domingo, 23 de outubro de 2011

BANHO- MARIA.

Chamado ao Palácio do Planalto no final desta sexta-feira (21) pela presidente Dilma Vana Rousseff, o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., deixou a sede do Executivo federal na afirmando que continuará no cargo. “Ela me sugeriu serenidade, paciência e reafirmou confiança no nosso trabalho”, disse Orlando Silva após encontro de hora e meia com a presidente.

No vácuo das denúncias de suposto desvio de recursos públicos envolvendo o ministro, a presidente assumiu a missão de convencer o titular do Esporte a deixar o cargo, uma vez que sua permanência seria inconveniente pra o governo, já chamuscado por outras denúncias de corrupção. Por sua vez, o PCdoB, partido do ministro, adiantou que não pediria para Orlando Silva deixasse a pasta. No contraponto, o ministro tinha como meta deixar o cargo apenas se fosse demitido, pois um pedido de demissão, na opinião do comunista, seria uma confissão de culpa.

A decisão presidencial de manter Orlando Silva está, por enquanto, baseada na fragilidade das denúncias não comprovadas do policial-delator João Dias Ferreira, as quais foram estampadas na edição do último final de semana da revista Veja. Enquanto as provas prometidas pelo policial não aparecem, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, encaminhou ao Supremo Tribunal Federal, nesta sexta-feira, pedido para a abertura de inquérito contra o ministro do Esporte.

A permanência de Orlando Silva na Esplanada dos Ministérios não significa que sua demissão foi abortada. Até porque, no final desta sexta o jornal “O Estado de S. Paulo”, em sua versão eletrônica, publicou ma teria em que a mulher do ministro, Anna Cristina Lemos Petta, teria recebido dinheiro do Ministério do Esporte por meio de uma ONG ligada a integrantes do PCdoB.

Autoridades palacianas afirmam que independentemente do futuro de Orlando Silva, o desejo da presidente Dilma é deixar a pasta com o PCdoB. Há na bolsa de apostas muito mais nomes de peso do que se imaginava para substituir eventualmente o ministro que um dia usou o cartão corporativo da Presidência da República para comprar uma tapioca no valor de R$ 8. Tirante o ex-deputado federal Flávio Dino (PCdoB-MA), atual presidente da Embratur, estão no páreo o deputado e ex-jogador Romário de Souza Faria e ninguém menos que Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, que já ocupou a pasta durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso

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