sábado, 16 de julho de 2011

SE NÃO TEM DINHEIRO, NÃO ADOEÇA (By Marco Sobreira)

Definitivamente este é um país que não leva a saúde a sério, a sanidade que é o maior bem que uma pessoa pode ter, infelizmente não é prioridade para os nossos governantes.

No seu relatório divulgado recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que em 2008 o Brasil destinou somente 6% do orçamento à área da saúde, isto quer dizer que estamos abaixo dos países africanos que destinaram algo em torno de 9,6%.

O governo brasileiro destina à saúde de um cidadão um décimo do valor destinado aos seus habitantes pelos países europeus e pasmem, das 192 nações pesquisadas pela OMS, o Brasil só apresenta índices melhores que 41 delas. Só para exemplificar, o Chile gastou no mesmo ano 15,6% do seu orçamento, a Argentina 13,7%, estamos no nível de Nigéria com 6,4% e Egito 5,9%.

Além do governo brasileiro gastar pouco, a maior parte dos recursos aplicados é pago pelo cidadão. O custo médio da saúde no bolso do brasileiro é superior à média mundial, o relatório nos mostra que 56% do que se gasta em saúde vêm da poupança e das rendas das pessoas.

O Brasil está entre os 24 países que menos recursos do orçamento são investidos na saúde e isso mostra claramente a prioridade política para o setor, não é sem motivo portanto que as pessoas morrem na fila dos SUS, aguardem por meses e até anos por exames mais complexos e cirurgias eletivas.

Acreditem, dos US$ 875 per capita gastos por nós brasileiros anualmente, só US$ 385 são arcados pelo governo, esse valor corresponde a um décimo do que gastam os governos da Dinamarca e da Holanda com a saúde de cada um de seus habitantes.

Enquanto isso, milhares e milhares de reais se esvaem pelos ralos da corrupção, o episódio recente da quadrilha encastelada no Ministério do Trabalho nos dá uma idéia do quanto precisamos nos indignar e cobrar da Justiça uma cruzada contra a corrupção em todos os recantos deste país, não basta denunciar, é preciso punir exemplarmente todos que retiram da saúde, da educação, da segurança, da moradia, das estradas,  a verba pública, o recurso de todos nós cidadãos desta república. Enquanto isso não acontece, por favor, se não tem dinheiro, não adoeça.

Um comentário:

  1. Já nem nos assombra os zilhões que O Governo mandou para o ralo, o que nos impacta é a DIGNIDADE baixando a níves misaráveis.

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