Governo Lula enreda-se todo no caso da violação do sigilo fiscal dos Serra
Nesta quarta-feira, o ministro da Justiça do governo Lula, Luiz Paulo Barreto, avisou que Receita e Polícia revelarão em seus inquéritos se houve ou não crime eleitoral no caso da violação do sigilo fiscal de dirigentes tucanos e da própria filha do candidato José Serra. Nesta quarta, o blog de Ricardo Noblat publicou uma procuração assinada por Verônica Serra, passada em favor de carlos Atella Ferreira no 16º Tabelião de Notas de São Paulo, rua Augusta, que levada na Receita em Santo André, “legalizou” a espionagem. A procuração é falsa e a assinatura também é falsa. O próprio Noblat teve que reconhecer isto. São cada vez mais materiais as provas de que uma quadrilha política foi montada e executou ordens criminosas. O caso começou com a ordem do ex-prefeito Fernando Pimentel e do jornalista Luiz Lanzetta, para a produção de dossiê capaz de caluniar Serra. Um dossiê inicial foi entregue à Folha por fontes que o jornal identificou como ligados ao PT. A repercussão do escândalo já desembarcou na campanha de Dilma Roussef e terá conseqüências eleitorais e criminais.
Serra: “Dilma está repetindo o que o Collor fez. E mais: o Collor está do lado dela – quem sabe ele tenha transferido a tecnologia”.
O candidato tucano à Presidência, José Serra, aproveitou a entrevista concedida ao Jornal da Globo para criticar a quebra de sigilo fiscal de sua filha, Verônica. Ele definiu a violação como um “ato criminoso” e voltou a falar em "jogo sujo" por parte do grupo da adversária Dilma Rousseff (PT).
Serra comparou o caso à estratégia de campanha de Fernando Collor contra Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989. Na época, Collor resgatou a história de que Lula teria pedido à então namorada que fizesse um aborto. O candidato do PSDB ironizou: “Dilma está repetindo o que o Collor fez. E mais: o Collor está do lado dela – quem sabe ele tenha transferido a tecnologia”.
O candidato também afirmou que os dados de sua filha já estavam sendo usados por “blogs sujos” na internet desde o ano passado, para chantageá-lo. E desqualificou a alegação da Receita Federal de que o acesso aos dados fiscais foi feito a pedido da própria Verônica Serra. “É mentira descarada”, atacou. O tucano não foi perguntado sobre o tema; abordou o assunto por conta própria, quando indagado sobre o mensalão do DEM em Brasília. A entrevista foi veiculada no início da madrugada desta quarta-feira.
Segue abaixo um pequeno trecho da entrevista que Serra concedeu ontem à noite, no jornal da Globo:
"William Waack: Candidato, a Receita está dizendo em Brasília que essa quebra de sigilo foi feita a pedido da sua filha...
José Serra: É mentira, mentira descarada. Mentira descarada. E agora, você sabe, esse pessoal mente, eles são profissionais da mentira. Então são profissionais da mentira. Eles já... Mentem e dizem qualquer coisa. Tem que provar isso".
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