O governador Paulo Hartung parece ter mudado de estratégia em relação à chapa federal no grupo do PSDB. Se antes a movimentação era de desidratação da candidatura do deputado estadual tucano César Colnago, para que o grupo ficasse enfraquecido e o ex-prefeito de Vila Velha Max Filho não conseguisse se eleger, a situação agora é diferente.
Diante da impossibilidade de impedir a eleição de Max Filho (PTB), Hartung estaria investindo no contrario. A intenção dele é inflar a candidatura de Colnago para que possa ter um aliado na bancada capixaba, no sentido de amortecer os ataques do opositor do governo.
A primeira tentativa de Hartung para desidratar Max Filho foi o recuo na candidatura de Luciano Rezende (PPS), que também disputaria a eleição para a Câmara e agora vai tentar uma vaga na Assembleia. Agora a pressão é sobre a candidatura do demista Luciano Pereira. Mas, mesmo que Pereira e Colgano recuem na eleição, o que não deve acontecer, o ex-prefeito teria, graças à estratégia montada por PTB e PSDB, todas as condições de garantir sua eleição.
Com mais de 20 candidatos à Câmara e os votos de legenda, embalados pela campanha presidencial de José Serra, Max Filho teria um bom suporte para correr atrás de uma votação que complemente o coeficiente eleitoral. Além disso, o ex-prefeito de Vila Velha terá em seu palanque o apoio do pai, o ex-governador Max Mauro, que em sua campanha à Assembleia puxará os votos do interior para o filho.
Com o mandato na Câmara, os discursos de Max Filho poderão ser direcionados para a oposição ao governador Paulo Hartung e sua atuação nos últimos anos. Esta, aliás, foi uma condição colocada para a filiação ao PTB. Já o partido tem como prioridade, pela voz de seu presidente nacional, Roberto Jefferson, eleger Max Filho deputado federal.
Hartung ainda tem muito poder sobre a classe política, mas, quando se trata da família Mauro, não há como impedir que eles continuem firmes no discurso oposicionista. Mesmo passando perrengue nos oito anos em que administrou Vila Velha, e com o bloqueio aos partidos para que não aceitassem pai e filho, o governador não consegue calar uma das únicas vozes oposicionistas no Estado.
Fragmentos:
1 – A imprensa corporativa insiste em afirmar que o governador Paulo Hartung está fora da eleição deste ano. Hartung não precisa, porém, declarar textualmente que está apoiando um ou outro. Afinal, ele não fala. ele age.
2 – Sobre a neutralidade na eleição presidencial, isto já se tornou uma marca de Hartung. Ele sabe que Lula nunca teve um grande desempenho no Espírito Santo. Além disso, com a neutralidade ele fica nos dois palanques para ter trânsito com quem for eleito.
3 – A preocupação de Hartung tem sido a eleição proporcional. Tem movimentado céus e terras para garantir que a próxima Assembleia tenha defensores de seus dois mandatos
seculodiario.
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