A revisão de projetos tornou-se prática generalizada e frequente em obras municipais, estaduais e federais - o que é lamentável. Isso provoca três tipos de transtornos: o adiamento do benefício à população; o inchaço, às vezes, de causar perplexidade, no preço; e a desconfiança sobre desvios de verbas.
O Aeroporto de Vitória é um exemplo de obra federal atrasada e com aditivos de contratos. Alguns com indícios de fraude detectados pelo Tribunal de Contas da União levaram a suspensão de serviços. Nos âmbitos estadual e municipal não há projetos interrompidos por suspeita de irregularidades, mas o que não faltam são obras com a entrega adiada ou com preços elevados, ou com essas duas ocorrências. Pesquisa realizada por A GAZETA aponta 25 casos que mais chamam a atenção no Estado.
O maior reajuste no preço ocorre na obra de macrodrenagem em Vila Velha: nada menos de 68%, obviamente com forte repercussão no custo. Implica R$ 17 milhões a mais do montante orçamentado. Apenas 55% do que está projetado foram feitos com os R$ 25 milhões inicialmente previstos. O serviço, ainda em andamento, deveria estar concluído desde junho de 2008. Ou seja, a população deveria estar usufruindo importante avanço de infraestrutura há três anos.
Sabe-se que cada obra tem níveis de riscos conforme suas características. Algumas são mais suscetíveis a atrasos. No entanto, diferenças gritantes de preços e de prazos tornam-se difíceis de serem explicadas. Na visão mais condescendente, o planejamento foi enganoso - e aí começa o intolerável desperdício do dinheiro público.
O uso do dinheiro público se tornará mais eficiente quando aditivos de contratos, ampliação no preço de obras e adiamento do prazo de conclusão se tornarem exceção. Espera-se que esse conceito não tarde a ser aplicado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário