Entre vaias e declarações dúbias a respeito da filiação de Max Filho no PSB, a estreia do governador Renato Casagrande (PSB) no desfile do Dia 7 de Setembro não foi nada confortável.
Verdade que não dá para dizer com certeza que as vaias recebidas por ele e João Coser (PT), quando os dois passaram em carro aberto, eram direcionadas ao prefeito. Mas é mais provável que sim, até porque o desgaste de quem está em fim de mandato, como é o caso de Coser, costuma ser maior.
O petista tem enfrentado uma série de protestos de professores na porta da prefeitura, por isso supõe-se que a reação tenha sido para ele. Alguns ouviram ainda no palanque as tais vaias, porém mais discretas, quando o nome de Coser foi anunciado. Mas como o prefeito e Casagrande, logo em seguida, estavam colados exibindo acenos sem graça em cima do carro aberto, sobrou para o governador. Ele acabou virando sócio do protesto. Uma imagem desconcertante para quem ainda está no começo de um governo.
Na época de Paulo Hartung (PMDB), Coser também desfilou ao lado do então governador, mas não estava enfrentando os desgastes já apontados em pesquisas de opinião. Por isso há quem avalie que faltou quem alertasse o governador para o fato de que seria melhor ter ido sozinho. Seria uma quebra de protocolo, poderia parecer deselegante com o prefeito, mas Casagrande está no primeiro ano de mandato e talvez pudesse assumir esse tipo de posição.
Aliás, há quem avalie até mesmo que Casagrande estaria enfrentando uma espécie de "solidão no poder", que teria ficado evidente no palanque esvaziado do Dia 7 de Setembro. Os únicos secretários que compareceram ao desfile foram Frei Paulão (Cultura) e Henrique Herkenhoff (Segurança) - sendo que este acabou chamando mais atenção por conta do novo penteado estilo Neymar.
As vaias podem ter sido um recado do eleitor para Coser e são motivo para deixar o PT preocupado na sucessão, mas também servem de reflexão para Casagrande e sua assessoria.
Já a fala do governador no desfile cívico reascendeu o debate sobre a filiação e Max Filho ao PSB e trouxe o "problema" para o colo de Casagrande. A questão é que o governador quer ficar bem com o partido - dizendo que o PSB é livre para se movimentar - e manter a governabilidade - dizendo que os aliados insatisfeitos precisam ter compreensão. Mas dificilmente ele vai conseguir as duas coisas. Casagrande só espalhou dúvidas pelo mercado político.
Já há quem avalie que, por incrível que pareça, falta habilidade política ao governador. Toda aquela habilidade que o tornou candidato em 2010, derrotando o nome que era a aposta de Paulo Hartung, não se vê agora nas articulações do governo e na relação com aliados. Talvez porque este seja seu primeiro cargo Executivo. Talvez porque ainda não tenha acontecido a transição do senador para o governador.
Ciciliotti: "Tem que ser de forma tranquila"
O secretário-chefe da Casa Civil, Luiz Ciciliotti, evita falar sobre a filiação de Max Filho ao PSB. Braço direito do governador Renato Casagrande, ele diz que essa articulação vem sendo feita pelo próprio partido.
Mas, depois de muita insistência, resolveu quebrar o silêncio: "Toda liderança para entrar no PSB tem que entrar de forma tranquila, sem causar desgaste. Mas a decisão de filiar Max Filho vai ser tomada pelo partido".
Ciciliotti também é contra uma possível votação interna para definir a filiação do ex-prefeito. "Não pode passar por processo de votação ou de disputa. Tem que ser de forma tranquila". Sobre a interpretação que fez da fala do governador no desfile do Dia 7 de Setembro, disse apenas: "Não queremos desgaste para o governo, nem para o partido".
Ainda não está certo o que o PSB vai fazer. Por enquanto, está dando tempo ao tempo, colocando a filiação de Max Filho em compasso de espera, verificando, assim, se a reação negativa da base diminui ou não.
Mas a avaliação no mercado é de que esse tipo de conta, por mais que não seja cobrada agora, vai ser cobrada pelos aliados na eleição, quando os ânimos costumam ficar mais acirrados, surgem crises para todos os lados.
E essa tentativa de ganhar tempo continua dando visibilidade a Max Filho. Para ele, está ótimo. Pode estender o assunto ate outubro. Ruim está para o PSB e para o governador
Fonte: Andréia Lopes - A Gazeta
Bom dia.
ResponderExcluirEsse governador, desde o senado, nunca me inspirou confiança, capacidade e firmeza. Sei não!!!!!!!! Mas não conheço seu estado. Que eu esteja enganada. rsss