quinta-feira, 22 de setembro de 2011

DRANCON, O CRUEL



“Se o governo estivesse tão preocupado, com as violações dos direitos humanos no passado, poderia dar o exemplo e começar a apurar o sequestro, tortura e execução dos prefeitos Celso Daniel (Santo André) e Toninho do PT (Campinas)”. Foi assim que o controverso deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) começou o seu zangadiço discurso contra a criação da Comissão da Verdade, elaborada pelo Palácio do Planalto, para desnudar os chamados “documentos secretos” dos últimos 50 anos.

Ao saber que a Comissão tratará de assuntos nevrálgicos como esclarecimento dos casos de tortura, mortes, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres o parlamentar fluminense chamou os integrantes da Comissão de covardes e arrastou boa parte dos parlamentares do PT para dentro das suas palavras: “Começou o circo! Vão convocar velhos generais, coronéis e sargentos para que sejam submetidos à execração pública, a partir da mera citação de seus nomes que serão atacados pela máquina de propaganda petista. Estão criando a bolsa-ditadura 2, com depoimentos comprados, a exemplo do Araguaia e não faltarão centenas de vendilhões para assinar qualquer depoimento previamente redigido”.

Sem ser aparteado ou incomodado uma única vez por alguns dos vários deputados que assistiam o pronunciamento – muitos do PT ou da base aliada – Bolsonaro partiu para o combate direto: “Colegas, pelo amor de Deus, grandeza. Parece que vocês se encaixam naquele velho ditado: quem nasce para lagartixa não chega a jacaré ou quem nasce para oxiourus não chega a lombriga”.

Livre para atacar, o parlamentar que é capitão da reserva do Exército bateu pesado: ” Que pipoca de verdade é essa? Vocês (parlamentares) não tem vergonha na cara não? Sete indicados por vocês. Covardes! Covardes! Covardes!”
Silêncio sepulcral no plenário da Câmara. “Percebendo o largo espaço para avançar, e garantindo que falava em nome de mais de 90% dos oficiais-generais e de quase 100% dos oficiais e praças (ativos e da reserva), Bolsonaro parecia querer dar um recado da caserna para os seus colegas de parlamento, principalmente os do Partido dos Trabalhadores: “Tenham dignidade, altruísmo, vocês estão mandando, mas só chegaram aqui8 por os militares deram condição para isso”. Muitos deputados acabaram achando graça

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