feira foi bombardeada pelo parlamentar, que acusou de traição o PT nacional, criticou a cúpula do PMDB e não poupou nem o próprio filho.




Theodorico saiu ontem de um almoço com o pré-candidato ao governo Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) afirmando ter assumido “postura independente” na política e que vai para o palanque tucano. “Vou para a candidatura de Luiz Paulo. Da minha parte não há dúvida. Já está decidido. É atitude pessoal, quero levar o DEM para esse apoio e vou recomendá-lo a todos os amigos”.



Mesmo voltando a classificar como “demoníaca” a articulação em torno do vice-governador, Theodorico relativizou o papel do governador Paulo Hartung (PMDB). “O acontecimento geral foi demoníaco, não é dirigido exclusivamente ao governador. A proteção a Renato Casagrande (PSB) e a saída de Ricardo foram acordo entre PSB, PT e o PMDB nacional. O PMDB quer ministérios e a vaga de vice na chapa de Dilma Rousseff à presidência”, disparou. “Foi uma traição do PT”. A atitude satânica de Brasília foi demoníaca porque não seguiu padrões éticos de ouvir os companheiros, e não pode ter apoio no Estado”.



Para Theodorico, o vice deveria ter avisado aos partidos da decisão. “Ele poderia até sair da disputa ao governo, mas não aceitar um trabalho vindo de cima para baixo”. O deputado sustenta que tudo aconteceu por causa da “traição” à candidatura do Ciro à presidência. “O erro foi não ter trazido essa questão ao PMDB estadual, cujo presidente nem sabia da decisão. Faltou reação de Hartung e Ricardo, que se sentiu desprestigiado, e ouvir partidos aliados”.



Perguntado sobre a quem direcionada suas críticas, o democarta tergiversou. “Meu ataque não é a ninguém, é a todo o processo. Uma pessoa na minha idade tem direito de tomar suas atitudes”. Theodorico promete para segunda ou terça-feira um discurso duro na Assembleia. “Não se trata de crítica, é posicionamento político”. Ele vem se reunindo com partidos e já esteve com o prefeito de Vila Velha Nerucimar Fraga (PR).



conversa com o filho

Theodorico também negou que seria vice de Luiz Paulo. “Meu nome não está em julgamento”. O deputado adiou conversa pessoal com Ferraço. “Recebi telefonema dele hoje (ontem), que gostaria de me explicar a situação, mas preferi conversar na semana que vem”. Disse qu não vai aconselhar o filho. “Ele é maior de idade, quero que seja feliz e lamento a situação dele, que não desejo nem ao pior inimigo”.



O democrata se disse surpreso com a saída do filho da disputa ao governo e espera que Hartung entre na camapnha de Ferraço ao Senado. Ele critica a articulação da candidatura de Casagrande apoiada por Hartung . “Construção em laboratório só pode ser desastrosa”.



Theodorico negou ter “ódio ou randor” pela ocorrido com o vice. “No íntimo é até bom ele sair da disputa ao governo, porque pensam que governador pode tudo, e não pode. Me sinto aliviado e livre para ser idnependente. Meu guia é o povo, que vai dar sua resposta na hora certa”.



“A paciência de jó de Ferraço se encerrou”

Theodorico comparou a saída de Ricardo Ferraço da corrida ao governo com conto em que, ao atravessar um rio, um sapo dá carona ao escorpião, mas recebe dele uma picada após a travessia. “É o que o PMDB e o PT fizeram com a candidatura de Ricardo. Essa gente está pensando em interesses pessoais. Já começaram a falar de 2014 sem conversar com o povo. Como Ricardo é grato a Sérgio Vidigal, o PT ficou com ciúmes, o que culminou com a saída de Ciro Gomes do páreo em troca do apoio do PT ao PSB no Estado. Como pode um candidato com 40% nas pesquisas ser deixado de lado e se querer começar a discutir 2014? A paciência de jó de Ricardo encerrou em meio a esses apetites pessoais”.



Como ficou o cenário da sucessão

Candidatos ao governo

Renato Casagrande (PSB).Seguia sem alianças, mas ganhou o apoio do PT, do PMDB e do governador. Passa a ser o palanque único de Dilma Rousseff (PT) no Estado e, na função de articulador, pode trazer mais aliados para a chapa.

Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB).Polariza a disputa representando a candidatura de José Serra à presidência. Crítico do bloco ferracista, agora pode receber em sua chapa partidos insatisfeitos com a desconstrução da candidatura de Ricardo Ferraço, inclusive PDT e PR. DEM e PPS, aliados de Serra, também podem desembarcar em sua chapa.

Brice Bragato (PSOL).A ex-deputada estadual mobiliza uma candidatura alternativa, de oposição ao governo e com propostas contrárias ao atual modelo de gestão. Tenta compensar a falta de alianças partidárias com a mobilização popular e de simpatizantes.



Candidatos ao Senado

Ricardo Ferraço (PMDB). Tem o desafio de trabalhar sua pré-candidatura ao Senado, anunciada após bom tempo se preparando para suceder Hartung. Atraiu aliados como PT, PDT e PR, mas terá retrabalhar articulações. Está na chapa de Casagrande e tem apoio do senador e de Hartung.



Magno Malta (PR). Deixou o bloco de Ferraço ao governo dizendo que começaria “do zero” as conversas com Casagrande e Luiz Paulo. Hoje, pode tanto estar no palanque do tucano quanto, como estuda o PR, entrar na disputa para o governo. Magno aceitou o convite para disputar o governo. Mas há quem não descarte união de Magno com Casagrande - o PR está com Dilma nacionalmente.



Rita Camata (PMDB). Pré-candidata colocada do PSDB, a deputada federal tem circulado pelo interior e sinalizado sua disposição de disputar a vaga. É próxima de José Serra e estuda a posição do marido, o senador Gerson Camata (PMDB), que pode tentar mais uma reeleição.



Guerino Balestrassi (PV). Dá sua candidatura como irreversível, mesmo se não conseguir apoios. Articula-se com o movimento municipalista, com prefeitos e vereadores e vai tentar viabilizar uma aliança na chapa de Casagrande.



Gerson Camata (PMDB). Mantém mistério sobre uma candidatura ao Senado, sem declarações decisivas. Também estaria analisando a candidatura de Rita Camata ao Senado. Outros peemedebistas teriam interesse nessa vaga.



Indefinições

DEM e PPS. Aguardam deliberações nacionais para anunciar alianças, mas ensaiam aproximação com Luiz Paulo.



Sérgio Vidigal (PDT). Avalista central de Ferraço ao governo, evitou polemizar a nova conjuntura. Pode seguir o PDT nacional ficando no palanque local de Dilma. Seria um dos interessados no governo em 2014. Não é impossível uma aproximação com Luiz Paulo. O prefeito esta em “saia justa” com seu partido e pode reivindicar vaga de vice numa composição.



Neucimar Fraga (PR). Atua com um grupo de lideranças que podem lançar quarta candidatura ao Palácio Anchieta - a de Magno, que já aceitou o convite.

Nenhum comentário:

Postar um comentário