Tucano se reuniu com representantes de seis partidos e foi aclamado, mas disse que oposicionistas não precisam de um líder
Gabriel Castro, de Brasília
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) participa da reunião da Executiva Nacional do PSDB, no Auditório Nereu Ramos, em Brasília (Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
"Pelo menos cumpriram a palavra: disseram que iriam fazer o diabo nessas eleições. O diabo se envergonharia de muitas coisas que foram feitas nessas eleições", Aécio Neves
Em um ato com a presença de políticos do PSDB e de mais seis partidos, o senador Aécio Neves prometeu nesta quarta-feira fazer uma oposição firme ao governo da presidente Dilma Rousseff. Ele encerrou seu discurso conclamando os aliados fazer "a mais vigorosa oposição a que esse país já assistiu". O evento, realizado em um auditório da Câmara dos Deputados, foi organizado para marcar o papel do tucano na função de líder inconteste do bloco oposicionista ao governo Dilma Rousseff. O próprio Aécio, entretanto, disse que a oposição não precisa ser liderada.
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Depois de ouvir vários pronunciamentos em que foi saudado como comandante do bloco oposicionista, o tucano adotou um discurso diferente: "A oposição brasileira hoje não precisa de um líder. Ela tem viva na alma e no sentimento de milhões de brasileiros sua mais importante essência, que é a indignação com tudo o que vem acontecendo no Brasil nesses últimos anos, mas também uma esperança forte e enraizada em relação àquilo que podemos mudar", afirmou.
Ao citar um conselho que recebeu do avô Tancredo Neves, o tucano deixou subentendido que sua ação como opositor no Congresso é um caminho essencial para pleitear uma nova candidatura à Presidência: "Voto você nunca tem, voto você teve. E você tem que trabalhar muito para manter viva, nessas pessoas que lhe depositaram através do voto sua confiança, a mesma chama que as fez acordar num domingo e ir às urnas tentar mudar o Brasil".
Aécio criticou os ataques desferidos pela campanha petista contra seus adversários e lembrou a frase em que Dilma Rousseff afirmou ser possível fazer "o diabo" nas eleições. "Pelo menos cumpriram a palavra: disseram que iriam fazer o diabo nessas eleições. O diabo se envergonharia de muitas coisas que foram feitas nessas eleições", afirmou.
O tucano também ironizou o aumento na taxa de juros e o reajuste na gasolina, anunciados logo após as eleições: "Perguntavam: 'Aécio e as medidas amargas quais serão?' Estão aí".
No evento, onde foi aplaudido por diversas vezes, Aécio ouviu promessas de lealdade de líderes do DEM, do SD, do PPS e do PSC, além da senadora Ana Amélia (PP-RS) e do vice-governador eleito de Pernambuco, Raul Henry (PMDB). Entre os tucanos, estavam o governador reeleito do Pará, Simão Jatene, o governador eleito do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio. "Política é fascinante porque o suposto derrotado é aplaudido todos os dias e a suposta vencedora se enclausura num mausoléu", disse Virgílio em seu discurso.
Durante a tarde, Aécio fará seu primeiro discurso no plenário do Senado após a derrota nas eleições presidenciais.
Fonte: Revista Veja
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