quinta-feira, 27 de outubro de 2011

TABUADA POLITICA

O princípio federativo de respeito, de valorização e reconhecimento pacífico das potencialidades de cada Estado, na esteira deste país-continente, está seriamente ameaçado, já que numeroso grupo de unidades do Norte e do Nordeste está tentando asfixiar, pelos votos de suas bancadas, com algumas exceções, sem expressão econômica, empresarial e social, os sete Estados que comandam e sustentam todo o equilíbrio do fórum das grandes decisões nacionais.

Parece-nos uma questão de elementar tabuada. As lideranças políticas da região Sudeste não aproveitaram até agora uma identidade relevante para discutir, dentro da realidade histórica, sua inegável importância, como eles, também em bloco.

A federação brasileira, no seu conjunto constitucional, tem 27 unidades. O peso e o comando estratégico do país, sem qualquer dúvida, reside no potencial de sete de seus mais importantes Estados que, somando suas bancadas, teriam condições reais para quebrar o processo atual e corporativo que, se bem-sucedido, poderá colocar em risco as específicas e diversificadas jazidas, também de outros produtos e especialidades, gerando uma completa desordem na legislação mineral do país e, sobretudo, provocando uma completa revolução na estrutura administrativa federal, invadindo a normalidade e a seriedade futura das próprias decisões judiciais.

Na beira deste abismo, verdadeiro buraco fiscal, impeditivo e cruel, estarão comprometidos contratos e compromissos anteriores, quer dos Estados, quer de centenas de municípios, que se programaram para executar seus projetos socioeconômicos e infraestruturais. A mais populosa região do país, também responsável pela mais alta arrecadação federal, poderá viver um desastre anunciado.

É inadiável apelar para uma tabuada de bom senso. Os sete Estados - São Paulo, Minas, Rio, Bahia, Paraná, Goiás e Espírito Santo - podem arregimentar 265 votos de suas bancadas, sobrando para o Vital apenas 248 parlamentares dos 20 Estados remanescentes, se mantida uma difícil unanimidade .

A cantilena usada tendo como escudo o flagelo da seca, que no passado foi o cofre assanhado de muitos políticos, hoje tem como sucessora algumas ONGs, que se valem do boqueirão moderno que continua alimentando as manjadas oligarquias nordestinas, ainda representadas e ativas no Congresso Nacional, atropelando questões fundamentais do país, com a pequenez de seu comportamento clientelista, colonialista e feudal. A questão está dividida em blocos. É hora de acordar o nosso para usar essa tabuada, num acerto de contas definitivo.

Fonte: A Gazeta

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