Qual o denominador comum a unir Antônio Palocci, Alfredo Nascimento, Nelson Jobim, e agora, Wagner Rossi?
Simplesmente de que começaram a cair bem antes da queda. Por corrupção ou incontinência verbal, tiveram nomes e ministérios fritados em fogo baixo, levando semanas para a inevitável defenestração. Mais do que uma característica deles, a de tentar sobreviver, registra-se o estilo da presidente Dilma, de deixar que o cheiro de queimado se torne insuportável. Na hora em que a fumaça toma conta da cozinha e ameaça sair pela janela, assustando quem está de fora, a presidente age. Não antes, para não deixar dúvidas de que longe de ser vítimas imoladas na fogueira da precipitação, os ministros demitidos mereceram as chamas.
Por isso, Palocci, Nascimento e Jobim deixaram o ministério sem que ninguém os defendesse e, mais ainda, com a popularidade de Dilma crescendo alguns percentuais depois de cada queda.
A bola da vez, agora, é o ministro da Agricultura. Pode demorar alguns dias, até semanas, mas parece inevitável que Rossi venha a deixar de ser ministro. A tática foi de esperar que novas revelações e denúncias aparecessem, no caso dos três já exonerados, dois corruptos e um que terminou lambuzado por comentários desastrosos. Sucedem-se as evidências de propinas, comissões, extorsões e nepotismo na Conab e adjacências, chegando ao gabinete do ministro, de onde já saiu o secretário-executivo.
Cada presidente tem seu estilo, desde não fazer nada até dar linha para a pipa elevar-se mais na atmosfera poluída das denuncias ou dos conceitos provocadores. Há quem suponha novas frigideiras no fogão, à espera de outras faíscas redentoras.
Não há imunidades partidárias
Primeiro o PT, que abandonou Antônio Palocci. Depois o PR, que mesmo estrilando deixou Alfredo Nascimento submergir. Em seguida o PMDB,que nem uma nota de solidariedade expediu em favor de Nelson Jobim. Será diferente com Wagner Rossi?
Estarão o vice-presidente Michel Temer, os líderes do PMDB na Câmara e no Senado e os demais ministros do partido dispostos a sair em defesa do titular da Agricultura? Aceitarão confrontar a presidente, ameaçando com o rompimento? Nem pensar. No máximo, caras feias e promessas não cumpridas de votar contra projetos de interesse do governo, no Congresso. O prejuízo seria letal caso sobreviessem arroubos de independência. Os partidos perderiam benesses, favores, ocupação de espaços financeiros, propinas e comissões. Cada vez fica mais evidente que nossos atuais partidos não subsistem sem o poder. Ou não foi a mesma coisa quando as oposições estavam no governo?
A hora de os soldados voltarem
Por melhores que sejam as intenções e as iniciativas internacionais, um soldado estrangeiro armado transitando em terra estranha será sempre considerado inimigo pelas populações locais. Esse é o obstáculo intransponível às chamadas Forças de Paz, de Guerra ou sucedâneos. Não haverá paz enquanto tropas americanas continuarem no Iraque, no Afeganistão e alhures.
Vale o mesmo para a presença brasileira no Haiti. Até nossa seleção de futebol foi jogar lá, para agradar a população e demonstrar que somos amigos. Não adiantou nada. Fica indignado cada haitiano que vê passar um carro de combate cheio de soldados brasileiros, mesmo que estejam indo apaziguar uma briga interna ou até distribuir água ou comida.
Está na hora de o governo brasileiro repensar nossa presença naquele infeliz país. Somos invasores, quaisquer que pareçam os bons propósitos de impedir o caos e tentar levar a tranquilidade a uma sociedade posta em frangalhos. E de ajudar em sua pior hora, quando do terremoto. Nossos contingentes não são tidos como libertadores, mas como intrusos.
Há anos suportamos o ônus de cumprir determinações das Nações Unidas. Está na hora de nossos soldados voltarem.
Carlos Chagas.
Simplesmente de que começaram a cair bem antes da queda. Por corrupção ou incontinência verbal, tiveram nomes e ministérios fritados em fogo baixo, levando semanas para a inevitável defenestração. Mais do que uma característica deles, a de tentar sobreviver, registra-se o estilo da presidente Dilma, de deixar que o cheiro de queimado se torne insuportável. Na hora em que a fumaça toma conta da cozinha e ameaça sair pela janela, assustando quem está de fora, a presidente age. Não antes, para não deixar dúvidas de que longe de ser vítimas imoladas na fogueira da precipitação, os ministros demitidos mereceram as chamas.
Por isso, Palocci, Nascimento e Jobim deixaram o ministério sem que ninguém os defendesse e, mais ainda, com a popularidade de Dilma crescendo alguns percentuais depois de cada queda.
A bola da vez, agora, é o ministro da Agricultura. Pode demorar alguns dias, até semanas, mas parece inevitável que Rossi venha a deixar de ser ministro. A tática foi de esperar que novas revelações e denúncias aparecessem, no caso dos três já exonerados, dois corruptos e um que terminou lambuzado por comentários desastrosos. Sucedem-se as evidências de propinas, comissões, extorsões e nepotismo na Conab e adjacências, chegando ao gabinete do ministro, de onde já saiu o secretário-executivo.
Cada presidente tem seu estilo, desde não fazer nada até dar linha para a pipa elevar-se mais na atmosfera poluída das denuncias ou dos conceitos provocadores. Há quem suponha novas frigideiras no fogão, à espera de outras faíscas redentoras.
Não há imunidades partidárias
Primeiro o PT, que abandonou Antônio Palocci. Depois o PR, que mesmo estrilando deixou Alfredo Nascimento submergir. Em seguida o PMDB,que nem uma nota de solidariedade expediu em favor de Nelson Jobim. Será diferente com Wagner Rossi?
Estarão o vice-presidente Michel Temer, os líderes do PMDB na Câmara e no Senado e os demais ministros do partido dispostos a sair em defesa do titular da Agricultura? Aceitarão confrontar a presidente, ameaçando com o rompimento? Nem pensar. No máximo, caras feias e promessas não cumpridas de votar contra projetos de interesse do governo, no Congresso. O prejuízo seria letal caso sobreviessem arroubos de independência. Os partidos perderiam benesses, favores, ocupação de espaços financeiros, propinas e comissões. Cada vez fica mais evidente que nossos atuais partidos não subsistem sem o poder. Ou não foi a mesma coisa quando as oposições estavam no governo?
A hora de os soldados voltarem
Por melhores que sejam as intenções e as iniciativas internacionais, um soldado estrangeiro armado transitando em terra estranha será sempre considerado inimigo pelas populações locais. Esse é o obstáculo intransponível às chamadas Forças de Paz, de Guerra ou sucedâneos. Não haverá paz enquanto tropas americanas continuarem no Iraque, no Afeganistão e alhures.
Vale o mesmo para a presença brasileira no Haiti. Até nossa seleção de futebol foi jogar lá, para agradar a população e demonstrar que somos amigos. Não adiantou nada. Fica indignado cada haitiano que vê passar um carro de combate cheio de soldados brasileiros, mesmo que estejam indo apaziguar uma briga interna ou até distribuir água ou comida.
Está na hora de o governo brasileiro repensar nossa presença naquele infeliz país. Somos invasores, quaisquer que pareçam os bons propósitos de impedir o caos e tentar levar a tranquilidade a uma sociedade posta em frangalhos. E de ajudar em sua pior hora, quando do terremoto. Nossos contingentes não são tidos como libertadores, mas como intrusos.
Há anos suportamos o ônus de cumprir determinações das Nações Unidas. Está na hora de nossos soldados voltarem.
Carlos Chagas.
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