O ex-ministro do Turismo caiu de podre, e o substituto, Gastão Vieira, já chega queimado por irregularidades praticadas no mandato de deputado. À presidente Dilma Rousseff restou o fardo de referendar a indicação de mais um aliado fisiológico do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), dono daquele feudo.
Gastão muito provavelmente não tem qualificações técnicas para o posto, mas foi colocado lá para atender a Sarney e ao PMDB. Dilma precisa ficar de bem com o partido para garantir a aprovação de projetos do governo na Câmara. Simples e lamentável assim.
São as fragilidades do nosso sistema político mais uma vez expostas. E, como se sabe, não é um problema restrito à presidente. Prefeitos e governadores também precisam ceder ao loteamento político das administrações, sob o risco de não conseguirem governar.
No sistema chamado de presidencialismo de coalizão, o governante precisa ter maioria no parlamento. E em geral essa maioria é obtida mediante o "toma lá, dá cá", a distribuição de verbas e cargos.
Em conversas reservadas, políticos à frente do Executivo costumam reclamar de que, muitas vezes, suas equipes são formadas por apadrinhados políticos sem capacidade para posto. É o caso do Ministério do Turismo, entre tantos outros exemplos.
O próprio governador Renato Casagrande (PSB), ao compor seu secretariado, precisou montar a equipe com quadros indicados pelos partidos, inclusive o seu. Hoje o PSB é a sigla que mais ocupa postos no governo, no primeiro e nos demais escalões. Aliás, Casagrande teria sido alertado por aliados dos riscos de mudar postos demais na máquina, o que geraria prejuízos à gestão.
Esse é um dos vícios da nossa democracia, que já tem 29 legendas oficialmente registradas. A maioria delas não tem identidade ideológica ou diferenças substanciais entre si. Estão aí exatamente por conta desse modelo fisiológico que incentiva a corrida pelo poder para se beneficiarem dele.
Hoje há 22 partidos no Congresso e é com boa parte deles que a presidente Dilma precisa negociar e atender para manter a governabilidade.
Algumas administrações conseguiram driblar esse modelo, formando equipes mais técnicas e com a ficha limpa, atendendo de outra forma aos caciques partidários. Mas é preciso que os governantes tenham alto capital político e apoio da sociedade.
Quanto às demissões no governo Dilma, há aspectos positivos em relação ao anterior. As denúncias contra integrantes da equipe não têm sido jogadas para baixo do tapete e os envolvidos caem com maior rapidez que antes, embora só depois de os fatos virem à tona pela imprensa.
Fonte: Praça oito - A Gazeta
Gastão muito provavelmente não tem qualificações técnicas para o posto, mas foi colocado lá para atender a Sarney e ao PMDB. Dilma precisa ficar de bem com o partido para garantir a aprovação de projetos do governo na Câmara. Simples e lamentável assim.
São as fragilidades do nosso sistema político mais uma vez expostas. E, como se sabe, não é um problema restrito à presidente. Prefeitos e governadores também precisam ceder ao loteamento político das administrações, sob o risco de não conseguirem governar.
No sistema chamado de presidencialismo de coalizão, o governante precisa ter maioria no parlamento. E em geral essa maioria é obtida mediante o "toma lá, dá cá", a distribuição de verbas e cargos.
Em conversas reservadas, políticos à frente do Executivo costumam reclamar de que, muitas vezes, suas equipes são formadas por apadrinhados políticos sem capacidade para posto. É o caso do Ministério do Turismo, entre tantos outros exemplos.
O próprio governador Renato Casagrande (PSB), ao compor seu secretariado, precisou montar a equipe com quadros indicados pelos partidos, inclusive o seu. Hoje o PSB é a sigla que mais ocupa postos no governo, no primeiro e nos demais escalões. Aliás, Casagrande teria sido alertado por aliados dos riscos de mudar postos demais na máquina, o que geraria prejuízos à gestão.
Esse é um dos vícios da nossa democracia, que já tem 29 legendas oficialmente registradas. A maioria delas não tem identidade ideológica ou diferenças substanciais entre si. Estão aí exatamente por conta desse modelo fisiológico que incentiva a corrida pelo poder para se beneficiarem dele.
Hoje há 22 partidos no Congresso e é com boa parte deles que a presidente Dilma precisa negociar e atender para manter a governabilidade.
Algumas administrações conseguiram driblar esse modelo, formando equipes mais técnicas e com a ficha limpa, atendendo de outra forma aos caciques partidários. Mas é preciso que os governantes tenham alto capital político e apoio da sociedade.
Quanto às demissões no governo Dilma, há aspectos positivos em relação ao anterior. As denúncias contra integrantes da equipe não têm sido jogadas para baixo do tapete e os envolvidos caem com maior rapidez que antes, embora só depois de os fatos virem à tona pela imprensa.
Fonte: Praça oito - A Gazeta
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