quarta-feira, 31 de agosto de 2011

DIREITOS HUMANOS, GOVERNO MUNDIAL E FORÇAS ARMADAS

Nos dias que correm, não pairam dúvidas quanto ao fato de que os “direitos humanos” vêm sendo universalmente manipulados pelos esquerdistas de todos os matizes e por aqueles que, à sorrelfa, os financiam. Surgidos na década de 1980 como instrumentos de ação política, os referidos direitos são, desde a sua origem, alimentados pelos reais centros de poder mundial.

Não estaremos longe da verdade ao afirmarmos que o inegável alargamento do seu raio de ação é devido à atividade de Fundações e ONGs internacionais. Isso, sem falar daquelas que, sob a capa de um falso caráter religioso, despejam rios de dinheiro nas nações que são alvo das suas atividades.Tais centros de poder sonham com um Governo Mundial e disso fazem praça abertamente. Seu objetivo principal era e é, como de longa data alertam estudiosos do assunto, enfraquecer a unidade daqueles países os quais, segundo seu enfoque, devem, além de constituir uma reserva de matérias primas, fornecer mão de obra farta e barata aos povos do Primeiro Mundo. É o que vem acontecendo na África, nos países árabes e nas América Central e do Sul, ainda que o crescente aumento dos islâmicos na Europa cause preocupação e possa, eventualmente, desaguar em lutas intestinas.

Entre nós, infelizmente, uma quinta coluna infiltrada nos mais altos escalões governamentais, na imprensa, nos meios intelectuais e jurídicos, na própria Organização dos Estados Americanos e até mesmo na ONU, age livre e diuturnamente solapando valores morais a título de serem ações "politicamente corretas", buscando impedir ou retardar o desenvolvimento nacional. Alguns exemplos: desarmamento da população a pretexto de combater a violência; criação de cotas raciais em lugar de sociais para ingresso no ensino superior; “proteção” aos indígenas, submetendo-os às ações desnacionalizantes de ONGs estrangeiras; perseguição aos que derrotaram a guerrilha comunista nas décadas de 1960 e 70; combate à construção de hidrelétricas e ao asfaltamento de estradas, a título de salvaguarda do meio ambiente, etc.

Com a subida ao poder de correntes nutridas pelo marxismo e sabidamente adversas aos militares, teve início um trabalho de sapa destinado a tornar quase inoperantes as Forças Armadas. E tudo é feito de forma clara: seus Comandantes foram rebaixados para o terceiro escalão do Poder Executivo; os níveis salariais dos militares estão entre os mais baixos da administração direta; é feito o emprego da tropa em operações policiais enquanto, nos quartéis, falta munição e a instrução é severamente prejudicada por restrições orçamentárias; os regulamentos disciplinares são postos em cheque por decisões de juízes de primeira instância; cogita-se na introdução do ensino dos direitos humanos no currículo das escolas de formação (como se os militares fossem desrespeitadores dos mesmos), etc.

Na esteira de uma Estratégia Nacional de Defesa plena de objetivos ambiciosos, mas de efetividade quase nula, o armamento do Exército caminha para uma rápida obsolescência, a Força Aérea sonha com aviões de combate modernos e a Marinha de Guerra com submarinos nucleares. Há promessas, muitas promessas, mas todas ou quase todas terminam por esbarrar na falta de recursos para implementá-las. Enquanto isso, o dinheiro dos impostos escorchantes escorre pelos ralos da corrupção, financia a construção de uma sede nababesca para a UNE, sustenta a realização de paradas “gay”, atende às exigências do MST e à distribuição de “obras didáticas” que emburrecem e pervertem a juventude.

Assim, tudo corre de acordo com os planos dos já referidos centros de poder: Forças Armadas com limitada capacidade de dissuasão; descrença das camadas mais esclarecidas quanto à ação governamental; esgarçamento do tecido social e toda uma série de mazelas que corroem o patriotismo dos brasileiros. Quando começarem a surgir, com o apoio armado das grandes potências, “nações indígenas” na Região Norte; quando formos “suavemente” constrangidos a ceder território para abrigo de excedentes populacionais; quando organizações e/ou governos estrangeiros se arrogarem o direito de dizer o que podemos fazer ou deixar de fazer na nossa terra, o Brasil, herança dos nossos antepassados, terá deixado de existir.

Osmar José de Barros Ribeiro

QUE PARTIDOZINHO. HEIM!!!

DILMA QUER NOVA CPMF

O governo Dilma anuncia nova fase no ajuste fiscal iniciado no primeiro trimestre. Será assentada em três eixos: aumento do superávit primário (economia que o Executivo faz para pagar a sua dívida); outros cortes em gastos estatais (ontem a presidente fez um apelo à base aliada para barrar projetos com potencial para ampliar despesas); e, talvez, por uma surpresa desagradável para a sociedade: a criação de novo imposto.
Dilma repete o discurso do governo antecessor. Quer nova fonte de arrecadação para bancar despesas com a saúde. É uma tentativa de ressuscitar a CPMF, com nova roupagem - um retrocesso que não foi adiante na era Lula para evitar repercussão negativa na campanha eleitoral da própria Dilma.

A regulamentação da Emenda Constitucional nº 29 garante mais recursos para a saúde pública em todo o país. Fixa percentuais mínimos a serem aplicados nessa área pela União, Estados e municípios. Determina que o governo federal deve aplicar pelo menos 10% de suas receitas correntes brutas nesse setor, o que representaria acréscimo superior a R$ 20 bilhões somente em 2011. Mas a presidente da República reage a essa emenda. A considera um "presente de grego", porque não existe arrecadação para bancar esse dispêndio.

O projeto de lei que regulamenta a Emenda 29 (PLP 306/2008) foi aprovado desde aquele ano, faltando apenas a votação de um destaque para ser concluída a tramitação. Esse projeto também cria a Contribuição Social para a Saúde (CSS), conhecida como nova CPMF, mas ela não cobriria todo o aumento de dispêndio previsto pela Emenda 29. Então, a presidente da República quer o novo tributo, mas sem fixação de valor mínimo a ser investido em saúde.

Os líderes da base aliada tentarão convencer os colegas do Congresso a retirarem da pauta a votação da Emenda 29, prevista para setembro. E quem lutará contra a criação de novo imposto? É hora de as entidades de classe reagirem.

Fonte: A Gazeta

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL DENUNCIA 21 DO BANDO DO MINIST. DO TURISMO

O procurador do Ministério Público Federal no Amapá Celso Leal denunciou à Justiça nesta quarta-feira (31) 21 envolvidos no desvio de recursos públicos do Ministério do Turismo. No início de agosto, 38 pessoas chegaram a ser presas depois que a Polícia Federal deflagrou a chamada Operação Voucher.

Arte Operação Voucher Ministério do Turismo VALE ESTA (Foto: Editoria de Arte / G1)

Os denunciados nesta quarta são suspeitos de crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato (obtenção de vantagem em razão do cargo) e uso de documento falso. De acordo com a Polícia Federal, R$ 3 milhões dos R$ 4,4 milhões previstos no convênio com o Ibrasi para foram desviados para empresas de fachada.

Eles são citados em inquérito da Polícia Federal que investigou convênio do Ministério do Turismo com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). O objetivo do convênio era qualificar 1,9 mil agentes de turismo no Amapá.

Entre os denunciados pelo MP estão Frederico Costa, ex-secretário executivo do ministério, Colbert Martins, ex-deputado federal e atual secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, e Mário Moyses, ex-presidente da Embratur. Eles chegaram a ficar presos durante cinco dias no Amapá e foram exonerados dos cargos que ocupavam.

O procurador fatiou a denúncia em quatro grupos divididos pela área de atuação de cada envolvido. Um grupo reúne a cúpula do Ministério do Turismo, o outro, os servidores acusados de fraudar laudos para fingir a execução do convênio.

Um terceiro conjunto de denunciados trata dos dirigentes do Ibrasi, entidade apontada pela PF como pivô dos desvios, e o quarto reúne donos de supostas “empresas de fachada” que, segundo o inquérito, ajudavam a efetivar a fraude.

A defesa de Colbert Martins e Frederico Costa informou que ainda não teve acesso à denúncia, mas afirma que não há no processo provas do envolvimento dos dois em irregularidades. Procurado, Moyses ainda não havia respondido até a última atualização desta reportagem.

Além de servidores e ex-integrantes da cúpula do ministério, foram denunciados diretores do Ibrasi e o pastor Wladimir Furtado, presidente da Cooperativa de Negócios e Consultoria Turística (Conectur), apontada pela PF como entidade de fachada usada no desvio dos recursos.

O advogado do pastor disse que só vai se pronunciar depois de ter acesso à denúncia. A defesa do Ibrasi informou que também só falará sobre o caso após conhecer a denúncia do MPF.

Pela Constituição, cabe ao STF a decisão de abrir ou não investigações e processos contra parlamentares, que possuem foro privilegiado.

Deputada
Na denúncia, o procurador afirma que foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República a parte do inquérito que tratava de indícios de participação da deputada federal Fátima Pelaes (PMDB-AP), que também nega ter cometido irregularidades.

Presos na operação disseram que parte do dinheiro que teria sido desviado foi repassado à deputada, que foi a autora da emenda que destinou os R$ 4 milhões para o convênio.

Fonte: G1.com

terça-feira, 30 de agosto de 2011

NÃO FICA COM VERGONHA, PRESIDENTA? (By Marco Sobreira)

Posso estar sendo cansativo, me perdoem os leitores do blog, mas não me canso de ficar indignado com os absurdos a que estão submetidos os mais pobres deste país, principalmente quando precisam dos serviços públicos de saúde.

Como justificar a morte de mães e bebês no momento que deveria ser de pura felicidade?
Como explicar que uma maternidade só tenha médicos de segunda a quinta-feira?
E a mãe que perdeu seus filhos gêmeos por que encontrou a maternidade de portas fechadas?

Nada justifica, nada paga o sofrimento de quem por nove meses, sonhou, planejou, preparou com carinho o enxoval, o quarto para receber o que seria a alegria de uma família. Planos e mais planos desfeitos por negligência dos responsáveis e de gestores irresponsáveis, omissos no acolhimento de nossas parturientes e indiferentes aos seus sofrimentos.

Milhares de hospitais nesta republiqueta mantêm serviços de obstetrícia sem a menor condição de fazê-lo , conheço muitos em que o plantonista do pronto-socorro também é quem atende a maternidade, muitos sequer fizeram um parto em toda sua vida, pediatras na sala de parto então, nem pensar, luxo permitido apenas aos moradores de grandes cidades. Fica tudo na mão das enfermeiras e seja o que Deus quiser. Quando o parto é normal, sem complicações, qualquer um é capaz de fazer, por séculos e séculos nascemos nas mãos de parteiras, o problema é quando ocorre qualquer problema, aí acontece o que temos assistido.

Uma vergonha, uma lástima que nos dias atuais mães percam seus filhos e que morram por falta de um atendimento adequado, por falta de médicos ou UTINs, falta do Direito Humano de se ter um filho com dignidade e segurança.

Enquanto isso o país se prepara para gastar bilhões de reais na construção de praças esportivas, estradas, aeroportos, alojamentos, comunicações e segurança para realização da Copa do Mundo de futebol e Olimpíadas. Estamos nos preparando para receber o mundo em nossa casa enquanto não somos capazes de oferecer uma saúde de qualidade à nossa gente.

No último domingo assistimos apreensivos e preocupados o atendimento ao técnico do Vasco da Gama que passou mal em pleno estádio, acompanhamos o pronto atendimento, a rapidez com que o treinador foi atendido, ambulância UTI, hospital de qualidade, diagnóstico rápido e preciso, tratamento indicado imediato e grandes possibilidades de sobrevivência. Que bom se tudo isso estivesse também disponível ao cidadão comum, ao usuário do SUS, o que infelizmente não acontece, poucos sobrevivem a quadros semelhantes.

Esse é o nosso Brasil, povo morrendo nos hospitais públicos e nas filas do SUS enquanto o Governo assiste complacente a um tsunami de corrupção, incapaz de combater com a firmeza o bando que se apoderou do poder para em beneficio seu e de companheiros, surrupiar o dinheiro que poderia salvar ou amenizar o sofrimentos de milhares de brasileiros que não têm como se beneficiar da medicina de ponta e de alta qualidade oferecida à elite deste país.

Não fica com vergonha, Presidenta?

ASSIM SÃO ESSES ESTRANHOS "MILICOS"

O que me assusta é que todos estão tendo saudades da ditadura militar...a que ponto chegamos...

E falava-se horrores do Andreazza!
Que estaria riquíssimo, que teria ganho de presente das empreiteiras, um edifício na beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, que não tinha mais onde guardar dinheiro.
Não sei se Amália Lucy Geisel ainda estará viva. Pouco mais velha do que  nós, tinha alguns problemas de saúde. Pois bem: ela era Professora do  Colégio Pedro II e, mesmo quando o pai era Presidente, ia de casa ao  trabalho de ônibus. Cansei de encontrá-la neles, ela e eu a caminho do           centro do Rio.
Meu pai chamava isso de "os três dês do milico":  decência, decoro, discrição.

Primeiro, morreu o Cel. Mário Andreazza. Quando Ministro dos Transportes, foi responsável pela construção da ponte  Rio-Niteroi, obra que teve empréstimo inglês de 2 bilhões de dólares  (Sim! Dois bilhões! De dólares!). Por ocasião de sua morte, seus 37 colegas de turma tiveram de fazer uma vaquinha para que o corpo           pudesse ser transladado para o Rio Grande do Sul. Portanto, depois de  gerenciar tanta verba pública, bem administrada, diga-se de passagem,  morreu pobre.
Já em 2003, foi a vez de Dona Lucy Beckman Geisel. Seus últimos anos de vida, viveu de forma pobre e discreta. Morreu em  acidente de carro na lagoa Rodrigo de Freitas.
Ano passado, foi a vez de dona Dulce Figueiredo, que ficou viúva em 1999, do último           Presidente militar. Em 2001, devido a problemas financeiros, teve que organizar um leilão para vender objetos pessoais do marido. Foi a forma que encontrou para sobreviver dignamente.

Faça suas comparações com os políticos  de hoje e compare o estilo de vida do último Presidente brasileiro, de sua mulher, que frequenta o mais caro cabeleireiro do Brasil, as mais  caras butiques, os mais caros cirurgiões plásticos, gastou os mais  altos valores do cartão de crédito, que não precisava prestar contas. Nunca fez um trabalho social pelo Brasil. Só o que fez foi viajar com  o marido por todos os lugares do mundo, às expensas do suor dos brasileiros trabalhadores. Seus filhos enriqueceram da noite para o  dia.
Isto é que são políticos "populares".          

Tire suas  conclusões.

Fonte: ana cambraia anousca65@gmail.

DIRCEU E UM DESGOVERNO PARALELO?

Os ingênuos chegam a vislumbrar ressentimentos entre a Presidente e o seu mentor, por causa dos diletos assessores cheios de graça e rabo preso que herdou, ou os que escolheu por indicação do famigerado. Foram os ossos do oficio.

Ao sair do nada para a mais alta posição, o custo seria alto. Ela é limitada e ruim em conectar os neurônios.

Por isso, reclamar jamais e decretou como recomendado, o fim de uma faxina na qual não deu a primeira, nem pode impedir as demais vassouradas. Límpido assim.

Basta acompanhar os périplos do Ex aqui e no exterior, de avião pra lá e pra cá, de palestra em palestra, e de soslaio mirar seus cumpanheiros de viagens, de andanças demagógicas, em Cuba e adjacências para saber que lá estavam, entre outros próceres da bandalheira, o nefasto Dirceu.

Dirceu acusado e afastado foi brindado pelo seu ex – chefe com palavras sobre sua magnificência, sobre a sua grandeza, sobre a sua conduta impar. Na saída do cargo, recordemos como Dirceu saudou a “cumpanheira de armas”. Foi tocante.

Assim, se alguém dúvida que estejamos falando da mesma quadrilha, do mesmo acumpliciamento, pretendendo visualizar um desgoverno paralelo, vai morrer imaginando bobagens.

Estejam certos tantos quantos não acreditam em Papai Noel e no Coelhinho da Pascoa, que o Dirceu se locomove hoje com tanta ou mais desenvoltura do que antes, mas não para enfraquecer o atual desgoverno, na verdade, oficiosamente engendra tramoias, encena arrufos, apenas para desviar atenções e confundir ameaças.

Não esqueçam que uma parte substancial da mídia e o próprio gestor da mídia do desgoverno, o Franklin Martins foi um dos convivas das viagens de sua majestade. O quanto e como tramaram, nem o diabo sabe.

Juntos confabularam, planejaram e soltaram torpedos enganadores.

O contexto faz parte de uma ação diversionária para confundir e criar impressões falsas. No fundo, devem gargalhar dos equívocos que plantam na cabeça dos ingênuos.

A atual investida contra São Paulo sublinha o maquiavelismo que se esconde nas confabulações da asquerosa cúpula.

Felizmente, não dominaram toda a imprensa e, ainda, são surpreendidos com reportagens investigativas, que ao demonstrarem o poder de Dirceu, apenas comprovam que sua liberdade de ação é tão descarada que somente com o conhecimento, a orientação e o financiamento da cúpula do desgoverno, ele poderia transitar tão leve e solto.

A leitura correta seria buscar, como por detrás dos bastidores, além da falsa impressão de liderar um desgoverno paralelo, o que realmente está acontecendo, seria olhar mais ao longe, por detrás dos muros, por detrás dos morros, para descortinar qual a verdadeira missão do senhor Dirceu.

Enfraquecer a Presidente no momento atual, seria a última ação a ser praticada pelo petismo, seria o tiro no pé, seria atestar que a terna senhora foi um tremendo equivoco do seu guru.

Por tudo, cuidado com as conclusões precipitadas, o bando é um só, uns menos, outros mais vermelhos, mas todos têm um objetivo comum, submeter esta Nação.

Eles são mestres em criar falsas impressões, subverter mentes, iludir os incautos. Não esqueçamos de que eles eram terroristas, mas hoje, como num passe de magica, são cultuados como heróis.

Dirceu, carinhosamente, é o que podemos denominar de "o aloprado oficial" do atual desgoverno.

Valmir Fonseca Azevedo Pereira
 

CONCORRÊNCIA

CRIME HEDIONDO.




Senador da ala dissidente do PMDB, Pedro Simon aposta em um movimento das ruas e pelas redes sociais contra a corrupção. No discurso que fez na tarde desta terça-feira (30), o parlamentar gaúcho disse que acredita será a população quem cobrará da presidenta Dilma Rousseff (PT) o desvio de uma linha que vem mantendo com dignidade.

Para Simon, que há uma semana articulou um movimento de apoio à “faxina” no governo federal, a presidente tem que manter a firmeza e afastar os envolvidos em corrupção. E nomear apenas ficha limpa. “É bom Dilma ir bem, para o bem do Brasil”.

Dilma, entretanto, abandonou o seu discurso da moralidade assim que a sua base de governabilidade começou a cobrar o apoio de que tanto precisa. A presidente também recuou depois dos conselhos de altas figuras do PT, incluindo o ex-presidente Lula da Silva e o deputado federal cassado José Dirceu.
Pedro Simon acusou os dois de montar um governo paralelo. “É o PT que está fazendo um governo paralelo? Alguém pergunta se Dilma não está recuando. Digo que não”, acredita otimista. “Simon destaca que Dilma não “aparece”, mas ministro, governador ou parlamentar, até do PSDB, conversam com Lula. É governo paralelo? Para Simon, se isso não é um governo paralelo, “não sei o que é”.
No discurso, o senador gaúcho afirma que Lula diariamente tem encontros com ministros em São Paulo. “Hoje, Lula está na Bolívia discutindo construção de estradas”. Simon questiona a presença do presidente da Petrobras num encontro num quarto de hotel com Dirceu. “Discutiam política?”, pergunta.

Em pesquisa feita pelo DataSenado, instituto vinculado ao Senado Federal, aponta que 99,01% da população concorda com a inclusão da corrupção na Lei dos Crimes Hediondos, que aplica punições mais severas aos condenados. O levantamento, realizado pela internet, recolheu a opinião de 71.775 pessoas. De autoria do senador e ex-procurador da República Pedro Taques (PDT-MT), a proposta corre na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Fonte: Ucho.Info

ESTRESSE PALACIANO



A crise provocada pelas denúncias que assombram a Esplanada dos Ministérios e os movimentos dos companheiros Lula da Silva e José Dirceu parecem prejudicar a memória da presidente Dilma Rousseff. Para enfrentar os desafios, inclusive de um “governo paralelo”, como observou nesta tarde o senador Pedro Simon (PMDB-RS), a presidente resolveu incrementar sua agenda de viagens ao interior do Brasil.

Na mesma velocidade que crescem os seus compromissos externos, também sobem as possibilidades de atos falhos. Na última semana, Dilma se atrapalhou ao discursar na Marcha das Margaridas, ato realizado em Brasília com milhares de pessoas. A presidente chamou o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, seu companheiro de partido, de “Agnelo Rossi”, uma ligeira confusão com o nome de Wagner Rossi, o ex-ministro da Agricultura que pediu demissão ao ser flagrado em denúncias sobre o uso de jatinho de uma empresa de agronegócios.

Na viagem desta terça-feira (30) ao interior de Pernambuco, Dilma Rousseff escorregou novamente no discurso. Na fala de encerramento no município de Cupira, a presidente Dilma cometeu um deslize irreparável, segundo conta o jornalista Magno Martins. Chamou Cupira de Curupira.

Assim como em Garanhuns, Cupira no agreste pernambucano fez protesto. Os manifestantes cobravam do governador Eduardo Campos (PSB) o pagamento do piso do magistério estadual, abertura de um posto do INSS, de uma delegacia da Polícia Federal, melhorias na saúde e construção de uma estação de tratamento de esgoto. Em Garanhuns, Dilma enfrentou protesto semelhante.
Técnicos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) reclamaram uma solução para a crise nos hospitais universitários.

Cupira fica a 130 quilômetros de Recife. O então povoado de 1900 tornou-se distrito do município de Panelas, com o nome de Taboleiro, tornando-se mais tarde município com o nome de hoje. Tem população de 23 mil habitantes e seu IDH é considerado médio, com pontuação de 0,606, segundo o PNUD.

Já Curipira é uma cidade cearense e também uma entidade da floresta que agride caçadores ou os confunde. De acordo com o “Fantastipedia”, seu nome vem de curumi, menino e pira, corpo: corpo de menino. É mais conhecido por esse nome na Amazônia, no Maranhão e no Sudeste do Brasil, exceto Espírito Santo.

Fonte: Ucho.Info

COMANDANTE DO MENSALÃO CONTINUA MANDANDO NO PT

Com antecedência – Mesmo sob pressão intensa, a revista “Veja” trouxe em sua mais recente edição reportagem em que mostra como o ex-comissário palaciano e deputado cassado José Dirceu de Oliveira e Silva continua mandando nos bastidores do poder. Os leitores do ucho.info sempre souberam que o ex-chefe da Casa Civil no governo Lula e acusado de ser o comandante do “Mensalão do PT” continuava mandando no Partido dos Trabalhadores e no governo federal.

Horas depois de ter o mandato cassado por causa do escândalo das mesadas pagas a parlamentares, José Dirceu concedeu entrevista coletiva, no plenário 13 do setor de Comissões Permanentes da Câmara, e disse que na semana seguinte retomaria a advocacia para honrar suas contas e obrigações familiares. Desde então o ex-ministro de Lula vem se dedicando ao lobby e às articulações políticas.
A notícia de que José Dirceu vem articulando contra o governo de Dilma Rousseff não é novidade nem mesmo para a presidente da República, que na campanha já sabia das ações do companheiro de legenda, o velho e misterioso Pedro Caroço.

Dilma Rousseff, que herdou de Luiz Inácio da Silva um espólio que ultrapassa as barreiras da maldição, continua sem ter o que fazer para debelar a crise política que domina a Esplanada dos Ministérios, assunto que recebe reforço extra com a crise econômica que chacoalha muitas economias ao redor do planeta. Se Dilma sonha em fazer um governo minimamente eficiente, a saída será se aproximar da oposição, pois no PT a situação é de traição silenciosa. E governar com Lula da Silva e
José Dirceu jogando contra é simplesmente impossível, até mesmo para o mais frio e competente dos administradores públicos.

Fonte: Ucho.Info

OS CÃES AVANÇAM SOBRE A LIBERDADE DE IMPRENSA

O ex-ministro e deputado cassado José Dirceu, do PT de São Paulo, continua sendo um personagem poderoso na república tupiniquim. Sob o guarda-chuva da crítica à atuação da Imprensa (aí incluídos todos que são vozes contrárias), não faltam artigos e opiniões que desde o último sábado atacaram a reportagem da revista “Veja”.

Aqui não se trata de defender o papel jornalístico que a publicação do Grupo Abril desempenha no contexto nacional, mas de observar que não faltam jornalistas com suas penas virulentas em favor de um Brasil com liberdades distorcidas.

Escondidos no véu da chamada liberdade de imprensa, atacam os contrários propondo conselhos de controle da mídia e, vejam, encontram até maneiras de falar de diplomas de bacharéis em comunicação, como se o canudo fosse um anteparo contra a bandidagem.

José Dirceu é um personagem das sombras e, como tal, deve ser vigiado. E como personagem que trabalha por interesses nem sempre republicanos, não lhe faltam protetores. A reportagem da revista fez um relato de seus contatos e demonstrou que continua operando com desenvoltura, como uma espécie de oráculo com conselhos para apaniguados. Um jogo de leva e trás pernicioso que, naturalmente, interessa a poucos, coisa que este site tem denunciado com frequência.

A imprensa do outro lado do balcão chega a propor que se fechem as torneiras da publicidade oficial, como se o dinheiro do governo pertencesse a um grupo que hoje está no poder. Este site tem sofrido anos a fio pelo patrulhamento ideológico-partidário, prova de que a proposta agora enredada na defesa de Zé Dirceu e contra os “métodos” da revista, há muito vem sendo implementada contra os críticos.

Falar mal dos gestores públicos é assinar um atestado de péssima idoneidade. É ser incluído numa lista negra. Métodos há muito tempo inventados, desde a época colonial, continuam no governo petista, que se pudesse controlaria o fornecimento também de papel, como acontecia na ditadura de Getúlio Vargas com o vergonhoso DIP, o Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo.

A proposta de cortar as verbas oficiais é o primeiro passo para um controle mais efetivo do que pode ou não ser publicado. Lamentavelmente, essas sugestões contam com a simpatia dos governistas que outrora urravam contra o controle dos meios de comunicação. O discurso da liberdade de imprensa, como se percebe, é algo que resiste até a primeira crítica e a uma primeira investigação do jornalismo mais combativo.

A defesa de José Dirceu, pelos que ladram contra a reportagem, ocorre no momento em que a presidente Dilma Rousseff recua da sua ideia inicial de “faxina”. A sua afirmação foi uma retórica midiática, mas pode ter assustado o grupo encastelado no poder.

Evidentemente, se a sua retórica acabasse em prática, determinaria o destino de um sistema encastelado e construído sob a plataforma da corrupção. A força dessa gente calou a presidente da República e sua “faxina” e não passou de mero devaneio de uma noite de inverno.

É preciso ficar atento aos discursos e aos artigos oportunistas que na primeira hora pregam um controle da imprensa. Na ditadura, seja ela de qual tendência for, tem como primeira vítima a liberdade de expressão. A proposta do corte da publicidade oficial e o conselho de imprensa contra as vozes críticas são duas propostas concretas que estão em prática. É preciso cortar o mal antes que ele se estabeleça.

Gilmar Corrêa

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ESTREBUCHA, BRASIL

O país viveu uma espécie de comoção geral pela divulgação de vídeo na Folha.com em que policiais tripudiam em cima de assaltantes baleados.
"Estrebucha, filho da puta", diz um funcionário do Estado para um dos caídos. Muitos defenderam sua conduta. Outros ficaram chocados com o sadismo na cena.
Dias antes, o Brasil pôde ver também em vídeo como o presidente do Senado, José Sarney (PMDB), passeava em helicóptero que deveria estar atendendo a um coitado com traumatismo craniano no Maranhão.

No final da mesma semana, fotos por todo lado de um acidente com um bondinho que matou cinco pessoas e feriu outras 57 em Santa Teresa, no Rio. O governador Sérgio Cabral (PMDB) mandou fechar o serviço até a execução de um plano de modernização.

Desvios de conduta, vigência por anos de contratos suspeitos ou malfeitos e medidas reativas como a de Cabral, depois de uma tragédia, são a regra no Brasil.
Infelizmente (ou felizmente), a semana passada só trouxe uma série concentrada disso, em vídeos e fotos coloridas.

A AGU (Advocacia Geral da União) estima que até 70% dos desvios de verbas públicas no Brasil ocorram nas áreas de educação e saúde (incluindo saneamento básico).
Nesses setores, os crimes são considerados hediondos. Pois matam por falta de assistência médica ou comprometem o futuro de crianças sem merenda escolar e educação adequadas.

Mais de 60% dos réus são prefeitos ou ex-prefeitos. Há um número mínimo de condenações e outro ainda menor de prisões.
Na área de transportes, a corregedoria do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes) acumula mais de mil processos sobre pagamentos suspeitos, que somam R$ 400 milhões nos últimos oito anos.

Segundo a AGU, quando ocorre, a devolução de parte das verbas desviadas demora, em média, 17 anos.
Apesar da conversa sobre "faxina" no governo Dilma, o que se vê é ex-ministro, secretário e diretor saindo do governo e tirando férias, voltando às suas consultorias ou reassumindo postos no Congresso.
Infelizmente, há poucos vídeos sobre isso.

Fonte: Folha.com Fernando Canzian

GOVERNO VAI CRIAR O CARTÃO ÁGUA - POPULISMO BARATO




Populismo – O governo federal pretende criar o Cartão Água. O anúncio foi feito pela coordenadora dos projetos especiais do Ministério da Integração Nacional, Adriana Alves, nesta segunda-feira (29), em Fortaleza, durante o seminário sobre Políticas Sociais para o Nordeste, Recursos Hídricos e Programa Água para Todos.
“A Operação Pipa deve deixar de ser extraordinária para ser permanente com a criação do cartão água que será distribuído a população carente de água. O cartão vai controlar a vazão e o abastecimento. Inicialmente controlado pelo governo federal e depois a ideia é que os estados assumam este Cartão Água”, revelou Adriana Alves.
Ela citou que o Programa Água para Todos tem metas arrojadas. “Já para 2011 com recursos de R$ 246 mil vamos construir 60 mil cisternas. Para até 2014 com recursos de dois bilhões vamos construir 349 mil sistemas através de cisternas e pequenas barragens”. As informações são da agência “Política Real”.

Fonte: Ucho. Info

O QUE NÓS ( meia dúzia ?) TAMBÉM SABEMOS DE...

Sabemos que é inconfiável.
Sabemos que é imprestável, ou seja, se os outros pedirem, negaremos.
Sabemos que não é maior por falta de espaço.
Sabemos que é um embromador.
Sabemos que o seu hobby é a sacanagem.
Sabemos que é um gozador.
Sabemos que é um quiabo.
Sabemos que é metamórfico.
Sabemos que é camaleônico.
Sabemos que é canastrão.
Sabemos que é um crápula.
Sabemos que adora bolsas.
Sabemos que nada construiu.
Sabemos que é um engenheiro de obras feitas.
Sabemos que gosta de inaugurações e reinaugurações.
Sabemos que delira num palanque.
Sabemos que é um aproveitador.
Sabemos que é um melífluo demagogo.
Sabemos que é um mentiroso boca grande.
Sabemos que é cretino demais para ser verdade.
Sabemos que é um preguiçoso.
Sabemos que é chegado a um copo de ...
Sabemos que é um espaçoso.
Sabemos que é um medroso.
Sabemos que é um pulha.
Sabemos que é um enganador.
Sabemos que é um anistiado, mas não sabemos por quê.
Sabemos que recebe indenização pela lei da Anistia, mas não sabemos por quê.
Sabemos que idolatra as mordomias, e muito.
Sabemos que é grosseiro.
Sabemos que é maroto.
Sabemos que adora o poder, demais.
Sabemos que ele se ama de paixão, e muito.
Sabemos que adora sacanear, os milicos.
Sabemos que gosta de manipular os outros.
Sabemos que venera Fidel.
Sabemos que tem receio do Chávez.
Sabemos que gostaria de ser rei ou ditador.
Sabemos que perdeu uma parte (muito importante) do corpo e foi aposentado.
Sabemos que é um espertalhão.
Sabemos que vive de repartir... o que é dos outros.
Sabemos que deixou uma boa herança maldita.
Sabemos que deu emprego para milhões de brasileiros, os filiados e os afilhados.
Sabemos que promoveu as dicotomias sociais.
Sabemos que gosta de viajar, principalmente para o exterior.
Sabemos que inventou a Lei da Impunidade.
Sabemos que sacaneou os aposentados.
Sabemos que não gosta de ler, mesmo quando ditos importantes.
Sabemos que nunca entra em fria, quando em perigo, seu lema é, não sei, não ouvi, não estava.
Sabemos que gosta de italianos, em especial terroristas.
Sabemos que transformou a hipocrisia numa virtude e a dignidade num ato falho.
Sabemos que é expert em relações internacionais.
Sabemos que gosta de aparecer, e muito.
Sabemos que sem ele nem estaríamos aqui, nem respirando, nem pensando, nem indo ao banheiro, nem comendo, nem ...
Sabemos que é decidido, e decidiu bagunçar com São Paulo.
Sabemos que é um fora de série. Após juntar tanta cretinice num corpo só, Deus de raiva jogou a forma fora.
O que não sabemos é se merecemos o “dadivoso”.

Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

DEMOCRACIA E MORALIDADE

A democracia caracteriza-se por ter regras que asseguram a pluralidade de opiniões. Toda tentativa de coibir a liberdade de imprensa e de expressão de modo geral acaba por tornar inviável essa pluralidade, que é sua condição mesma de existência.

O Brasil tem convivido, nestes últimos anos, com uma série de iniciativas que têm como objetivo cercear essa liberdade. O caso do Estadão é o mais notório, pois continua sob censura, decretada por decisão judicial. O País, no entanto, tem crescido precisamente por ter uma imprensa livre, capaz de denunciar todos os desmandos e descalabros no tratamento da coisa pública. O atual governo já mudou vários ministros e a cúpula de diversas pastas ministeriais graças à sensibilidade da opinião pública, que erigiu a moralidade na política em princípio da vida republicana. E sua condição é a liberdade de imprensa.

O caminho, contudo, não tem sido fácil. No governo anterior presenciamos diversas iniciativas, mediante audiências públicas e conferências nacionais, como as de Comunicação e Cultura, que tinham como propósito um controle do conteúdo jornalístico sob o manto de uma suposta "democratização dos meios de comunicação". No caso, a democratização, numa deturpação evidente do seu sentido, teria o significado de controle desses mesmos meios de comunicação. Note-se o papel desempenhado por audiências públicas e conferências nacionais para, em nome da democracia, restringir uma condição própria de sua existência, que é a liberdade de imprensa e de expressão.

Tudo indica que o atual governo está agora trilhando um novo caminho, distinguindo a modernização da legislação do setor de comunicações, uma regulação que se faz necessária pelo avanço tecnológico das últimas décadas e o controle de conteúdo. Não esqueçamos que a legislação atual, ou melhor, as várias legislações datam dos anos 70 do século passado, quando a internet nem existia. Nossas regras do setor são anteriores à revolução digital.

Entretanto, muito menos atenção é dada a uma caracterização igualmente importante, a de que a democracia se define pela pluralidade de valores, pela coexistência, em seu seio, de várias noções do bem. Um bem maior, apenas, se situa acima de todos os demais: o de que a pluralidade de bens é um princípio que deve ser assegurado, sob pena de que as escolhas individuais de bens se tornem inviáveis. A liberdade de escolha é um valor que não é, nem pode ser, objeto de uma decisão "democrática".

Um dos pressupostos de uma sociedade democrática é o de que cada cidadão possa escolher livremente o que considera melhor para si, sem que o Estado lhe imponha um padrão de comportamento. A pluralidade de bens situa-se na perspectiva da escolha individual, e não num suposto bem que seria imposto pelo Estado. A condição da cidadania é que o indivíduo não seja servo, ainda que a servidão possa ter uma aparência voluntária.

A contraposição que se estabelece aqui é entre o exercício da pluralidade de bens, pelos cidadãos que escolhem livremente, e uma forma de poder estatal que procura impor a cada um o que considera o bem coletivo. Neste último caso, o bem supostamente coletivo terminaria usurpando progressivamente o bem individual.

O terreno é muitas vezes pantanoso, as fronteiras aparecem como de difícil delimitação, pois, dependendo do que esteja em questão, se dá ou não a aquiescência dos indivíduos a um bem estatalmente imposto. Quando o governo, por exemplo, estabelece regras que ditam como deve ser o comportamento individual relativo à saúde, pode acontecer que as pessoas aceitem de bom grado tal diretriz, sem se dar conta de que ela invade o que deveria ser uma prerrogativa estritamente pessoal.

Ocorre aqui um processo semelhante com a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação, a saber: a existência de audiências públicas, ou até eventualmente de conferências, tendo como objetivo regulamentar o comportamento individual. A iniciativa, no entanto, é mais insidiosa, pois feita em nome do bem dos indivíduos. Alguns caem na armadilha, muito frequentemente, porque compartilham algumas dessas iniciativas, como certas opções particulares relativas ao que cada um entende por bem, ou por sua saúde, mais especificamente. A imposição estatal do bem pode ser, então, percebida como se fosse fruto de uma escolha individual. Aqui reside o perigo.

Há, por assim dizer, uma coincidência entre uma ideia individual e uma certa iniciativa governamental. A imposição surge disfarçada de moralidade. O valor moral é o seu disfarce. Acontece, porém, que essa coincidência é ilusória, pois o "bem" compartilhado tem um fundamento distinto: um provém da esfera estatal e outro, da liberdade de escolha individual. Dito de outra maneira, uma sucessão de imposições governamentais, cada uma em acordo com certas ideias de comportamentos individuais, pode acabar tornando a pluralidade das noções de bem inviável. O pressuposto de ambas é completamente distinto, mesmo que isso apareça sob a forma aparentemente democrática e legal da audiência pública.

A opinião pública é mais naturalmente propensa a se insurgir contra restrições à liberdade de imprensa e de expressão do que contra restrições governamentais que impõem condutas quanto ao que cada um considera o seu próprio bem. O problema, porém, é da mesma natureza.

O risco consiste precisamente em que as fronteiras entre a democracia e a moralidade começam a se apagar, com o Estado se elevando à posição daquele que sabe o que é melhor para o cidadão. E também está em que o Estado se coloque como uma potência moral, destituindo os cidadãos de sua capacidade de discriminar racionalmente o que é melhor para si. 

Denis Lerrer Rosenfield

domingo, 28 de agosto de 2011

MERCADO DA CORRUPÇÃO NO TURISMO: TAXAS DE ATÉ 60%

O secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, que foi preso durante a Operação Voucher, da Polícia Federal  - Editoria: Política - Foto: Dida Sampaio/AE

Número dois do Turismo, Frederico Costa deixou cargo após ser preso


Brasília


Com a Operação Voucher, a Polícia Federal trouxe a público o lado podre das relações entre altos dirigentes do Ministério do Turismo e organizações não governamentais de fachada. Mas o problema pode ser mais amplo do que a polícia mostrou. Em conversas reservadas, empresários, ex-funcionários de ONGs e do ministério relataram que a taxa de desvio chega, em alguns casos, a 60% do dinheiro liberado. É a taxa de corrupção mais alta de Brasília.

Supera até valores que seriam desviados em fraudes com obras da construção civil e contratos com empresas de informática. "Eu falo isso porque conheço a situação por dentro. O desvio é de 60%. Em alguns casos, nada é aplicado no projeto", disse um importante empresário ligado ao turismo.

O filão desse novo mercado da corrupção seriam os cursos de qualificação profissional. A ideia de preparar trabalhadores humildes para os novos desafios do mercado é sempre bem acolhida, e os projetos finais, descentralizados e gigantescos, quase nunca são fiscalizados.

As manobras de algumas organizações são favorecidas ainda pela obrigação do governo de ampliar recursos para a criação de infraestrutura para a Copa e as Olimpíadas.

Distribuição
Com a condição de não ter seu nome divulgado, o empresário descreveu como a entidade da qual faz parte está atolada em corrupção. A organização recebeu expressiva soma em recursos para programas de qualificação profissional. O administrador do convênio embolsou 15% da verba repassada a título de pró-labore. Um percentual mais alto, 25%, seria destinado a um dos servidores do ministério preso na Operação Voucher. Os chefes do administrador ficariam com mais 15%. Os 5% restantes seriam gastos na compra de notas fiscais frias.

Segundo o empresário, o país realmente precisa criar infraestrutura e melhorar a qualidade dos profissionais que terão contato com os turistas nos grandes eventos esportivos. Mas o governo não deveria tolerar desvios. As facilidades de se apropriar de dinheiro público teriam deixado os novos ricos deslumbrados. "Alguns desses vagabundos (dirigentes de ONGs fajutas) ainda se vangloriam de estarem ficando ricos. Um deles estava dizendo no último Salão do Turismo que o filho já tinha um BMW". (AG)

Fraudes envolvem ONGs de fachada

Um ex-funcionário de uma das ONGs que mais recebe dinheiro do Ministério do Turismo relatou, também com a condição do anonimato, como se faz uma fraude. O primeiro passo é criar uma ONG e comprar o CNPJ de uma antiga. Para receber dinheiro público, a ONG tem que ter pelo menos três anos de existência. O segundo passo é combinar com servidores em postos estratégicos a "taxa de sucesso".

A partir daí, todo o processo volta ao controle da ONG. Dirigentes da entidade escolhida fazem uma falsa tomada de preço no mercado. Em geral, as propostas são apresentadas por empresas fictícias ou dos próprios interessados.

A etapa final implica a compra de notas fiscais e prestação de contas fraudulentas. O fiscal "amigo" não analisa a fundo a relevância dos projetos nem a execução dos serviços. Alguns, até implementam parte das ações para embaralhar auditorias do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União.

Segundo o ex-funcionário da ONG, as artimanhas não param na criação de "certidões de nascimento" falsas e simulação de tomadas de preço. Algumas ONGs se apropriam do dinheiro dos convênios com a contratação de empresas de parentes para executar serviços.

Prisões


Operação VoucherNo dia 9 de agosto, a Polícia Federal prendeu 35 pessoas suspeitas de desvio de recursos do Ministério do Turismo, entre elas o então secretário-executivo da pasta, Frederico da Costa. Entre as suspeitas, o repasse de verba pública a empresas de fachada.

EsquemaSegundo apontam as investigações, o Ministério do Turismo tinha um convênio com o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi) para treinamento de 1,9 mil profissionais de turismo no Amapá. O valor do contrato: R$ 4,4 milhões.

DesvioSegundo apurou a PF, quase R$ 3 milhões teriam sido desviados.

LaranjaInterceptações da PF mostram que Frederico da Costa orientava dirigentes a como montarem empresas laranjas. "Tem que ser uma coisa moderna, que inspira confiança", aconselhava.

ExoneraçãoConsiderado o "número 2" do Turismo, Costa foi preso e, após fiança de R$ 109 mil, liberado. Pediu exoneração do cargo dia 17 de agosto

Fonte: A Gazeta

A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR.

Jaques Wagner é um homem lúcido. Diante da queda de mais um ministro, o terceiro a deixar o governo sob acusações de corrupção, o governador da Bahia comparou o estilo da presidente Dilma ao de seu antecessor: "Ela é dura, o sistema dela é um pouco brutal". Já Lula seria "mais ‘palanqueiro’, talvez mais tolerante com as coisas".

Wagner chegou perto de dizer a verdade, mas não a disse por inteiro. A verdade inteira é que foi Lula quem construiu a coalizão de forças que está aí; quem deu passe livre para que seus integrantes, a começar pelo PT, usassem o Estado brasileiro como se fosse propriedade sua, acobertando o malfeito e dando proteção política aos malfeitores.

É frequente o comentário político de que os vícios que agora se revelam são resultado inevitável do funcionamento do presidencialismo brasileiro.

Atribui-se a culpa ao sistema, para isentar de responsabilidade o ex-presidente Lula. Não é verdade, porém, que um presidente esteja condenado a fazer o que fez o antecessor de Dilma Rousseff. Se o fez foi porque escolheu fazer.

No início de seu primeiro mandato, Lula recusou-se a aceitar um acordo preferencial com o PMDB, costurado por José Dirceu. Temia ficar refém de um grande partido e pôr em risco a hegemonia do PT na aliança. Preferiu armar sua base parlamentar com a adesão de pequenos partidos, anabolizados com a transferência de parlamentares e recursos financeiros, sob o patrocínio do Palácio do Planalto.

Cresceu assim o Partido da República (PR), então chamado Partido Liberal, agremiação controlada por Valdemar Costa Neto, cujas estripulias são hoje bem conhecidas.

Para encontrar espaço para enfiar tamanho saco de gastos no Executivo, Lula ampliou, de pouco mais de 20 para 35, o número de postos ministeriais e abriu as portas de empresas estatais e agências regulatórias ao loteamento político. No Congresso Nacional, mais especificamente na Câmara dos Deputados, seu governo passou a operar o esquema que viria a ser conhecido como "mensalão". Que Lula tenha alegado nada saber sobre o esquema não é moralmente desculpável, mas é da lógica política. Ter decidido travesti-lo com a roupagem de caixa 2 e se empenhado na proteção e posterior reabilitação política de boa parte dos envolvidos foi escolha sua.

Diante do susto do "mensalão", Lula resolveu dar ao PMDB o lugar de sócio privilegiado na aliança governista. O cuidado para não enfraquecer a posição do PT explica o zelo demonstrado na proteção política a "aloprados" de variada natureza e dimensão. Seria de esperar que reforçasse os mecanismos de controle dentro de seu próprio governo. Esses não são apenas institucionais. São também políticos e dependem fundamentalmente da autoridade do presidente e de como ele a utiliza.

Mas, como disse Jaques Wagner, que o conhece bem, Lula é "palanqueiro" e "tolerante".

A tolerância pode ser uma virtude política, e Lula a tem: não é homem de perseguir os adversários nem de se negar ao diálogo. Pode ser, porém, um enorme defeito, quando significar complacência com o mau uso dos recursos públicos. Palco de escândalo no primeiro mandato, a Empresa de Correios e Telégrafos foi entregue em seguida ao PMDB. Este deitou e rolou na estatal a ponto de exigir uma intervenção de emergência ao apagar das luzes do segundo mandato, já em plena campanha eleitoral, em face da iminência de um colapso em seus serviços. Outros partidos deitaram e rolaram em outras estatais (Infraero, por exemplo) e agências reguladoras (vide ANP).

Com a economia "bombando", em pleno "espetáculo do crescimento", Lula não pensava senão naquilo: agregar e manter apoios políticos para eleger a sua sucessora, empenhando-se pessoalmente na empreitada, não raro infringindo a legislação eleitoral e debochando de juízes que, cumprindo o dever, lhe aplicavam multas por transformar cerimônias oficiais em palanques eleitorais.

Dilma não se pode dar ao luxo de não ver ou aceitar prazenteiramente o modus operandi da coalizão de forças que a elegeu. Faltam-lhe as grandes qualidades e os defeitos superlativos de Lula. A economia não está mais "bombando". E "bombará" menos ainda, até onde a vista alcança, por mais que seja atenuado o impacto da crise internacional sobre o Brasil. Por ora, não há faxina alguma. Observam-se, sim, umas sapatadas aqui e acolá à medida que uma barata aparece na sala, na feliz imagem do jornalista Fernando Barros e Silva. E elas estão aparecendo não porque a presidente se tenha posto a caçá-las pela casa, mas porque há uma briga de punhais dentro da aliança governista - ou não foi o irmão do senador Roberto Jucá, líder do governo no Senado, quem primeiro acusou o recém-caído ministro da Agricultura? - e porque a imprensa e alguns órgãos de Estado estão cumprindo o seu papel. Conseguirá a presidente rearticular a sua base de apoio político sem coonestar o modus operandi da aliança que foi funcional para a sua eleição, mas ameaça gravemente a qualidade do seu governo?

Uma coisa é certa: o rei está nu. Lula não inventou o sistema político brasileiro, não criou o fisiologismo nem deu origem à corrupção. Tudo isso já existia antes de ele assumir a Presidência. Mas nada do que se está vendo - na escala, na extensão e na profundidade que se revelam - deixa de ter a sua marca registrada.

A honestidade intelectual me impede de dizer sobre o governo Lula o que ele próprio e seu partido disseram sobre o governo Fernando Henrique Cardoso. O antecessor de Dilma Rousseff e seu governo têm qualidades. Deixaram-nos, porém, esta, sim, uma herança maldita: a corrupção sistêmica e disseminada no setor público federal; o aparelhamento do Estado, em níveis que há muito não se viam, incluindo ministérios cruciais, agências regulatórias e empresas estatais; a desmoralização do sistema partidário; e o debilitamento do próprio PT, agora tutelado por sua "majestade".

Ou nos livramos dessa herança ou seremos tragados por ela.

Sérgio Augusto - O Estadão.com

EM MINAS, PMDB ROMPE COM O PT.

A provável reedição da aliança entre o PT e o PSDB em torno da reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), levou a bancada estadual do PMDB a encerrar hoje (25) a parceria que matinha com petistas na Assembleia Legislativa de Minas. Esse foi o principal motivo alegado pelos peemedebistas, que assumiram também o peso da interferência do governo estadual tucano na dissolução do bloco de oposição no Legislativo.

Segundo o ex-líder da minoria e agora líder do PMDB na Assembleia, deputado estadual Antônio Júlio, a forma como os petistas tratam os aliados em relação ao pleito de 2012 é "constrangedora". "O pessoal do PT, quando vai conversar sobre as eleições em Belo Horizonte, que é o balizamento das eleições no Estado, jamais cita o PMDB como parceiro, como aliado. E isso causa desconforto para todos nós. Traz um constrangimento para essa unidade do bloco", afirmou.

Apesar de afirmarem que ainda não há definição, lideranças do PT, PSDB e PSB já admitem a reedição da aliança feita em 2008. Na ocasião, o senador e então governador Aécio Neves (PSDB-MG) e o atual ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e ex-prefeito da capital, Fernando Pimentel (PT), ficaram lado a lado na campanha de Lacerda. Segundo Antônio Júlio, "o jogo da prefeitura já está jogado", mas os peemedebistas avaliam que faltou "carinho" com a legenda, deixada de lado nos planos eleitorais petistas.

Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Luiz Dulci chegaram a se reunir com os deputados do PMDB na semana passada e pediram que o grupo mantivesse as conversas, mas o apelo não adiantou. "Quando nós fizemos bloco, nenhum deles foi ouvido. Então, a decisão agora também é nossa", ressaltou o parlamentar, referindo-se também à direção do PMDB.

Antônio Júlio também confirmou que o secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro (PSDB), procurou os peemedebistas para forçar o fim do bloco. Segundo o deputado, os telefonemas e promessas do Executivo "não deixam de ter uma certa influência", mas garantiu que esse não foi o "problema maior".

Fonte: O Estado de São Paulo

sábado, 27 de agosto de 2011

MARCO SOBREIRA ANDANDO AOS 9 MESES E 20 DIAS

PT CONFUNDIU O PÚBLICO E O PRIVADO, DIZ AÉCIO

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) comentou nesta sexta-feira, 26, a sucessão de escândalos que atinge o governo Dilma Rousseff. “Está difícil acompanhar” os escândalos, afirmou. A resposta foi dada quando o tucano foi questionado sobre a denúncia do Estado desta sexta, de que o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT), usou avião de empresa para ir a reunião do PT. Mesmo afirmando não conhecer o caso mencionado, ele avalia que o PT confundiu o público e o privado na política nacional.

Segundo o senador, “o que nós temos observado ao longo dos últimos anos é que PT institucionalizou uma prática, eu não conheço esse caso específico, mas eu falo de um modo geral que o público e o privado se confundiram. Não há um discernimento claro do que é público e do que é privado e eu acho que essa é a razão pela qual nós estamos assistindo essa série de problemas e de escândalos.” Ainda de acordo com ele, mais do que a “faxina”, é preciso que aqueles velhos valores retomem ao convívio, não apenas do PT, mas de todos os partidos.”

Questionado sobre por que a oposição não leva adiante as denúncias, Aécio afirmou que a oposição age dentro do possível, mas que é minoritária. “Nós temos um limite para nossa ação”, declarou. “Temos buscado em todos os momentos os instrumentos institucionais que a sociedade nos oferece, Procuradoria-Geral, TCU em muitos casos, quando se trata de investimentos, alertá-los. Estamos novamente indo à PGR sobre a questão relativa à ministra-chefe da Casa Civil. É preciso que haja também mobilização por parte da sociedade. É preciso que os órgãos que tem a função de investigar atuem com vigor. É preciso que a sociedade acompanhe isso mais de perto. O que estamos vendo é que o escândalo de hoje faz com que se esqueça o escândalo de ontem e o de amanhã faz com que se esqueça o de hoje”, acrescentou.

Refutou a tese de que basta derrubar o ministro para que o escândalo acabe. “Claro que não. É preciso que todas essas investigações tenham sequencia”, afirmou. “O simples afastamento de um titular é muito pouca coisa, é preciso que se puna quem efetivamente fez uso indevido do dinheiro público”, disse.

Jair Stangler, do Estadão.com.br

CRIME CONTRA O ESTADO.

O abominável homicídio da juíza Patrícia Acioli é tragédia de proporções inimagináveis. Ceifou a vida de uma mãe exemplar, acabou com os sonhos de familiares amorosos, despertou o medo de todo o país e desnudou a dificuldade de aplicar a lei de maneira escorreita. Patrícia despertava em nós, magistrados, um sentimento genuíno de orgulho, olhávamos para ela e víamos nossa essência: a luta obstinada pelos ideais de Justiça.

Os bárbaros que tiraram Patrícia de nosso convívio não podem sair impunes. Não porque mataram uma Juíza, afinal, a vida humana não comporta gradação de valor, e sim porque atentaram contra o nosso sonho de democracia e liberdade.

A imprensa e a sociedade discutem sobre os mecanismos que poderiam proteger a Juíza. Blindagem, escolta e segurança são extremamente importantes, e a AMB tem se debruçado sobre isso, solicitando que o Ministério da Justiça, as Secretarias de Segurança Pública e os Tribunais atentem para o fato. No entanto, a solução do problema exige mudança de paradigma, é preciso combater a impunidade, afinal, todas as medidas apontadas não atacam o grande cancro da segurança pública: a ineficácia das leis penais no Brasil.

Um exemplo é demasiado elucidativo, porque de conhecimento de quase toda a população. Um renomado jornalista matou a namorada, confessou o crime, foi condenado e começou a cumprir a pena depois de quase 11 anos do crime! Qual a mensagem que isso denota para a sociedade de maneira geral e aos criminosos em particular?

Quantas outras pessoas esses covardes criminosos ainda matarão antes de começarem a cumprir a pena? Quanto tempo eles de fato cumprirão das penas eventualmente impostas?

Basta! Não mais é possível combater a criminalidade, em especial as sofisticadas e violentas organizações criminosas, com uma legislação ultrapassada e de leniência incontroversa. É preciso tratar o tema com cuidado, afinal somos um Estado de Direito.
Nelson Calandra - A Gazeta

PARTIDOS DE FAZ DE CONTA.

Os partidos políticos no Brasil são, em geral, instituições frágeis, sem identidade ideológica, sem regras rígidas de fidelidade e com pouco significado para o eleitorado. O Congresso Nacional conta atualmente com 22 partidos. Como não há hierarquia interna ou fidelidade nas legendas, para construir a sua base parlamentar o governo acaba tendo de negociar acordos no varejo com lideranças de maior expressão. Esses acordos, como se sabe, incluem distribuição de cargos e verbas, o que cria um ambiente favorável ao fisiologismo.

O cientista político Sérgio Abranches chama esse modelo de presidencialismo de coalizão. Claro que coalizões partidárias existem em qualquer democracia, mas, no Brasil, ocorre um fenômeno diferenciado: no processo eleitoral, não há vinculação entre as origens partidárias do presidente da República e do Congresso. Isso é agravado pelo fato de os partidos serem instituições amorfas.

Existem algumas medidas que poderiam aperfeiçoar essas instituições. A primeira seria a adoção de regras mais rigorosas para a fidelidade partidária. A segunda seria a adoção da chamada cláusula de barreira: para ter assento no Congresso, um partido teria que alcançar pelo menos 5% dos votos nacionais. Isso asseguraria um mínimo de representatividade. Essas medidas, combinadas, reduziriam o número de partidos, sufocariam as legendas de aluguel e levariam à organização de instituições mais programáticas.

Os partidos menores, ideológicos, poderiam se associar àqueles com os quais tenham mais afinidade. Internamente, os grupos lutariam pela hegemonia e, num segundo momento, lutariam para chegar ao poder. A trajetória do PT, por sinal, foi parecida com isso. O que ocorreu depois de sua ascensão são outros quinhentos.

Fonte: A Gazeta

A ORAÇÃO DO DIA

Joãozinho orando: - Senhor todo poderoso: há 2 anos o Senhor levou meu cantor favorito Michael Jackson! Meu locutor favorito Lombard! Meu ator preferido Patrick Swayze! Minha dançarina preferida Lacraia! Esse ano levou minha cantora favorita Amy Winehouse! Quero lembrar ao senhor que meus políticos preferidos são: Lula,Sarney, Dilma,Collor, Jose Dirceu, Sergio Cabral.....(coloque-os na ordem de sua preferência). Ah....quase ía me esquecendo... Celso Amorim...este eu adoro!

GLEISI DIZ QUE ESTÁ DISPOSTA A DEVOLVER DINHEIRO DE ITAIPU.

A ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) enviou carta na sexta-feira (26) ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em qual pergunta se foi lesiva ao erário a operação que lhe permitiu receber R$ 41 mil de multa ao deixar a diretoria de Itaipu,
Gleisi deixou a empresa em 2006 para concorrer pela primeira vez ao Senado pelo Paraná.
Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil, recebeu indenização de R$ 41 mil ao deixar diretoria da Itaipu para disputar eleição
Gleisi Hoffmann, ministra da Casa Civil, recebeu indenização de R$ 41 mil ao deixar diretoria da Itaipu para disputar eleição

Na consulta endereçado ao PGR, a ministra da Casa Civil se declara disposta a devolver o dinheiro, se o Ministério Público entender que houve prejuízo aos cofres públicos. Nesse caso, ela pede ainda que se defina o índice de correção para a restituição.
A informação sobre o pagamento de indenização à ministra foi antecipada na quinta-feira pela Folha.com. Gleisi afirmou que o pagamento foi legal e que ela foi exonerada da empresa, mas não comentou sobre o fato de sua saída ter sido para disputar a eleição.

A indenização, equivalente a multa de 40% do saldo para efeito de rescisão trabalhista, só é paga quando o funcionário é demitido da empresa sem justa causa.

Fonte: Folha.com.

GLÓRIA ESTÁ NAS ALTURAS

Em tempos de orçamento curto, o município de Glória, na Bahia, é um canteiro de obras com dinheiro federal. O segredo? A prefeita é a mulher do ministro das Cidades


Reforma do balneário de Glória, na Bahia (Foto: MG Fotos)


A estrada que liga Aracaju, em Sergipe, ao município de Glória, no norte da Bahia, é uma coleção de buracos. Os 280 quilômetros não são vencidos em menos de quatro horas. A exceção é um trecho de 32 quilômetros, reformado, que passa pela entrada de Glória. Até as placas de acesso a Glória estão tinindo de novas. Glória tem um balneário na beira do Rio São Francisco, que está em reforma. Na “prainha” serão erguidos cinco quiosques, para os quais o Ministério do Turismo destinou quase R$ 1 milhão. Também custarão R$ 1 milhão a ciclovia e a pista de cooper de 4 metros de largura, da entrada da cidade ao balneário. A Praça da Juventude, um projeto do Ministério dos Esportes, com quadras, anfiteatro, salas e pista de skate, está orçada em R$ 1,5 milhão. Nada disso estaria acontecendo, segundo a prefeita Ena Vilma Negromonte (PP), sem a ajuda “de Mário”. Mas que Mário? Mário Negromonte, seu marido e ministro das Cidades.

O ministro das Cidades, Mário Negromonte. O ministério foi o que mais sofreu cortes, mas a cidade governada pela mulher dele não perdeu (Foto: André Lessa/AE)

Como deputado federal até 2010, Negromonte fez emendas ao Orçamento da União para a cidade governada por sua mulher. Neste ano, os ministérios do Turismo e das Cidades, agora tocado por Negromonte, liberaram 100% dos valores acertados nos convênios. As verbas destinadas a Glória passaram incólumes ao corte de R$ 50 bilhões no Orçamento, que tirou R$ 8,5 bilhões do Ministério das Cidades. Poucos municípios tiveram a mesma sorte. Com 15 mil habitantes, Glória tem ruas pequenas e malconservadas, onde há pouca movimentação de comércio. Nas esquinas, há placas de “Pare” novinhas. Só faltam carros para obedecê-las. Metade da população é pobre. “Nada foi feito na área de saúde. Convênios foram cancelados por falta de pagamento”, diz o vereador Alex Almeida (PTN).

A prefeita Ena Vilma é uma dentista aposentada de 60 anos, casada há 34 com Negromonte, mãe de três filhos e avó de uma menina de 9 meses. Ela foi derrotada duas vezes antes de virar prefeita. Eleita, carrega a fama de ficar pouco na cidade, apesar de manter uma casa alugada. “Aquilo é fachada”, diz o ex-prefeito José Policarpo. A casa da família Negromonte fica em Paulo Afonso, um município vizinho e distante 10 quilômetros. Na última quinta-feira, Ena Vilma estava em Glória e recebeu a reportagem de ÉPOCA em seu gabinete.“Se você viesse à tarde, não me encontraria porque eu gosto da zona rural. Ando por aí”, diz. “Ontem, se você viesse, não me encontrava. Peguei uma virose. Estava péssima.” Na aparência, Ena Vilma estava ótima. “Jura? Ah, deve ser o blushizinho.” Ela é uma senhora esguia e alta. Seus cabelos bem cuidados e a maquiagem combinam com os óculos Chanel e a bolsa Louis Vuitton.



Uma mesma empresa executa as quatro obras feitas na cidade com dinheiro federal

Responsável pela liberação de recursos para as obras, a Caixa Econômica Federal afirma que os projetos em Glória estão no início e vêm sendo pagos de acordo com o andamento das obras. O empreiteiro, no entanto, reclama. “Era um bom negócio e está ficando inviável”, diz José Moreira Pinto Netto, proprietário da Caaba Engenharia. Pelo menos a Caaba pode ter a esperança de ganhar com a escala. A empresa executa as quatro obras feitas na cidade com verbas federais. A Caaba venceu três licitações. O secretário de Obras, Francisco Alves de Araújo, diz que a TCLOC, empresa ganhadora da licitação da Praça da Juventude,“terceirizou ou fez uma parceria” com a Caaba.

Glória se prepara para um crescimento em ritmo chinês. No dia 7 de junho, a prefeitura contratou por R$ 205.965 a Evereste Consultoria e Marketing para elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. “Precisamos saber para onde Glória vai crescer”, diz Ena Vilma. A Evereste pertence ao veterinário Antonio Almeida Júnior, aliado de Negromonte. Atual diretor de Desenvolvimento da Secretaria da Agricultura da Bahia, ele já ocupou cargos públicos por indicação de Negromonte.

Enquanto Glória progride, o Ministério das Cidades traz dissabores a Negromonte. Em oito meses de gestão, ele ainda não conseguiu nomear seus assessores. Seu ministério foi o mais afetado pelo corte de gastos, decidido no começo do ano pela presidente Dilma Rousseff. A falta de cargos e dinheiro causou problemas em seu partido, o PP, a ponto de desestabilizar o ministro.

A bancada do PP na Câmara é um desafio. Dos 41 deputados, 18 respondem ou já responderam a processos judiciais. O mais conhecido é Paulo Maluf (SP), acusado de desvio de recursos públicos e procurado pela Interpol por lavagem de dinheiro nos Estados Unidos. Outro caso que chama a atenção é Beto Mansur (SP), processado por exploração de trabalho escravo. Os pepistas estão em guerra. Uma ala, da qual fazem parte Maluf e Esperidião Amin (SC), se insurgiu contra a turma ligada a Negromonte. Eles conseguiram derrubar o líder Nelson Meurer (PR) para instalar Aguinaldo Ribeiro (PB). Escolhido líder, Ribeiro procurou Negromonte no ministério há duas semanas. Foi recebido pelo ministro, mas na sala do chefe de gabinete. O gabinete de Negromonte estava ocupado por outros quatro deputados do PP, que pressionavam um colega a não aderir à turma de Ribeiro. Em encontros semelhantes com outros deputados, teriam inclusive feito ofertas em dinheiro, segundo uma versão disseminada pelos adversários internos do ministro.

Quando os conflitos da bancada abalroaram o ministério, na semana passada, Montenegro mandou recados por meio de afirmações fortes. “Em briga de família, irmão mata irmão e morre todo mundo”, disse em entrevista ao jornal O Globo. “Imagine se começar a vazar o currículo de alguns deputados. Ou melhor, folha corrida.” No Palácio do Planalto, a entrevista foi considerada um desastre. Em Glória, ninguém vai reclamar.

Com Leandro Loyola

OS PADRINHOS DO ATRASO.

A idade avançada talvez cobre um preço alto a sua memória recente. Como o presidente do Senado, José Sarney, pôde endossar os supersalários, apenas dois meses depois de ser obrigado a limitá-los ao teto do funcionalismo público? A decisão é inconstitucional, ilegal, imoral. Beneficia uns 700 servidores, que poderão voltar a ganhar acima de R$ 26.723,15, mais que os ministros do STF. Vamos todos doar para a campanha “servidor-esperança”.

Entendi. Sarney escutou Dilma dizer que o foco de seu governo não é a ética, mas “a faxina contra a pobreza”. E resolveu seguir o conselho da presidente à risca. Seus servidores no Senado ameaçavam greve. Não conseguiriam viver dignamente com menos de R$ 26 mil por mês. Estavam com medo de não poder voar mais de primeira classe. Com a caça às bruxas até no ar, não são todos os que têm o direito de usar helicópteros da PM e jatinhos de empresários para lazer pessoal.

“É como na música do Caetano: é o avesso do avesso do avesso”, disse Ricardo Ferraço, do PMDB do Espírito Santo. Ferraço é relator da reforma administrativa do Senado. Mas que reforma é esta que não resiste à influência do padrinho maranhense sobre um tribunal de Brasília? “É inacreditável”, disse ele. “O teto está na Constituição.” O assombro de Ferraço é o mesmo de todos nós. Essa limitação salarial existe desde 1998. Com todo o respeito, alguém precisa chamar o presidente do Senado à razão.

Sarney consegue, no ocaso de sua vida política, personificar todo o atraso de um país. Lula um dia o chamou de ladrão e depois beijou sua mão. A rima é inofensiva. Mas a blindagem de Sarney é nociva. Ele é o líder de um clã que enriqueceu à custa do povo sofrido do Maranhão, um dos Estados mais miseráveis do Brasil. Imagino que, na faxina contra a pobreza da diarista Dilma, o Estado do sinhozinho Sarney seja uma das prioridades.

O episódio do helicóptero da PM, cedido por Roseana para levar o pai a sua ilha particular de Curupu, é até menor. Ministros do STF desaprovaram como “um desvio de finalidade” o uso pessoal de uma aeronave destinada à segurança e à saúde do povo. Mas a maior contribuição de Sarney para o atraso do Brasil é agir como se fosse o ditador líbio de uma capitania hereditária. É como se estivesse descolado do atual processo nacional. Vive num outro tempo.

Está difícil segurar. As baratas vão voar. Se aposenta, Sarney! Desencarna, Lula!

“Tenho direito a transporte de representação, e não somente a serviço. É chefe de Poder.” E assim o intocável Sarney ignora a lei de improbidade. Políticos que usam bens públicos em “obra ou serviço particular” podem ser punidos com a perda da função e suspensão de direitos políticos. Sabemos, porém, que nada vai acontecer com o oligarca. Como disse Lula, ele “não é um homem comum”.

Os descaminhos levam ao padrinho-mor, Lula, que não consegue desencarnar do poder. Deveria ser inconstitucional um ex-presidente da República despachar com ministros para tratar assuntos de governo. É escandaloso que Lula crie um governo paralelo, com base em São Paulo, para cobrar ações de ministros de Dilma. Não satisfeito em montar um ministério bichado por escândalos, Lula aponta o candidato do PT à prefeitura de SP. E freia o combate presidencial à corrupção.

Coincidência? Na semana em que Lula volta ao palco como eminência nada parda, os ministros Negromonte, das Cidades, e Novais, do Turismo, ganham uma sobrevida. Esses dois estão por um peteleco. Exonerar Paulo Bernardo das Comunicações é mais complicado, por ser casado com Gleisi. E ele “só” pegou carona na farra aérea.

Com a guerra deflagrada entre congressistas que se chamam de “débil mental” e “safado”, a folha corrida de políticos continuará a vazar. A do PP está às claras: 18 deputados respondem por irregularidades. Os dois Cunha, Eduardo (PMDB) e João Paulo (PT), não vão mais comandar a reforma da Justiça, por serem réus. A OAB acaba de lançar o site Observatório da Corrupção.

Está difícil comprar briga com a sociedade. Vai ser difícil segurar. As baratas vão voar. Se aposenta, Sarney! Desencarna, Lula!

Ruth de Aquino - Revista Época

O PODEROSO CHEFÃO: A MÁFIA NO PODER




Dá pra entender o estresse de ontem de José Dirceu. A reportagem de capa da revista VEJA revela que membros do primeiro escalão do governo, dirigentes de estatais e parlamentares - INCLUSIVE UM DA OPOSIÇÃO - se ajoelham aos pés do cassado, a quem ainda chamam de “ministro” e prestam reverências. É isto mesmo: o deputado defenestrado, o homem processado pelo STF e acusado de ser chefe de quadrilha é tratado por figurões de Brasília como um chefão — o Poderoso Chefão. Dirceu está bravo porque a reportagem é devastadora para a reputação da República e deveria ser também para ele e para aqueles que fazem a genuflexão. Vamos ver. Uma coisa é certa: a presidente Dilma sabe de tudo; tem plena consciência de que seu governo é assombrado e monitorado — às vezes com tinturas claras de conspiração — por um ficha-suja.
A reportagem de Daniel Pereira e Gustavo Ribeiro está entre as mais importantes e contundentes publicadas nos últimos anos pela imprensa brasileira. Ela desvenda o modo de funcionamento de uma parte importante do PT e os métodos a que essa gente recorre. E traz detalhes saborosos: podemos ver as imagens das “autoridades” que vão até o “gabinete” de Dirceu, montado no Naoum, um hotel de luxo de Brasília, onde se produz, nesse caso, o lixo moral da República. VEJA conseguiu penetrar no cafofo do Muammar Kadafi da institucionalidade brasileira. Eis alguns flagrantes.
Dirceu chegando ao bunker. Pimentel e os senadores Walter Pinheiro, Delcídio Amaral e Lindbergh Farias: operação derruba-Palocci
Dirceu chegando ao bunker. Pimentel e os senadores Walter Pinheiro, Delcídio Amaral e Lindbergh Farias: operação derruba-Palocci
Anotem alguins nomes cargos e dia do encontro:
- Fernando Pimentel, Ministro da Indústria e Comércio (8/6);

- José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras (6/6);
- Walter Pinheiro, senador (PT-BA) - (7/6);
- Lindberg Farias, senador (PT-RJ) - (7/6);
- Delcídio Amaral, senador (PT-MS) - (7/6);
- Eduardo Braga, senador (PMDB-AM) - (8/6);
- Devanir Ribeiro, deputado (PT-SP) - (7/6);
- Candido Vaccarezza, líder do governo na Câmara (PT-SP) - (8/6);
- Eduardo Gomes, deputado (PSDB-TO) - (8/6);
- Eduardo Siqueira Campos, ex-senador (PSDB-TO) - (8/6)

Esses são alguns dos convivas de Dirceu, recebidos, atenção!, em apenas 3 dias — entre 6 e 8 de junho deste ano. Leiam a reportagem porque há eventos importantes nesse período. É o auge da crise que colheu Antonio Palocci. Ele caiu, é verdade, por seus próprios méritos — não conseguiu explicar de modo convincente o seu meteórico enriquecimento. Mas, agora, dá para saber que também havia a mão que balançava o berço. Uma parte da bancada de senadores do PT tentou redigir uma espécie de manifesto em defesa do ministro, mas encontrou uma forte resistência de um trio: Delcídio Amaral, Walter Pinheiro e Lindbergh Farias - os três que foram ao encontro de Dirceu no tarde no dia 7. À noite, Palocci pediu demissão.
Dirceu, então, mobilizou a turma para tentar emplacar o nome de Cândido Vaccarezza para a Casa Civil. O próprio deputado foi ao hotel no dia 8, às 11h07. Naquela manhã, às 8h58, Fernando Pimentel já havia comparecido para o beija-mão. A mobilização, no entanto, se revelou inútil. Dilma já havia decidido nomear Gleisi Hoffmann.
VEJA conversou com todos esses ilustres. Afinal de contas, qual era a sua agenda com Dirceu? Gabrielli, o presidente da Petrobras, naquele seu estilo “sou bruto mesmo, e daí?”, respondeu: “Sou amigo dele há muito tempo e não tenho de comentar isso”. Não teria não fosse a Petrobras uma empresa mista, gerida como estatal, e não exercesse ele um cargo que é, de fato, político. Não teria não fosse Zé Dirceu consultor de empresas de petróleo e gás. Dilma não tem a menor simpatia por ele, e Palocci já o havia colocado na marca do pênalti. Mais um pouco de interiores?
Sérgio Gabrielli, Eduardo Braga e Devanir Ribeiro. Atenção! Este último é lulista...
Sérgio Gabrielli, Eduardo Braga e Devanir Ribeiro. Atenção! Este último é lulista...

Não está na lista de hóspedes. E a máfiaO governo paralelo de Dirceu ocupa um quarto no hotel Naoum. Seu nome não consta da lista de hóspedes. A razão é simples. Quem paga as diárias (R$ 500) é um escritório de advocacia chamado Tessele & Madalena, que também responde pelo salário de Alexandre Simas de Oliveira, um cabo da Aeronáutica que faz as vezes, assim, de ajudante de ordens do petista. Um dos sócios da empresa, Hélio Madalena, a exemplo de Oliveira, já foi assessor de Dirceu. O seu trabalho mais notável foi fazer lobby para que o Brasil desse asilo ao mafioso russo Boris Berenzovski. Essa gente sempre está em boa companhia. Foi de Madalena a idéia de instar a segurança do Hotel Naoum a acusar o repórter de VEJA de ter tentado invadir o quarto alugado pela empresa, mera manobra diversionista para tentar tirar o foco do descalabro: um deputado cassado, com os direitos políticos suspensos, acusado de chefiar uma quadrilha, montou um “governo paralelo”. A revista já está nas bancas. Leia a reportagem, fartamente ilustrada, na íntegra.
Abaixo, segue um quadro com todas as áreas de “atuação” do “consultor de empresas privadas” e “chefe de quadrilha”, segundo a Procuradoria Geral da República. Se Dilma não agir, será engolida. Poderia começar por demitir Pimentel e Gabrielli. Ou manda a presidente, ou manda José Dirceu.
dirceu-tentaculos

Por Reinaldo Azevedo

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O PODEROSO CHEFÃO (capa da Veja)



O PAÍS CANSOU DA ROUBALHEIRA

Vira e mexe a questão da corrupção volta à baila. Agora mesmo não se fala de outra coisa. Desde o “mensalão”, com a permissividade do próprio
Presidente da época, a onda de desmandos e as teias de cumplicidade se avolumaram. Menos interessa, a esta altura dos acontecimentos, saber se houve corrupção em outros governos. Malfeitorias sempre houve. A diferença é que, de uns anos para cá, ela mudou de patamar com o sinal de perdão diante de cada caso denunciado.

“Não é tão grave assim” ou então, “foi coisa de aloprados” ou ainda de que se trataria “apenas” de dinheiro para pagar contas de campanha eleitoral. Com esta leniência compreende-se que pessoas ou setores dos partidos que apóiam o governo se sintam mais à vontade para entoar o cântico do dá-cá-toma-lá. Agora, quando a Presidente reagiu a alguns desses desmandos (e, de novo, importa pouco insistir em que a reação veio tarde, pois antes tarde do que nunca) as pessoas sérias, inclusive no
Parlamento, procuram dissociar-se das teias de corrupção. O país cansou da roubalheira.

É preciso buscar os meios para corrigir os desmandos. Não basta a Polícia Federal investigar, se disso não derivarem ações nos Tribunais. Onde estão os procuradores –tão ativos no passado – para levar adiante as denúncias? Por que temer a coleta de assinaturas para uma CPI? Claro, se esta CPI for para valer não deverá nascer arimbada de anti-governo, mas de pró-Brasil, mesmo porque com maioria avassaladora o governo pode controlar as CPIs, tornando-as carimbadoras de atestados de boa conduta dos acusados.

Mas não basta denunciar, demitir, prender. É preciso buscar convergências em favor da decência nas coisas públicas. Deve-se ir fechando os canais que facilitam a corrupção. Pode-se reduzir drasticamente, por exemplo, o número de pessoas nomeadas para o exercício de funções públicas sem pertencer ao quadro de funcionários da União, os famosos DAS. Por que não propor no Congresso algo nesta direção? Isso não acabaria com a corrupção, que pode ser feita por funcionários, empresários ou dirigentes desonestos. Mas, pelo menos, resguardaria os partidos e o Congresso do cheiro de podridão que a sociedade não agüenta mais e atribui só a eles e seus apadrinhados os malefícios do Executivo.

Fernando Henrique Cardoso

MARQUETINGUE

PSDB QUER INVESTIGAÇÃO SOBRE CONTRATO DE GLEISI COM ITAIPU

Gleisi Hoffmann, nova ministra-chefe da Casa Civil

Em outra frente, PPS quer plano de voo de avião de empresa que Gleisi teria usado

Apuração
"Como diretora financeira (Itaipu), ela pagou a si própria. Isso precisa ser investigado",
Duarte Nogueira, líder do PSDB na Câmara

Ministra fez acerto com binacional para ser exonerada e receber rescisão de R$ 145 mil

O PSDB fará uma representação na Procuradoria-Geral da República pedindo investigação sobre o acordo feito para a saída de Gleisi Hoffmann da diretoria financeira de Itaipu Binacional em 2006. Ela deixou o cargo para disputar uma vaga ao Senado, mas não foi "exonerada a pedido" e pode receber, pelo menos, R$ 145 mil.

O diretor da empresa, Jorge Samek, diz ter demitido Gleisi porque ela desejava voltar ao cargo após a campanha. Reportagem de O Estado de S. Paulo mostrou que a ministra fez um acordo para ser demitida em vez da "exoneração a pedido". Com isso, Gleisi pode receber a multa de 40% sobre o saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), no valor de R$ 41 mil, além de sacar outros R$ 104 mil do fundo. A exoneração foi publicada no dia 29 de março no Diário Oficial, dois dias antes do prazo para a desincompatibilização.

O dinheiro entrou na conta de Gleisi quando ela já era pré-candidata, mas sua assessoria nega que o recurso tenha sido investido para esse fim. A ministra também não quis explicar por que não pediu a exoneração. Quando deixou Itaipu, sua remuneração bruta era de R$ 31 mil.

Líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira destacou que o cargo ocupado por Gleisi na estatal reforça a suspeita sobre o caso. "Como diretora financeira, ela pagou a si própria. Isso precisa ser investigado". Além da representação na Procuradoria-Geral da República, os tucanos pedirão a convocação da ministra na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.

O diretor-presidente da empresa afirmou ter sido sua a decisão de demiti-la.

Já PPS protocolou, ontem, requerimento na Câmara dos Deputados que pede detalhes dos planos de voo e a lista de passageiros que viajaram na aeronave de prefixo PR-AJT, de propriedade da empresa Sanches Tripoloni, no período de 1º janeiro de 2010 a 31 de julho de 2011. Segundo reportagem da revista "Época", o avião teria sido usado pela ministra Gleisi durante a sua campanha para o Senado.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, marido de Gleisi, também teria utilizado a mesma aeronave.

REUNIÃO MINISTERIAL.

MAIS DO MESMO.

O Brasil tende a aderir aos principais países ocidentais e reconhecer o Conselho Nacional de Transição da Líbia como o verdadeiro governante do país, mas só depois que a Liga Árabe e outros países da região como o Egito, a Tunísia e a Autoridade Palestina deram seu "apoio pleno" aos rebeldes líbios.

Mas o porta-voz do Itamaraty ressalvou que o Brasil ainda pretende conversar com seus parceiros do Brics (além do Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul) para tornar a decisão oficial.

Não foi por acaso, portanto, que um membro do Conselho Nacional de Transição disse que os rebeldes líbios não têm problemas com países ocidentais como Itália, França ou Reino Unido, mas preveem "problemas políticos" com Rússia, China ou Brasil.

Já quando o Conselho de Segurança da ONU aprovou ações contra a Líbia "para defender os civis", o Brasil se absteve, juntamente com a Rússia e a China.

E, mais adiante, quando da proposta de advertência ao governo da Síria de Bashar Al Assad pela violência com que tentava controlar as manifestações contra sua ditadura, o próprio ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, anunciou a oposição brasileira.

Mais que isso, representantes dos governos do Brasil, da África do Sul e da Índia estiveram com Al Assad, e um comunicado conjunto defendeu a soberania da Síria, apoiando as reformas prometidas pelo governo sírio e condenando a violência "dos dois lados", argumentação que a diplomacia brasileira costuma utilizar quando não quer condenar apenas as ditaduras que apoia.

Assim como acontecera ainda na gestão de Celso Amorim, quando o Brasil deu para o regime do Irã condições políticas de não ficar isolado quando assumiu uma negociação sobre o programa nuclear ao lado da Turquia, também dessa vez o comunicado conjunto do Brasil, da África do Sul e da Índia serviu para que o ditador sírio mostrasse ao mundo que não estava isolado pelas críticas da ONU e dos principais países ocidentais.

O chanceler Antonio Patriota colocou ainda em questão a ação das Nações Unidas na Líbia, usando os ataques aéreos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia para justificar a "hesitação" que, segundo ele, os membros do Conselho de Segurança estavam experimentando em relação às ações contra a Síria.

O fato de, durante os vários dias que duraram as manifestações no Egito e na Tunísia, até o desfecho com a renúncia dos ditadores, não ter havido nem bandeiras de outros países queimadas nem slogans que não fossem relacionados com as reivindicações nacionais foi considerado como sintomático de que as revoluções populares daqueles países, e agora também na Líbia, expressam os anseios da chamada "rua árabe" de liberdade, de democracia, de melhores condições de vida, de mais justiça social e igualdade de oportunidades.

Na Líbia, as forças de apoio à ditadura de Kadafi demonstraram que, sem o apoio dos Estados Unidos e de outras nações ocidentais, provavelmente ele não correria o risco de ser derrubado, como parece iminente.

É claro que não há garantias de que extremistas não se apossem das "revoluções populares" mais adiante, e sobretudo na Líbia, quando chegar o momento. O Ocidente terá que agir para garantir que a democracia saia vitoriosa.

Mas a excessiva cautela do governo brasileiro parece ainda indicar que o centro de nossa política externa não teve alterações, e não é por receio de que extremistas assumam o poder nesses países que o Brasil teve posições ambíguas, frequentemente favoráveis aos ditadores já instalados.

A nomeação do ex-chanceler Celso Amorim para o Ministério da Defesa esclareceu o que realmente a presidente Dilma achava da política externa brasileira nos oito anos de governo Lula.

A não permanência de Amorim à frente da pasta, apesar dos apelos do presidente Lula e do desejo expresso de Amorim na ocasião, juntamente com declarações da presidente logo depois de eleita, a respeito da defesa dos direitos humanos, deu a impressão de que havia uma percepção diferente por parte dela, mesmo tendo escolhido o segundo de

Amorim, o embaixador Antonio Patriota, para o cargo.

A declaração da presidente contra o apedrejamento de mulheres no Irã e a favor dos direitos humanos foi compreendida como mais um passo no rumo contrário ao que se defendia na gestão anterior.

Pois hoje se sabe exatamente o que Dilma pensa de Amorim, que assumiu o Ministério da Defesa "porque já deu mostras de ser um brasileiro muito dedicado ao Brasil".

Os fatos posteriores mostraram que não havia divergências de fundo sobre a condução da política externa, mas apenas uma diferença de estilo. Talvez a mesma coisa que acontece agora dela em relação ao ex-presidente Lula.

Merval Pereira