O governo de Cuba busca proteger sua imagem diante de uma possível morte do dissidente Guillermo Fariñas, ao reconhecer a gravidade da saúde dele e explicar os cuidados médicos aos quais ele está sendo submetido, disse neste domingo (4) a líder das Damas de Branco - familiares dos presos políticos.
- Estão "preparando o povo para o caso de haver alguma morte, divulgar que em matéria de saúde pública fizeram tudo o que podiam - disse Laura Pollán, depois de liderar uma passeata com cerca de 30 Damas de Branco, solicitando a libertação de seus familiares.
Segundo Pollán, a publicação no sábado (3) de uma longa entrevista com o médico de Fariñas, que reconhece que ele corre risco de morte, pode estar relacionada também à visita que o chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, inicia ao país na segunda-feira (5).
..- Moratinos vem, intercede pelos presos políticos, é possível que soltem 10 ou 12 e com isso a vida de Fariñas seja salva" e consigam que "vejam [o governo] como o salvador dos presos e essencialmente da vida de Fariñas", disse Pollán.
Ela lembrou que a Espanha conseguiu adiar de junho para setembro a avaliação da Posição Comum Europeia sobre Cuba, que desde 1996 condiciona a colaboração com a ilha a avanços em matéria de direitos humanos.
O governo de Cuba alertou que o dissidente Guillermo Fariñas, em greve de fome há 131 dias, corre potencial risco de morte por causa de um coágulo na jugular, mas que estão lutando para salvá-lo, segundo entrevista do médico estatal publicada no jornal Granma.
O chefe da terapia intensiva do Hospital de Santa Clara, Armando Caballero, afirmou no sábado (3) que o paciente corre risco de morte e que Fariñas está sendo tratado adequadamente.
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