"Apoiamos Serra e Alvaro Dias, que será o vice", afirmou o presidente do PPS, Roberto Freire, após lamentar a ausência do presidenciável José Serra na convenção que oficializou o apoio à candidatura dele. "(Serra) chegou realmente a chorar. Disse que lamenta muito, mandou um grande abraço. Disse que está firme. Ele não vai se submeter às imposições de quem quer que seja", afirmou Freire à frente de um banner do tucano.
O PSDB apresentou a todos os partidos aliados o nome de Alvaro Dias para ocupar a vice. O presidente nacional dos tucanos, senador Sergio Guerra (PE), apresentou formalmente o nome do parlamentar como opção consensual da legenda. O PTB e o PPS não apresentaram resistência à indicação. Já o DEM, que agrega três minutos de televisão a Serra, questiona a escolha e reivindica a vaga.
O presidente do PPS tentou apaziguar os ânimos exaltados com a queda nas pesquisas de intenção de voto. "Alguns ficam atemorizados com pesquisa de opinião... nesse último Ibope, Dilma tem mais votos...", afirmou, para depois acrescentar: a pesquisa indica alguns números interessantes, preocupantes, porque estamos tendo perda aqui no Sudeste.
Freire pondera: "a adversária não cresceu naquilo que parece ser o seu quintal, o Nordeste... A pesquisa mostrou que Lula parece ter perdido o seu mito". Durante o seu discurso o presidente do PPS fez duras críticas ao presidente Luis Inácio Lula da Silva. "Ele deveria ser o primeiro a dar o exemplo", afirmou, e acrescentou que o petista faz "deboche" das leis.
Subprefeita da Lapa (SP), Soninha deu o seu depoimento. A paulista falou de sua experiência no PT e explicou suas motivações para ter deixado a base do governo Lula. "Nenhum de nós está livre de problemas, conflitos e desvios, mas a questão é como a gente se posiciona frente a isso", afirmou. "O antigo rigor que o partido tinha em relação aos erros dos outros não foram assimilados em seus próprios erros".
Soninha falou também em critérios para se fazer alianças para criticar o PT. "Já não condicionavam mais as alianças em torno de um projeto", criticou a ex-petista. "Falta alcançar o verdadeiro resultado: um País menos injusto e que disperdice menos potencial".
Gabeira diz que atrito entre PSDB e DEM não deve atrapalhar sua campanha
Recém-saído de outra crise causada pelo PSDB que quase racha sua coligação de apoio, o candidato do PV ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, disse não acreditar que o atrito entre tucanos e o DEM pelo vice de Serra atinja sua campanha no Estado.
"Acabamos de passar por uma crise, mas definimos nossa campanha no Rio, na qual agora entramos em completa paz", afirmou Gabeira, cujo partido tem candidata própria, Marina Silva, à presidência, mas no Rio, além do PV, é apoiado justamente pelos três partidos da coligação nacional de José Serra - PSDB, PPS e DEM.
Em seu discurso, Gabeira pediu um minuto de silêncio para as vítimas das enchentes no Nordeste. O candidato também fez críticas ao governo Lula. "Enquanto contruímos o avanço material, perdemos o contato com os valores", afirmou. "Há políticos que podem ter coerência entre o que dizem, falam e são". "Os eleitores são tratados como crianças. Ora dizem que não sabem, que não é com eles... eles acham que a população é infantil", atacou.
O PSDB chegou a ameaçar sair da coligação no Rio, caso o PPS não cedesse a vaga de uma das duas candidaturas ao Senado, para mostrar mais o número 45 do partido no programa eleitoral do Estado. A ameaça aconteceu na véspera da convenção que homologou a chapa de apoio a Gabeira, no sábado passado (19). Mas o PPS não aceitou retirar a candidatura de Marcelo Cerqueira a senador e os tucanos acabaram desistindo e continuando na coligação na última hora.
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