PSDB pede e Câmara convoca CGU e americanos para esclarecer suposto dossiê contra José Serra
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou nesta quarta-feira (9) requerimentos apresentados pelo deputado Vanderlei Macris (SP) que pedem a convocação do ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage, e dos norte-americanos Ben Self e Scott Goodstein.
O ministro deve apresentar detalhes dos contratos assinados entre a Dialog Comunicação e órgãos do governo federal. A empresa é suspeita de participar de atos ilegais na pré-campanha da ex-ministra Dilma Rousseff à Presidência da República.
Já os estrangeiros, especialistas em internet, teriam vindo ao Brasil, em viagem supostamente paga pela Dialog, para um encontro com representantes da pré-campanha do PT, onde teriam conversado a respeito da confecção de um dossiê contra o pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra.
A Dialog é uma companhia de eventos que nos últimos dois anos se transformou em potência do ramo em Brasília. Ela já faturou R$ 40 milhões em contratos com ministérios, agências reguladoras e a Presidência da República. De propriedade do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, a empresa também é suspeita de ter sido contratada para participar da elaboração do dossiê contra a candidatura do ex-governador de São Paulo.
“O que entendemos é que há uma triangulação de recursos. O governo tem inúmeros contratos assinados há pouco tempo com essa empresa que passou a dar suporte a toda a pré-campanha da candidata do governo. Ou seja, existe dinheiro público nessa relação e nos causa espanto o número de contratos e a quantidade de recursos que a empresa passou a ter repentinamente. Ela presta serviços ao governo e ao mesmo tempo está envolvida com os interesses da campanha da pré-candidata lançada pelo próprio governo. É por essa razão que queremos esclarecimentos tanto dos americanos quanto do ministro que tem analisado os contratos da empresa”, explicou Macris.
O PSDB também entrou com representação no Ministério Público Federal e no Ministério Público Eleitoral, para saber a razão da Dialog firmar contratos exclusivamente com o governo. O documento também pede explicações se a Dialog e a Lanza Comunicação, empresa do jornalista Luiz Lanzetta, estariam contratando profissionais para trabalhar na campanha de Dilma Rousseff. Lanzetta foi citado pela Revista "Veja" como um dos articuladores do suposto dossiê contra Serra e outros adversários tucanos.
Para o líder da Minoria na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PR), as oitivas do ministro e dos norte-americanos poderão esclarecer se há irregularidades nos contratos do governo com essas empresas e se o dinheiro público foi usado na pré-campanha de Dilma. “A intenção é avaliar se houve uma triangulação entre o governo, a Dialog - que está prestando serviços exclusivos à administração petista – e os recursos que estão sendo usados na pré-campanha da ex-ministra”, afirmou.
A comissão de inteligência do Congresso também aprovou hoje requerimentos para convidar o delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo de Souza e o sargento da Aeronáutica Idalberto Martins, o Dadá, para também prestarem esclarecimentos sobre o suposto dossiê. Os pedidos foram feitos por Fruet.
O ex-delegado disse à "Veja" que Dadá o teria pedido para monitorar o pré-candidato do PSDB, com o objetivo de subsidiar o material fajuto.Na comissão, pretende-se discutir como funcionam as empresas privadas de inteligência no país e verificar se há uso indevido da máquina pública nessa atividade. A princípio, os depoimentos estão marcados para o próximo dia 16.
→ A ascensão rápida das empresas de Benedito Rodrigues, inclusive da Dialog, chamou a atenção do Tribunal de Contas da União e da Controladoria Geral da União, que passaram a investigá-las por suspeitas de manipulação e fraudes nas licitações.
→ Ben Self e Scott Goodstein trabalharam na campanha do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Djan Moreno
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