Relatório de redução de gastos proposto por Ferraço não agrada a novo relator
EconomiaR$ 150 milhões por ano: É o que prevê o relatório de cortes da reforma administrativa do Senado.
Proposta que prevê cortes no Senado vai parar nas mãos de aliado de Sarney, Benedito Lira
Tocado desde 2009, o projeto de reforma administrativa do Senado corre o risco de dar em nada se confirmadas projeções, feitas nos bastidores, de que o lobby interno falará mais alto sobre o novo relator das mudanças, senador Benedito Lira (PP-AL).
Há dúvidas da manutenção da maior parte do relatório anterior, apresentado e aprovado em uma subcomissão do tema pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Após a aprovação, em julho, o relatório de Ferraço seguiu para votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas até agora não foi apreciado.
A reforma proposta pelo capixaba, inspirada em dois estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), prevê economia de mais de R$ 150 milhões por ano ao Senado, por meio de cortes de benesses, desvios de função e 50% das gratificações, enxugamento de estrutura e de pessoal e outras medidas saneadoras, como ao menos 700 supersalários acima do teto constitucional.
Suplente da CCJ, Ferraço acompanhará de perto e defenderá suas teses, atento às pressões de setores da Casa contra mudanças. "Estou atento aos movimentos sobre o relator. Sofri o mesmo tipo de pressão, mas fizemos o que tinha quer ser feito. Aguardo com expectativa o relatório de Benedito para fazer a comparação".
Conforme informações de bastidor, o presidente José Sarney (PMDB-AP) e aliados receberam forte lobby de setores da Casa contrários à reforma, como polícia, comunicação e chefias de gabinete. Por isso, Sarney teria jogado a relatoria no colo do aliado Benedito, que já não era simpático ao relatório de Ferraço na comissão. O texto obriga os setores da Casa a, em um ano, apresentar uma radiografia de funções e necessidades. "Acolhi as recomendações da FGV porque é preciso dar mais transparência e economia ao Senado", disse Ferraço.
Projeto será votado este mêsO projeto de resolução da reforma será votado este mês na CCJ e, se aprovado, deve ir a plenário este ano, mas não há sinais animadores a julgar pela fala recente do presidente da comissão, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
"A reforma não deve ser contra funcionários, mas para corrigir distorções. Há coisas inexplicáveis. Há três impressoras num gabinete e, na hora que se precisa de um toner, é um ?Deus nos acuda?", disse o defensor de uma "sacudida" no Senado. Já Benedito Lira reclamou da burocracia para trocar uma porta de seu gabinete. Ferraço evitou comentar ameaças: "Prefiro não pré-julgar, mas espero que seja mantido o relatório e que o senador Benedito possa me ouvir".
Fonte: A Gazeta
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