terça-feira, 4 de outubro de 2011

PSOL PEDIU CASSAÇÃO DE JAQUELINE RORIZ, MAS SE CALOU SOBRE MALUF



Silêncio estranho – Garantem os mais experientes que política é a arte do oportunismo. E no Brasil essa tese se confirma diariamente. Porção desgarrada do PT que com a chegada de Luiz Inácio da Silva ao poder central passou a discordar de muitas atitudes e decisões do ex-metalúrgico, o PSol surgiu no cenário político nacional como trincheira partidária destinada àqueles que ainda depositavam esperanças nas teorias obsoletas da esquerda ortodoxa.

No auge de sua existência, o PSol teve como porta-bandeira ninguém menos que Heloísa Helena, a enfermeira alagoana que durante oito anos esteve no Senado Federal a contestar tudo e todos. Com o passar dos anos, o Partido Socialismo e Liberdade foi minguando por conta dos péssimos resultados nas urnas, cabendo aos deputados Ivan Valente (SP) e Chico Alencar (RJ), na atual legislatura, a dura tarefa de manter a legenda em evidência. Além disso o PSol conta com os senadores estreantes Randolfe Rodrigues (AP) e Marinor Brito (PA).

Não faz muito tempo, o PSol viu na transgressão cometida pela deputada Jaqueline Roriz (PSC-DF) uma oportunidade de ganhar espaço na mídia. Foi do PSol o requerimento que culminou com a abertura de processo contra a deputada que foi flagrada em vídeo recebendo dinheiro das mãos de Durval Barbosa, operador e delator do escândalo que ficou nacionalmente conhecido como “Mensalão do Democratas”, esquema de corrupção que tirou de José Roberto Arruda o mandato de governador do Distrito Federal.

O pedido de cassação do mandato de Jaqueline Roriz acabou derrotado no plenário da Câmara dos Deputados e depois disso o PSol mergulhou em um obsequioso silêncio. Muito estranhamente, o PSol não se movimentou para propor a abertura de um processo contra Paulo Salim Maluf, deputado federal pelo PP de São Paulo, indiciado pelo Supremo Tribunal Federal por formação de quadrilha e de remessa de dinheiro para o exterior. Relator do processo, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou, com base nas investigações do Ministério Público, que o montante movimentado ilegalmente por Paulo Maluf e seus parentes pode ter ultrapassado a incrível marca de US$ 900 milhões. O dinheiro teria sido desviado da prefeitura de São Paulo e depositado em contas bancárias nas Ilhas Jersey, em Nova York e em Londres.

A corrupção não tem graduações e não depende do valor envolvido na transação criminosa, mas Jaqueline Roriz foi acusada de receber R$ 50 mil de Durval Barbosa, em período em que não era deputada federal, mas candidata a deputada distrital. Já o deputado Paulo Maluf foi acusado de desviar dinheiro da prefeitura de São Paulo por meio de superfaturamento de obras, entre elas a construção da Avenida Águas Espraiadas, posteriormente batizada com o nome do jornalista Roberto Marinho.

Essa posição dual do PSol serve de alerta aos eleitores de todo o País, pois em 2012, quando acontecem as eleições municipais, os integrantes da mais esquerdista legenda brasileira pro certo subirão no palanque impulsionados por promessas e discursos que nem sempre vingam. Como dizia o então senador piauiense Mão Santa, “atentai bem!”

Fonte: Ucho.Info

Um comentário:

  1. Dr. Marcos, como eu gostaria de saber a resposta para isso!!! Aí deve ter muito, ma$ muito mi$tério!!!

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