HPV - papilomavírus humano
O que é o HPV?
O HPV, sigla em inglês para papiloma vírus humano, é um vírus que infecta a pele e a mucosa. É hoje a doença sexualmente transmissível mais comum. São mais de 200 tipos, sendo que alguns são genitais, outros estão relacionados a verrugas (6 e 11), outros a câncer (16, 18, 31, 33, 45, 58) etc.
É fácil pegar?
Segundo o secretário da Comissão de Doenças Infecto-Contagiosas em Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo, José Eleutério Junior, cerca de 80% dos homens e 80% das mulheres sexualmente ativas entrarão em contato com o vírus em algum momento. Entretanto, só uma parcela pequena terá suas células infectadas e uma parcela menor ainda terá doenças relacionadas. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), 25% das brasileiras estão infectadas, apesar de só 3% a 10% delas desenvolverem um câncer relacionado.
Qual a reação com câncer? Todos causam?
Não, apenas alguns tipos causam câncer. Jeremy D. Goldhaber-Fiebert, professor da Universidade de Stanford, nos EUA, diz que 10% dos cânceres em mulheres ocorrem no colo do útero e que, a cada ano, mais de 250 mil mulheres (85% delas em países em desenvolvimento) morrem em decorrência da doença. Segundo ele, 10% das mulheres infectadas com um HPV de alto risco desenvolvem infecções a longo prazo que podem virar câncer do colo do útero.
Eleutério Junior diz que praticamente 100% dos casos de câncer colo de útero, 90% dos de câncer de ânus e 30% dos de boca têm relação com o HPV, além de quase metade dos casos de câncer de pênis. De acordo com o médico, se a mulher tem o HPV tipo 16, ela tem 1 para mil chance de desenvolver câncer, mas o risco comparado com uma mulher que não tem o vírus é 500 vezes maior.
Como os papilomavírus podem ser diagnosticados?
O HPV é diagnosticado pelo exame de papanicolau. Na maioria das vezes, a mulher só descobre que tem o vírus se tiver alguma lesão. Nos homens, o vírus tem características mais sutis, por isso, eles só procuram um médico quando há uma lesão mais evidente. A busca pelo tratamento também se dá pelo aparecimento de verrugas na vulva, pênis e ânus.
Se eu tenho HPV descoberto pelo papanicolau, eu também posso ter HPV na boca?
Se você teve contato da boca com a mucosa infectada, é possível ter contraído o vírus. Mas, novamente, entrar em contato é muito frequente, mas ser infectado não. Geralmente , na boca só é feito um tratamento se há lesão oral.
Se estou infectada, mas sem lesão, há problema?
A célula pode estar infectada, que é a capacidade da célula de ficar com vírus, mas o corpo não deixar que o vírus ocasione nenhuma lesão. Você pode ficar infectada por meses ou muitos anos até que seu corpo elimine o vírus. O irá levar a lesões, segundo Eleutério Junior, é a combinação da imunidade do corpo e da genética. Em geral, o vírus é eliminado de 1 a 2 anos e durante o período é recomendado fazer o papanicolau de 6 em 6 meses para acompanhamento.
Dá para saber como foi a transmissão? Do homem pra mulher ou vice-versa?
Não tem como saber porque o vírus pode ficar na célula da pessoa por muto tempo e a transmissão pode não ser por via sexual.
Depois de quanto tempo de infectada aparece o câncer?
De acordo com Eleutério Junior, o processo evolutivo de uma lesão menor pode levar de 10 a 15 anos para chegar a um câncer. Por isso, o papanicolau bem feito com periodicidade é essencial para a prevenção.
Como as pessoas podem se prevenir dos HPV?
O HPV é transmitido pelo com contato da mucosa, não necessariamente pela relação sexual com penetração, mas o preservativo masculino (camisinha) protege 80%. A vacina é a principal maneira para prevenção dos tipos que mais causam câncer e verrugas genitais. (Ler mais abaixo sobre vacinas)
É necessário contar para o parceiro sexual para que ele faça exames?
O fato de ter mantido relação sexual com uma pessoa infectada não significa que obrigatoriamente ocorrerá transmissão do vírus, mas uma vez detectado no parceiro, homens devem procurar um urologista e mulheres o ginecologista.
Qual o tratamento para erradicar a infecção pelo papilomavírus?
O tratamento varia de acordo com a faixa etária, a experiência do médico e a característica da lesão. São três níveis de lesão: baixo, médio e alto grau. Se é uma lesão de baixo grau em adolescentes, em 80% das vezes desaparece completamente em até 2 anos. Nas mulheres acima de 30 anos deve-se ter uma conduta mais presente. As lesões são tratadas com cauterização ou ácido, nos casos de alto grau, há biopsia. A vacina também é recomendada como tratamento. Para saber qual tipo de HPV a pessoa tem, seria necessário fazer uma pesquisa de anticorpos (as defesas do organismo). Então, o médico diz que a prática é dar a vacina para estimular a criação de anticorpos.
Quais são e como são as vacinas contra o HPV?
Existem duas vacinas contra o HPV, a quadrivalente e a bivalente. A quadri cria anticorpos para os dois principais tipos do vírus causadores do câncer (16 e 18) --os mesmos da bivalente --e também para dois tipos que geram verrugas genitais (6 e 11). A vacina protege contra 70% dos casos de câncer de colo do útero.
Segundo pesquisa feita na Austrália, houve redução de 90% das verrugas genitais com a vacinação no sistema de saúde do país. A vacina, hoje só é fornecida na rede privada e custa cerca de R$ 400 a dose. Ela é aplicada em três doses.
Há algum fator que aumente o risco de a mulher desenvolver câncer do colo do útero?
Há fatores que aumentam o potencial de desenvolvimento do câncer de colo do útero em mulheres infectadas pelo papilomavírus: número elevado de gestações, uso de contraceptivos orais (pílula anticoncepcional), tabagismo, pacientes tratadas com imunosupressores (transplantadas), infecção pelo HIV e outras doenças sexualmente transmitidas (como herpes e clamídia).
Fonte: Febrasgo, Inca
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