domingo, 27 de abril de 2014

O BRASIL DO BANQUINHO DE TRÊS PERNAS


Rolf Kuntz - O Estado de S.Paulo
Monteiro Lobato criou um símbolo perfeito para o governo comandado pela presidente Dilma Rousseff, ao sintetizar no banquinho de três pernas o mobiliário e as ambições do caboclo. Para que quatro pernas, se três o sustentam e ainda evitam o trabalho de nivelamento? Os banquinhos do governo estão desenhados com perfeição nos principais indicadores e projeções da economia nacional, aceitos comodamente pelo grupo no poder. O aumento de preços na vizinhança de 6% é um bom exemplo de como funciona essa filosofia de Jeca Tatu.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeu nesta semana, para o fim do ano, uma inflação dentro do limite de 6,5%, ponto extremo da margem de tolerância. A taxa anual até poderá ultrapassar essa marca nos próximos meses, mas em seguida - palavra de ministro - vai recuar e permanecer na área delimitada. Meta de 4,5%? Nem pensar, pelo menos por alguns anos.
Crescimento econômico? Muito bom, se chegar a 2,5% em 2013, como está indicado no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Contas externas? O Banco Central projeta para o ano um déficit em conta corrente de US$ 80 bilhões, muito parecido com o de 2013 (US$ 81,07 bilhões) e ainda perto de 3,6% do produto interno bruto (PIB), onde tem permanecido, sem grande agitação, desde março do ano passado.
Forçado a se mexer para atiçar o fogo, e de vez em quando provocado, o governo-Jeca se compraz na recitação monótona de façanhas discutíveis e ainda se permite, de vez em quando, alguma bravata. Uma das preferidas é a comparação das contas públicas brasileiras com as dos países mais avançados. Mas até essa lenga-lenga está ficando insustentável, porque os governos do mundo rico, menos propensos ao comportamento de Jeca Tatu, andaram tomando providências para melhorar as finanças. Resultado: o Brasil ficou muito pior na foto.
Segundo o Eurostat, o escritório de estatísticas da União Europeia, os 28 países do bloco reduziram seu déficit fiscal para a média de 3,3% do PIB no quarto trimestre de 2013. Nos 18 países da zona do euro a média diminuiu para 3%.
No Brasil, o déficit nominal das contas públicas (resultado total, como se mede em quasetodo o mundo) ficou em 3,26% do PIB no ano passado e chegou a 3,3% nos 12 meses terminados em fevereiro deste ano. Não dá mais para esnobar os europeus, se forem consideradas aquelas médias.
Mas a bravata é igualmente insustentável quando se considera a maior parte dos resultados individuais. Em 18 dos 28 países do bloco maior o resultado fiscal de 2013 foi melhor que o brasileiro. Entre os 18 estão duas das maiores economias, a Itália, com 3% de déficit, e a Alemanha, com zero. Em quase todas as outras os resultados melhoraram de forma consistente entre 2010 e 2013. Além disso, também as economias mais afetadas pela crise começaram a vencer a recessão e suas perspectivas são de maior crescimento nos próximos anos.
Mas a dívida pública brasileira, pode insistir algum dirigente brasiliense, é menor que a da maior parte dos europeus como porcentagem do PIB. É verdade, mas esse argumento seria muito mais relevante se a classificação de risco do Brasil fosse tão boa quanto a desses países e se, além disso, os títulos brasileiros fossem aceitos no mercado com as taxas de juros cobradas dos governos europeus.
Além disso, ninguém acusou esses governos de ter recorrido a criatividade contábil para fechar seus balanços nos últimos anos, nem a truques para disfarçar indicadores incômodos, como a taxa de desemprego. Lances desse tipo têm sido frequentes no Brasil, mas em geral para outras finalidades. Empenhado em administrar os índices, em vez de cuidar da inflação, o governo tem controlado os preços dos combustíveis e recorrido a prefeituras e governos estaduais para conter as tarifas do transporte público. Além disso, forçou a contenção das tarifas de energia elétrica, impondo perdas a empresas do setor e pesados custos adicionais ao Tesouro.
Inútil no combate à inflação, essa política fracassada e desastrosa ainda levou o governo a tentar novas mágicas para disfarçar seus efeitos fiscais. Uma das saídas foi a montagem de um estranho esquema de financiamento bancário - R$ 11,2 bilhões - à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), uma entidade sem fim lucrativo e sem garantias próprias para oferecer aos bancos. A garantia será dada pelas distribuidoras e dependerá das tarifas cobradas. O custo será incluído no cálculo das novas tarifas a partir de 2015. Toda essa complicação, incluídos os juros do financiamento, seria evitada sem a demagogia da contenção de tarifas.
Políticas desse tipo são tão eficientes quanto as rezas de benzedeiras em atividade nas Itaocas de Monteiro Lobato. Sua serventia principal é poupar à autoridade - o Jeca de plantão - o trabalho de pensar seriamente e de enfrentar tarefas desagradáveis. Sem disposição para fazer o necessário, resta ao caboclo em função pública inventar meios de contemporizar e de empurrar os problemas para a frente. Inflação longe da meta de 4,5% em 2015 e crescimento econômico de 3%, também indicados no projeto da LDO, combinam com a filosofia do tripé.
Alguns se deixam contaminar pelo conformismo do Jeca e até enganar por sua esperteza rasa. A conversa sobre a criação de empregos é parte dessa esperteza. As demissões na indústria e a baixa qualidade dos postos criados no setor de serviços são temas postos de lado, assim como se tentou fazer com a pesquisa continuada por amostra domiciliar. Esta pesquisa - coincidência notável - vinha apontando taxas de desemprego maiores que as da pesquisa tradicional, mais limitada territorialmente. Para que pensar em modernização econômica, educação séria e criação de empregos decentes, se é muito mais cômodo levar adiante a conversa mole?

quinta-feira, 24 de abril de 2014

CAIXA DE PANDORA



petrobras_13 Engana-se quem pensa se tratar de “bom mocismo” o recuo do governopetista de Dilma Rousseff em relação a eventual recurso ao STF para impedir a criação de uma CPI exclusiva para investigar a Petrobras e seus escândalos. Líderes petistas no Senado reuniram-se na manhã desta quinta-feira (24) com chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Aloizio Mercadante, e deixaram o Palácio do Planalto com a missão de não dificultar a criação da CPI. A ideia dos palacianos é não passar à opinião pública a ideia de que o governo temeroso e por isso insiste em abafar a investigação.
No contraponto, recoberta pela conhecida malandragem política, a estratégia do governo é deixar a responsabilidade por eventuais recursos ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-Al), que já recebeu a devida parte do butim oficial para endurecer o jogo com a oposição, que no rastro da decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo, impôs sonora derrota ao Palácio do Planalto.
Manda a Constituição Federal, lei máxima da nação, que uma CPI deve ter número mínimo de assinaturas, fatos determinados e conexos e prazo fixado. A proposta apresentada pela oposição seguiu à risca as exigências da lei e por isso não poderia ser rechaçada pela instância máxima da Justiça nacional. Querer ampliar o espectro da investigação apenas para atingir adversários do PT nas eleições que se aproximam é oficializar a implantação de uma ditadura de esquerda no Brasil.
Se os governistas desejam investigar o cartel de trens em São Paulo e as obras do Porto de Suape, em Pernambuco, que criem CPIs específicas, até porque a base aliada tem maioria no Senado e na Câmara dos Deputados.
O ucho.info, como sabem os leitores, não está a defender que casos de corrupção deixem de ser investigados, mas que isso ocorra dentro do que determina a legislação vigente no País, o que em tese legitima o resultado de qualquer CPI.
Independentemente dessa repentina e falsa lufada de boa vontade do governo, é importante ressaltar que o PT palaciano sabe como melar uma CPI que represente risco ao partido. Não custa lembrar o caso da CPI das Ongs, proposta pelo então senador Heráclito Fortes (DEM-PI), mas que acabou em uma enorme e mal cheirosa pizza por conta do relator, o comunista Inácio Arruda, que agora defende a CPI X-Tudo.
Devidamente instruído por Lula e seus estafetas de então, Arruda produziu um relatório pífio e vergonhoso, com o estrito objetivo de impedir que a Polícia Federal e o Ministério Público descobrissem os tentáculos do Palácio do Planalto na espúriarelação com as Ongs, as
sunto que certamente esbarraria na Petrobras e abriria a tampa de uma das enormes caixas de Pandora da petroleira.
O esquema de corrupção que foi montado a partir da Petrobras, com detalhes de organização mafiosa, é vasto, quase sem fim. E o PT, assim como muitos partidos da base aliada, está envolvido até o pescoço. Por isso é preciso que os brasileiros de bem estejam diuturnamente vigilantes, cobrando de forma incisiva, os políticos, pois não deve-se descartar de a CPI terminar em nada.

Fonte: Ucho.Info

segunda-feira, 21 de abril de 2014

ENTREVISTA COM A PREFEITA AMANDA QUINTA DE PRESIDENTE KENNEDY



14 DE ABRIL DE 2014 “O melhor de Presidente Kennedy é o povo kennedense”

 Ela é jovem, focada e tem a responsabilidade de dirigir um município que possui potencial de crescimento enorme. Amanda Quinta, 25 anos, é prefeita de Presidente Kennedy e, apesar da jovialidade, tem demonstrado pulso firme e administra a cidade como os mais experientes. Com uma visão progressista, ela está antenada no que fazer para melhorar a qualidade de vida da população e garante: o principal é investir em educação. Confira a entrevista com a prefeita: Muitas cidades do Rio de Janeiro que vivem em meio à grande geração de riqueza do petróleo não são bons exemplos de desenvolvimento social.

 Como evitar que o mesmo aconteça com Presidente Kennedy?

 “Nossa administração investe maciçamente em educação e na qualificação e treinamento de mão-de-obra, para que todos os kennedenses, sem exceção, possam usufruir dos recursos que Deus nos concedeu. A prefeitura dá bolsas integrais para 500 universitários e já qualificou mais de 500 alunos, apenas em 2013, nos cursos técnicos. No verão deste ano, mais de 200 adolescentes entre 16 e 18 anos frequentaram os cursos técnicos que oferecemos em parceria com o Senai, preparando-se para um futuro melhor”. 

A prefeitura recebe royalties, porém a maior parte do PIB é gerado pelas empresas privadas de petróleo, que muitas vezes contratam produtos, serviços e pessoal de fora. Como fazer para que esta renda fique realmente na cidade? 

“Da forma que acabei de falar: qualificando a população economicamente ativa, entre 16 e 45 anos de idade, para trabalhar não apenas nas oportunidades do setor de mineração e gás, mas nas prestadoras de serviço que ficam no entorno. Vamos receber o Porto Central, na Praia das Neves, que vai gerar 1.200 empregos diretos para os kennedenses só durante as obras, previstas para começar em julho deste ano. Estamos investindo na formação dessa mão-de-obra. Quando em operação, o Porto Central, nos moldes do de Roterdã, na Holanda, pode empregar mais 2.000 moradores de Presidente Kennedy. Nosso esforço é preparar nossa gente para essas oportunidades, bem como para o turismo, a agroindústria e o comércio, nossas outras vocações econômicas”.





 Com todo o ingresso dos royalties, o que está mudando na cidade nos últimos anos? 

“Passamos, em 2012, por uma convulsão político-administrativa, que resultou na intervenção estadual. Nossa gestão, neste primeiro ano, teve que estruturar-se internamente para enfrentar os grandes desafios, contando com o decisivo apoio do governador Renato Casagrande. O município até hoje não conta com rede de esgotos e água tratada, só na sede. As obras de saneamento, que vamos iniciar este ano, com investimentos de mais de R$ 100 milhões, vão pôr fim a esse absurdo que é ter o maior PIB per capita do Brasil, enquanto 70% da população não têm água encanada nem esgotos sanitários”.

 Os projetos de exploração de petróleo têm vida relativamente curta, de 30 a 50 anos, já é hora do município começar a se preparar para quando o petróleo acabar? O que pode ser feito neste sentido?

 “Vou repetir: investir em educação, educação e educação. O saber é uma riqueza que não acaba nunca e vai elevar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH-M) a níveis que garantam ao nosso povo pleno emprego e qualidade de vida em níveis de primeiro mundo. Essa é a prioridade nº 1 do nosso plano de governo e trabalhamos por ela, com planejamento e austeridade, 24 horas por dia”. Qual é o verdadeiro papel de uma prefeita? “Fundamentalmente, é lançar as bases para o futuro – com planejamento e execução de obras e ações estruturantes – sem descuidar da atenção às demandas, especialmente das famílias mais carentes, no presente”.

 Qual a sua proposta para melhorar a saúde no município? 

“Na área da Saúde, a Prefeitura já presta hoje assistência de qualidade a toda a população. Não há sequer uma família desassistida, até com exames e tratamentos de alta complexidade custeados pela prefeitura em grandes centros médicos. Em 2014, vamos iniciar, em parceria com o governo do Estado, a construção de um novo PAM – Pronto Atendimento Municipal, para melhorar o atendimento local. Estamos construindo três novas unidades de saúde no interior e vamos adquirir 8 novas ambulâncias com motorista 24 horas”.

 Senhora Prefeita, como irá dirimir o problema do desemprego no município? 

“Atraindo indústrias, que virão para o entorno do Porto Central e da Usina Termoelétrica de Marobá, e investindo na formação e qualificação de mão-de-obra. Não há outra fórmula para gerar emprego e renda”.

 Quais suas propostas culturais para o município? (música, arte, dança dentre outros). 

“Esse é um tema que olho com carinho especial. Reativamos e estamos investindo na Banda de Música, que, para nosso orgulho, já manda alunos para a Faculdade de Música do Espírito Santo. Educação Artística será oferecida em toda a rede municipal de ensino e vamos construir, até 2015, o Centro Municipal de Educação, Artes e Cultura, dotado de auditório, teatro e oficinas culturais. Cite algo de bom que só em Presidente Kennedy tem. “O povo kennedense. Não existe gente melhor, mais ordeira, mais solidária, nem mais generosa em nenhum lugar do mundo”. 

Fonte: Aqui ESclique aqui

ANISTIA, SIM!

DENIS LERRER ROSENFIELD - O Estado de S.Paulo
Chamou particularmente a atenção nas últimas semanas a profusão de notícias e artigosrememorando o golpe (ou contragolpe, conforme a perspectiva) de 1964. É bem verdade que havia uma razão para isso, eis que se trata dos 50 anos desse evento. Não é menos verdadeiro, porém, que os militares estão sendo objeto de um cerco, em que não está somente em pauta uma melhor apuração da tortura, mas, sobretudo, a própria instituição militar. Não seria apenas um necessário exercício histórico de memória, mas uma operação política com alvo determinado: a revogação da Lei da Anistia.
Há, ademais, uma série de iniciativas parlamentares com vista, explicitamente, a essa revogação - restrita, evidentemente, aos artigos que dizem respeito à violência cometida por alguns grupos militares, sem referência alguma à violência perpetrada pela chamada luta armada, empreendida por organizações de esquerda. Vale para uns, não vale para outros.
A transição democrática no País foi um exemplo para o mundo, tendo se realizado sem traumas nem eclosão de violência. São inúmeros os exemplos no planeta em que a saída de regimes autoritários ou ditatoriais se deu pela luta armada e mesmo pela guerra civil. Não é o caso do Brasil, que fez uma transição pactuada entre os próprios militares democratas, a oposição, sobretudo personificada no MDB, e os egressos do partido do governo, a Arena, que vieram a fundar o PFL. Seu instrumento central foi a Lei da Anistia, que alcançou todos os envolvidos em atos de violência anteriores. Tratou-se, naquele então, de um grande acordo nacional, maciçamente apoiado pela sociedade brasileira, aprovado pelo Congresso Nacional e, mais recentemente, validado pelo Supremo Tribunal Federal.
anistia é uma espécie de pacto que torna viável um novo começo. Se não há um perdão estendido a todas as partes, elas continuam se envolvendo em toda sorte de disputas, recorrendo à violência como um dos seus instrumentos. E o futuro se torna refém de um passado não resolvido e estranhamente presente. A partir do momento em que uma sociedade decide voltar-se para seu futuro, não sendo mais refém de contenciosos pretéritos, ela deve dar-se uma anistia generalizada, para que todos os que se envolveram em lutas se sintam seguros. Daí em diante a violência deixa de ser instrumento da luta política, que passa a pautar-se por regras republicanas produzidas por uma espécie de consenso coletivo, o qual em nosso país se concretizou numa Assembleia Constituinte.
Anistia não significa esquecimento, mas aprendizado do passado visando a um recomeço. Todos os fatos devem ser apurados, sejam de que lado forem. Isso faz parte da História de um país. Quanto mais uma nação se conhece, melhores são as condições de um futuro que não repita os erros do passado. Para que isso ocorra, contudo, a narrativa histórica deve ser fiel aos eventos pretéritos, sem escolha ideológica nem descarte dos fatos que incomodam os que fazem tal narrativa. A tortura deve ser apurada, do mesmo modo que os crimes cometidos pela esquerda. O que não pode é essa narrativa tornar-se um faroeste ideológico, com mocinhos da esquerda e bandidos da direita.
Note-se que a esquerda "revolucionária", hoje tão decantada, ficou totalmente à margem desse processo. E não só isso: ela foi completamente derrotada na luta armada, não teve apoio popular algum, tendo sido uma operação militar de intelectuais e estudantes despreparados, porém ideologicamente bem apresentados. Atualmente, procura-se envernizar essa esquerda, que não tinha nenhum compromisso com a liberdade e a democracia. Seus integrantes posam de combatentes da democracia, quando nada mais eram do que instrumentos de implantação do comunismo/socialismo no País. Seu objetivo era instituir a "ditadura do proletariado" - que, sendo ditadura, não pode, é evidente, ser democrática!
Um dos episódios mais retomados nos últimos meses como de desrespeito dos militares aos direitos humanos é o da guerrilha do Araguaia, os atores revolucionários sendo apresentados como combatentes da democracia. Ora, eles eram maoistas e seguiam as diretrizes dessa forma de marxismo asiático. Seu objetivo, claramente, consistia em criar no Brasil um Estado totalitário, aos moldes de Mao Tsé-tung. Alguns eram da linha albanesa, variante ainda mais mortífera do maoismo. Para eles, a democracia seria "burguesa" e, portanto, deveria ser completamente destruída. Nesse sentido, o que os militares fizeram ao aniquilá-la foi simplesmente evitar que o totalitarismo maoista se instalasse entre nós. Liberticidas tornam-se combatentes da liberdade!
A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, tem sido dúbia em suas declarações. De um lado, reconhece a importância da Lei da Anistia, considerando-a irrevogável; de outro, dá liberdade aos seus ministros para que lutem por sua revogação. Ministros devem seguir a posição da presidente, não lhes cabendo contrariá-la. Para tanto podem renunciar às suas funções. Se um parlamentar petista se manifesta contra a Lei da Anistia, é um direito dele numa sociedade que se caracteriza pela liberdade de expressão. Não é o caso dos ministros, que devem seguir orientações.
O grande problema da revisão da Lei da Anistia está no fato de que isso seria uma quebra de contrato: a quebra de um contrato institucional que se encontra na raiz da democracia brasileira. Não se pode, 35 anos depois, dar o dito pelo não dito, como se a palavra que uma sociedade engaja consigo mesmo nada valesse. Tal medida não só produziria instabilidade institucional, como também seria uma péssima sinalização para o futuro. Se acordos políticos podem ser arbitrariamente revogados, não há por que fazê-los, muito menos cumpri-los.
Na verdade, é uma volta da vingança sob a forma do politicamente correto. Mais ainda, tal medida constituiria uma ameaça à própria democracia.

domingo, 20 de abril de 2014

SIGNIFICADO DA PALAVRA "PETRALHA"

Verbete "petralha" no Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa
Verbete “petralha” no Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa

CAMINHO SEM VOLTA, CPI DA PETROBRÁS JÁ!


refinaria_pasadena_01 “Dilma foi enganada, despreparada ou mal-intencionada? Esse é uma questão que só pode ser respondida com a instalação da CPI da Petrobras”, afirmou nesta sexta-feira o líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), ao comentar reportagem da revista Época que traz novos documentos e revelações sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, que trouxe um prejuízo bilionário para estatal.
De acordo com a reportagem, a empresa Astra Oil, sócia da Petrobras no negócio, estava interessada num acordo para vender sua parte para a estatal brasileira. No entanto, o setor jurídico da petroleira brasileira, com apoio do então presidente José Sérgio Gabrielli (PT) e o aval de Dilma Rousseff, que presidia o conselho de administração, optou por uma briga judicial que agravou ainda mais o prejuízo com a compra de uma refinaria adquirida por US$ 42 milhões pela Astra e que custou US$ 1,25 bilhão para a Petrobras.
Rubens Bueno ressalta que os documentos divulgados pela revista apontam que técnicos da estatal afirmavam que Dilma deveria ser avisada sobre a possibilidade de aumento dos prejuízos com a briga na Justiça. “Mais uma vez Dilma deixou de considerar os alertas. Resta saber se o aviso não chegou até suas mãos ou se foi convencida por alguém a prosseguir no litígio. Pelo que estamos vendo, nesse negócio haviam interesses além dos da Petrobrás e de sua sócia belga”, disse o líder do PPS.
Para o parlamentar, somente uma CPI poderá desmontar o esquema político que foi infiltrado dentro da Petrobras com o objetivo de abastecer campanhas, beneficiar empreiteiras “amigas” e enriquecer um grupo seleto de políticos e lobistas. “O PT conseguiu jogar o nome da Petrobras na lama e fazer com que seu valor de mercado despencasse. A sociedade e os acionistas minoritários cobram respostas. Quem atua contra a CPI afronta o interesse do povo brasileiro”, finalizou Rubens Bueno

sábado, 12 de abril de 2014

CASTELO DE AREIA


policia_federal_08 Na manhã desta sexta-feira (11), a Polícia Federal deflagrou o segundo capítulo da Operação Lava-Jato, cumprindo mandado de busca e apreensão na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. O alvo da PF é a contratação, por parte da petroleira, das empresas Ecoglobal – Ambiental Comércio e Serviços Ltda. e da Ecoglobal Overseas LCC. O contrato de locação de equipamentos e fornecimento de serviços técnicos especializados, por ocasião da assinatura, tinha o valor de R$ 443,8 milhões. A Polícia Federal cumpriu mandatos de busca, apreensão, prisão e condução coercitiva em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Macaé e Niterói.
A PF suspeita que na mesma época da assinatura do contrato uma negociação tinha como foco a venda de 7% das cotas das empresas Ecoglobal para um grupo que contava com a participação do doleiro Alberto Youssef, preso em Curitiba. A transação se deu através da Quality Holding, de propriedade de Youssef, e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras e representado no negócio pela Sunset Global Participações. Do negócio, estimado em R$ 18 milhões, participou uma terceira empresa, a Tino Real Participações.
Durante as investigações, a Polícia Federal identificou que a cessão de cotas estava condicionada à conclusão do contrato da Petrobras com a Ecoglobal. Uma carta-proposta, classificada como confidencial e assinada pelos envolvidos no negócio, foi localizada pelos policiais.
Os investigadores apontam que o próprio negócio da cessão de cotas é condicionado à efetivação do contrato da Ecoglobal com a Petrobrás. A PF localizou carta-proposta confidencial subscrita pelos negociantes e datada de 18 de setembro de 2013. A suspeita da PF está no fato de uma empresa, com contrato no valor de R$ 443 milhões, decida vender 75% das cotas por apenas R$ 18 milhões.
O desdobramento da Operação Lava-Jato explica o nervosismo que se instalou no Palácio do Planalto diante da possibilidade de uma CPI conseguir abrir a caixa de Pandora da Petrobras. Não por acaso, durante conversa com Dilma, o ex-presidente Lula disse que era preciso inviabilizar a criação da CPI da Petrobras, como quer a oposição
Fonte: Ucho.Info

CASO DE POLÍCIA


corrupcao_17 Muito antes de chegar ao poder central, com a eleição de Lula, o PT já praticava crimes de corrupção e outros mais, sem que a população se preocupasse com o perigo que isso representava. Depois que o PT se instalou no Palácio do Planalto, os crimes cresceram em número, formando uma teia assustadora e com muitas interconexões. Esse cenário vem corroendo de forma contínua o Brasil, mas o aparelhamento da máquina estatal impede que os mesmos sejam investigados.
O primeiro grande desmando, que serviu de alicerce para a teia criminosa e que terminou com a trágica e brutal morte de Celso Daniel, foi o esquema de cobrança de propina ao qual foram submetidos os empresários de Santo André, em especial os do setor de ônibus. A operação criminosa era marcada por tanta ousadia, que qualquer organização mafiosa sentir-se-ia apequenada se visse a destreza dos petistas.
Celso Daniel foi torturado antes de ser assassinado, pois, além de ter se rebelado contra um esquema que havia escapado ao controle, se negou a revelar detalhes das contas bancárias no exterior onde estava depositada parte do dinheiro da propina. Mara Gabrilli, deputada federal pelo PSDB e filha de um então empresário de ônibus de Santo André, acusou Gilberto Carvalho de ser a pessoa responsável ela coleta do dinheiro imundo. Gabrilli não faltou com a verdade ao fazer tal acusação, até porque ela vivenciou os fatos na empresa do pai.
O dinheiro arrecadado criminosamente em Santo André serviria para ajudar no financiamento da campanha de Lula à presidência, em 2002. As quantias arrecadadas eram entregues a José Dirceu, que à época presidia o Partido dos Trabalhadores. Parte desse dinheiro era trocada por dólares, operação que era realizada com Nelma Kodama, que gosta de ser chamada como “a grande dama do mercado de câmbio”. Mais adiante o leitor saberá mais sobre Nelma Kodama.
Abusada em suas declarações e muitas vezes se valendo da ironia, Nelma Kodama tinha ligações e parentesco com ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, flagrado na Operação Anaconda, da Polícia Federal. Nelma foi concunhada de Rocha Mattos, pois viveu com o irmão de Norma Emílio, que foi casada com o ex-juiz.
João Carlos da Rocha Mattos sempre negou conhecer Nelma Kodama, mas alguns fatos levam a concluir o contrário. Não por acaso, a Polícia Federal apreendeu na casa de Rocha Mattos, durante a Operação Anaconda, um CD com as gravações telefônicas do caso Celso Daniel. Como Nelma Kodama circulava com desenvoltura entre os petistas corruptos de Santo André, o que explica as acusações supostamente infundadas contra o ex-concunhado. Mattos foi flagrado em um milionário esquema de venda de sentenças judiciais, mas sua situação piorou muito por saber detalhes dos fatos que antecederam a morte de Celso Daniel.
O dinheiro da propina de Santo André acabou, em parte, depositado em contas bancárias no exterior, como já mencionamos. Sem ter como repatriar esse dinheiro, o PT se valeu dos empréstimos fictícios do Mensalão para viabilizar a operação que trouxe de volta ao Brasil os recursos provenientes da propina cobrada na cidade do ABC paulista. Até porque, nenhuma instituição financeira concede empréstimos milionários a partidos políticos sem as devidas garantias e apenas com avais suspeitos. O dinheiro depositado no exterior foi repassado ao Tradelink Bank, braço internacional do finado Banco Rural, que no Brasil entregou o dinheiro ao PT por meio de empréstimos bancários. Vale lembrar que não foi uma simples coincidência a quebra do Banco Rural, depois que o Supremo Tribunal Federal condenou os mensaleiros.
O milionário caixa do Mensalão do PT não foi alimentado apenas com o dinheiro desviado do Visanet e com as somas que estavam depositadas no exterior, mas também com polpudos aportes feitos por empresários oportunistas que desejavam se aproximar do núcleo duro do governo do malandro Lula. É nesse ponto que o Mensalão do PT cruza o caminho da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, que desbaratou um esquema criminoso ancorado por proeminentes (sic) figuras do mercado financeiro.
O esquema decorrente da Satiagraha passava obrigatoriamente pelas agências de propaganda de Marcos Valério Fernandes de Souza, que superfaturava, com o conhecimento de determinado cliente, campanhas publicitárias de duas empresas de telefonia celular. A diferença entre o valor real da campanha e o superfaturado era despejada no caixa do Mensalão do PT, pois um dos alvos da Operação Satiagraha precisa se aproximar dos fundos de pensão de empresas públicas federais, em sua maioria controlados por petistas. Foi a partir dessa operação canhestra que José Dirceu passou a trabalhar como lobista de um dos investigados pela Satiagraha.
Um dos principais protagonistas do Mensalão do PT, José Janene, já falecido, transitava com muita intimidade no Palácio do Planalto, a ponto de certa vez, ao se referir a Lula, ter colocado em xeque a honra da mãe do então presidente da República. “Avisa esse filho da puta…”, disse Janene durante uma acalorada discussão nos bastidores da Câmara dos Deputados.
Paranaense, José Janene era compadre Alberto Youssef e foi responsável por apresentar o doleiro aos petistas de Londrina, começando por André Vargas e Paulo Bernardo da Silva, marido da senadora Gleisi Hoffmann e atual ministro das Comunicações. Youssef sempre foi a ponta financeira dos negócios nada ortodoxos comandados por Janene, muitos dos quais com prefeituras administradas por petistas.
A mais nova ponta da teia de crimes cometidos sob a égide do PT fica por conta da Operação Lava-Jato. Durante as investigações, a Polícia Federal prendeu Nelma Kodama no Aeroporto de Guarulhos. Kodama estava pronta para embarcar para a Europa quando foi flagrada com 200 mil euros na calcinha. A “grande dama do câmbio” disse aos policiais que o dinheiro seria utilizado na compra de móveis refinados na Europa, mas que não informou à Secretaria da Receita Federal porque o posto da repartição no aeroporto estava fechado.
Para quem já foi responsável pelas operações de cambio dos marginais de Santo André, levar 200 mil euros na calcinha é excesso de inocência. Ao abordar Nelma Kodama, a PF já tinha informações sobre o pacote de dinheiro, conseguidas a partir de grampos telefônicos. Informações preliminares dos policiais dão conta que a soma encontrada com Nelma era proveniente do tráfico de drogas, sonegação de impostos e contrabando de pedras preciosas, mas é muito pouco se considerados as supostas fontes da lavanderia financeira.
Comenta-se nos bastidores que o dinheiro estava sendo levado à Europa a pedido de um dos advogados que atuaram no julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão do PT) e seria parte dos honorários. Caso enverede por essa linha de investigação, a Polícia Federal poderá desmontar uma nova quadrilha.
Fonte: Ucho.Info

sábado, 5 de abril de 2014

CHUMBO TROCADO


refinaria_pasadena_02 A enxurrada de versões díspares que separa a presidente Dilma Rousseff e o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, sobre os documentos que embasaram a estabanada compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, só agrava a responsabilidade da petista pelo prejuízo bilionário imposto a estatal brasileira. A avaliação foi feita nesta sexta-feira (4) pelo líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), para quem um negócio estratégico e de tamanha envergadura não poderia ter sido fechado a “toque de caixa” e sem que todos os conselheiros da Petrobras tivessem analisado minuciosamente a íntegra do contrato de compra da empresa texana.
“Com essa guerra de versões, a presidente Dilma revela ao país três coisas: Primeiro, que como presidente do conselho da maior empresa brasileira se contentava com resumos de última hora, não lia contratos, e até desconhecia as cláusulas padrões desse tipo de negócio. Em segundo lugar, mostra que, na ótica do PT, quem causa um prejuízo de quase três bilhões de reais para uma estatal merece promoção, já que Cerveró, se é que foi ele mesmo que causou a confusão, acabou sendo nomeado diretor da BR distribuidora. E, por último, desnuda ao país que não temos uma gestora, mas uma presidente que não sabe o que está acontecendo ao seu redor. E pior: Se sabe, e tem plena consciência de que não pode revelar a verdade, finge que não sabe e arruma logo um bode expiatório para escapar de suas responsabilidades”, critica Rubens Bueno.
Para o líder do PPS, a versão divulgada pelo Palácio do Planalto de que os documentos que basearam a compra da refinaria de Pasadena só ficaram prontos na véspera da reunião do Conselho de Administração da Petrobras, que era então presidido por Dilma, torna a transação ainda mais suspeita. “Uma gestora responsável jamais iria votar pela aprovação de um negócio cujos pareceres técnicos sobre a viabilidade e lucratividade tenham sido feitos de última hora, a ‘toque de caixa’. O correto, num caso desses, seria adiar a decisão para que houvesse tempo para uma análise minuciosa”, destacou o deputado, lembrando ainda que até as consultorias externas contratadas pela Petrobras alertaram para o tempo exíguo que tiveram para fazer a análise de riscos.
CPI: necessária e urgente
Na avaliação de Rubens Bueno, toda a articulação do Palácio Planalto para impedir ou mesmo controlar a CPI da Petrobras só causará mais desgastes para a presidente Dilma. Esse movimento inaceitável reforça o pavor que toma conta dos palacianos com a possibilidade da caixa preta da Petrobras ser aberta.
“A sociedade cobra respostas claras sobre o que está acontecendo dentro da Petrobras. E a CPI é o instrumento ideal para a promoção de acareações, depoimentos e busca de dados sobre todos os negócios suspeitos envolvendo a estatal. Não tenho dúvida de que a instalação da comissão é urgente”, finalizou o líder do PPS.
Fonte: Ucho.Info