Com o Brasil fora da Copa do Mundo, a sucessão presidencial vai esquentar mais cedo. Ainda mais depois de pesquisas de intenção de voto que resgatam a competitividade do candidato do PSDB, José Serra, e obrigam a candidata do PT, Dilma Rousseff, a descer do salto alto. A eleição está polarizada entre os dois e pode ser decidida no primeiro turno. A candidatura de Marina Silva (PV) corre o risco de ser esmagada em razão do pouco tempo de televisão.
O "já ganhou" petista tem seus motivos. A vantagem estratégica de Dilma seria inquestionável. Além de um governo muito bem avaliado e de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gozar de sua mais alta popularidade, a petista ainda teria espaço para crescer no rastro do prestígio de Lula. Seria uma questão de correlação de forças.
Dilma encarna a continuidade dos programas sociais e de investimentos do governo Lula, cujo marketing proporciona elevados índices de aprovação à atual administração federal. Conta com o apoio de 10 partidos - PMDB, PDT, PSB, PCdoB, PR, PRB,PSC, PTC e PMN, além do PT -, com palanques fortes nas 27 unidades da Federação. E dispõe de mais tempo de televisão e de rádio para fazer sua campanha eleitoral do que José Serra.
Sintonias José Serra conduz sua campanha de forma autista, queixam-se os aliados do tucano. Traça o seu rumo eleitoral com base em pesquisas do marqueteiro Luiz Gonzalez. A crise para a escolha do vice revelou as dificuldades de entendimento do tucano com os parceiros da coligação PSDB-DEM-PTB-PPS. Esse problema, entretanto, foi superados pelo impacto das aparições em programas de rádio e TV ao longo de junho. Serra não mudará seu estilo de liderança.
Paralelos As pesquisas revelam que Dilma Rousseff tem mesmo grande dificuldade nos estados do Brasil meridional: São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, apesar dos índices de aprovação do governo e da popularidade do presidente Lula serem bons na região. Nesses estados, tradicionalmente, a velha cultura patriarcal brasileira teve menos influência. E os eleitores são menos sensíveis ao discurso paternalista do presidente Lula, bem ao estilo do nosso velho sebastianismo ibérico.
Televisão A campanha eleitoral começa oficialmente na terça-feira,exceto na televisão e no rádio, nos quais os programas eleitorais somente serão exibidos a partir de 17 de agosto. Até lá, precisará ser melhor explicada a polêmica decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que verticalizou a campanha na mídia eletrônica.
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