Iúna é uma bonita e próspera cidade do sudoeste do Espírito Santo, na época ( 1987 ) o Rio Pardo F;C tinha um bom time e como falei em O MUDINHO ARTILHEIRO, fomos enfrentá-lo, nossos ônibus ficaram na pracinha e subimos uns 300 metros até o estádio.
Terminou em confusão o jogo preliminar, o clima ficou tenso e parecia que toda a cidade estava lá para assistir ao grande jogo, nosso time era o campeão sulino de futebol amador e o Rio Pardo não perdia para ninguém em seu gramado, quebrar essa invencibilidade era nossa intenção, afinal viajamos três horas para isso. Entramos em campo sob intensa vaia e um tremendo foguetório saldou o time da casa.
-Vamos acabar com essa turma de “rasga pão” gritavam os torcedores, explico, “rasga pão” era como éramos conhecidos, apelido herdado dos tempos que o então Distrito de Marapé pertencia ao Município de Cachoeiro de Itapemirim.
Como de costume, o juiz era de nossa responsabilidade e mal começou o jogo e a mãe do pobre coitado começou a receber os “elogios” de costume.
Aos 20 minutos do primeiro tempo, numa cobrança de falta abrimos o marcador, o que irritou profundamente a torcida local que jurava que o juiz tinha inventado a falta. A situação começou a ficar preocupante, ameaças do tipo “vamos matar esse juiz” procurava amedrontar o árbitro. Quase ao final do primeiro tempo, numa cobrança de escanteio, o Rio Pardo empatou o jogo para delírio de seus fanáticos torcedores, e confesso para um certo alivio nosso.
Olhei para a arquibancada e vi claramente três a quatro torcedores sacaram seus revolveres e começaram a atirar para o alto, chamei o policiamento e pedi para retirarem os torcedores armados , caso contrário iríamos tirar o time de campo.
-Podem continuar o jogo que vamos fazer uma revista, se tiver alguém armado vamos retirá-los, falou o que me pareceu ser chefe dos policiais.
Concordamos em continuar, avaliei que seria pior abandonarmos o gramado, isso iria gerar uma terrível confusão e muitas mulheres e crianças em nossa torcida me preocupava, aproveitei o intervalo e dei a seguinte orientação aos jogadores,
-Gente, o negócio é o seguinte, se ganharmos esse jogo não vamos sair inteiros daqui, é melhor tentar empatar, se perder não faz mal, ok? Tenho medo que alguém se machuque, afinal temos que descer a ladeira a pé até os ônibus e sinceramente acho que esses policiais não vão garantir nada.
Antes de iniciar o segundo tempo os policiais voltaram e deram o recado curto e grosso,
- O Sr está vendo demais, não tem ninguém armado, tratem de jogar futebol.
Após algumas pequenas confusões, o jogo chegou ao final com a vitória do time da casa pelo placar de 2 X 1. Chegamos aos nossos ônibus, alguns torcedores nossos mais exaltados me deram o maior trabalho pois queriam responder as provocações. Só respirei aliviado quando pegamos a estrada de volta pra casa. Pelo que sei o glorioso Rio Pardo FC ficou invicto por muitos e muitos anos.
Terminou em confusão o jogo preliminar, o clima ficou tenso e parecia que toda a cidade estava lá para assistir ao grande jogo, nosso time era o campeão sulino de futebol amador e o Rio Pardo não perdia para ninguém em seu gramado, quebrar essa invencibilidade era nossa intenção, afinal viajamos três horas para isso. Entramos em campo sob intensa vaia e um tremendo foguetório saldou o time da casa.
-Vamos acabar com essa turma de “rasga pão” gritavam os torcedores, explico, “rasga pão” era como éramos conhecidos, apelido herdado dos tempos que o então Distrito de Marapé pertencia ao Município de Cachoeiro de Itapemirim.
Como de costume, o juiz era de nossa responsabilidade e mal começou o jogo e a mãe do pobre coitado começou a receber os “elogios” de costume.
Aos 20 minutos do primeiro tempo, numa cobrança de falta abrimos o marcador, o que irritou profundamente a torcida local que jurava que o juiz tinha inventado a falta. A situação começou a ficar preocupante, ameaças do tipo “vamos matar esse juiz” procurava amedrontar o árbitro. Quase ao final do primeiro tempo, numa cobrança de escanteio, o Rio Pardo empatou o jogo para delírio de seus fanáticos torcedores, e confesso para um certo alivio nosso.
Olhei para a arquibancada e vi claramente três a quatro torcedores sacaram seus revolveres e começaram a atirar para o alto, chamei o policiamento e pedi para retirarem os torcedores armados , caso contrário iríamos tirar o time de campo.
-Podem continuar o jogo que vamos fazer uma revista, se tiver alguém armado vamos retirá-los, falou o que me pareceu ser chefe dos policiais.
Concordamos em continuar, avaliei que seria pior abandonarmos o gramado, isso iria gerar uma terrível confusão e muitas mulheres e crianças em nossa torcida me preocupava, aproveitei o intervalo e dei a seguinte orientação aos jogadores,
-Gente, o negócio é o seguinte, se ganharmos esse jogo não vamos sair inteiros daqui, é melhor tentar empatar, se perder não faz mal, ok? Tenho medo que alguém se machuque, afinal temos que descer a ladeira a pé até os ônibus e sinceramente acho que esses policiais não vão garantir nada.
Antes de iniciar o segundo tempo os policiais voltaram e deram o recado curto e grosso,
- O Sr está vendo demais, não tem ninguém armado, tratem de jogar futebol.
Após algumas pequenas confusões, o jogo chegou ao final com a vitória do time da casa pelo placar de 2 X 1. Chegamos aos nossos ônibus, alguns torcedores nossos mais exaltados me deram o maior trabalho pois queriam responder as provocações. Só respirei aliviado quando pegamos a estrada de volta pra casa. Pelo que sei o glorioso Rio Pardo FC ficou invicto por muitos e muitos anos.
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