quinta-feira, 11 de agosto de 2011

INVESTIMENTOS COM RECURSOS PRÓPRIOS NOS MUNICIPIOS DO ESPIRITO SANTO

Pequenas cidades são exemplo de investimentos.

Elas não são as maiores e nem são beneficiadas por royalties gerados por produção de petróleo, mesmo assim, Mucurici, Conceição do Castelo, São Gabriel da Palha, São Roque do Canaã e Brejetuba - pela ordem - foram as cidades do Espírito Santo que aplicaram os maiores percentuais de investimento, em 2010, em relação às suas receitas totais.

Do outro lado, ostentando as piores colocações, estão Fundão, Jaguaré - produtores de petróleo -, Muqui, Apiacá e Irupi.

Segundo o economista Alberto Borges, editor do anuário Finanças dos Municípios Capixabas, que circula hoje com os dados, de maneira geral, foram as transferências voluntárias do Estado e da União que sustentaram os investimentos das cidades do Estado.

Esse apoio foi verificado, principalmente, nas pequenas regiões, com até 50 mil habitantes. No total, as transferências representaram 39,6% dos investimentos - só o governo do Estado repassou R$ 184 milhões.

A performance desses municípios é explicada, em parte, por Borges, com o fato de, neles, qualquer poupança representar uma taxa elevada. O economista destaca a situação de, no Estado, 59 cidades terem taxas de investimento acima da média nacional, que não chega a 10%.

Juntos, os 78 municípios empregaram R$ 1 bilhão, sendo R$ 659,9 milhões com recursos próprios.

O prefeito de Mucurici, Atanael Passos Wagmacker, diz que a liderança no índice de investimento (26,9%) só foi possível com o enxugamento de gastos. "Construímos duas creches e milhares de metros de calçamento, e reformamos postos de saúde, tudo isso em seis anos, com recursos próprios", diz ele, em seu segundo mandato.

Serra: 9% de queda em um ano
Com R$ 132,87 milhões em investimentos, de uma receita total de R$ 707,5 milhões, o município da Serra detém a segunda colocação no ranking das cidades que mais investiram em 2010 em volume de dinheiro, perdendo para Vitória, primeira colocada, com R$ 212 milhões. Mas, em relação a 2009, registrou uma queda de 9%.

O secretário de Planejamento da Prefeitura da Serra, Leonardo Bis, atribui a queda à crise econômica de 2009. Ele afirma que a cidade fez uma redução "severa" nas despesas de custeio, mas, mesmo assim, não conseguiu manter o mesmo nível de investimento do ano anterior.

"A cidade cresceu muito, e os gastos com sua manutenção ficaram mais caros", argumenta. Neste ano, a meta é investir R$ 300 milhões, mas Bis diz que o valor deve chegar a R$ 180 milhões.

A Revista Finanças Capixabas revela, por outro lado, a performance de Vila Velha, que em 2010 retomou o mesmo padrão de investimento de 2008 - R$ 112,1 milhões, 20% de sua receita de R$ 561,3 milhões.

O economista Alberto Borges lembra que, assim como Vila Velha, Cariacica tem baixa arrecadação, mas registrou 15% de investimento, o que ele considera significativo.

Problemas políticos e técnicos afetam Fundão
Um tsunami passou pela cidade de Fundão, no mês passado. Foi esse o nome da operação do Ministério Público Estadual, que levou para prisão 12 pessoas, entre secretários da prefeitura, vereadores da base aliada do prefeito Marcos Moraes - que foi afastado, mas já voltou ao cargo -, funcionários e empresários.

O grupo foi apontado como suspeito de desviar parte da verba mensal que o município recebe em royalties. O secretário de Finanças da prefeitura, Cássio Dias Lopes, admite: "problemas políticos e falhas técnicas" interferiram no município com menor índice de investimentos em 2010.

Há um mês no cargo, Lopes diz que "apaga incêndio", e alega que a falta de uma certidão do INSS impede que Fundão firme convênios com o governo. "Estamos solucionando", diz. A meta para este ano é de R$ 7,5 milhões em investimentos, para um orçamento de R$ 41,1 milhões



Fonte: A Gazeta

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