Oestado de saúde do presidente Hugo Chávez criou um ambiente de expectativa na América do Sul. Isso decorre do hermetismo com o qual tem sido tratada a real condição do presidente pelo governo. Também é um momento em que se questiona como a América do Sul seria sem Chávez.
O mandatário venezuelano está internado em Cuba, país aliado e apoiador da ideologia política chavista. Cuba e Venezuela são, praticamente, os únicos refúgios dessa visão de mundo socialista, uma espécie de zumbi do período da Guerra Fria, morta em 1989.
A incerteza quanto à gravidade da doença de Chávez tem ocasionado uma "microguerra". A imprensa de Miami, pelo Twitter, fortalecida pelo dissidentes e opositores do regime socialista de Cuba, criticam Chávez e dizem que ele tem câncer. As autoridades venezuelanas rebatem dizendo que o presidente está bem e que essas são críticas da direita elitista do país.
O fato fundamental são as fragilíssimas condições da democracia na Venezuela sob o comando de Chávez. Uma dessas características de fragilidade é justamente o cerceamento da informação relativa à doença do presidente e a perseguição daqueles que tentam informar a população. Chávez busca exportar para toda a América do Sul um modelo "bolivariano" socialista que diz ser democrático.
A América do Sul sem Chávez poderia abrir caminho para extirpar uma influência autoritária do continente e regimes como o boliviano de Evo Morales e o peruano de Ollanta Humala poderiam seguir influências democráticas mais verdadeiras com liberdades civis e políticas asseguradas constitucionalmente e autonomia real dos poderes judiciário e legislativo, fatos que não ocorrem na Venezuela chavista.
Recentemente Chávez criou uma secretaria de "situação nacional" que serve para o presidente decidir quais assuntos deverão ser censurados e taxados de confidenciais. A Assembleia Nacional, órgão máximo legislativo do país, não tem autonomia, pois é vassala de Chávez. Passaram uma lei, em dezembro de 2010, que permite ao Estado vigiar as informações da imprensa que considera "perigosas", podendo, inclusive, cassar a licença da empresa de jornal ou televisão.
Em suma, o regime chavista representa um atraso para o continente sul-americano e uma ameaça à estabilidade regional na medida em que gera tensões internas e busca instalar um discurso onde elege inimigos do continente em seu nome.
Helvécio de Jesus Júnior
é mestre e professor do curso de Relações Internacionais da UVV
O mandatário venezuelano está internado em Cuba, país aliado e apoiador da ideologia política chavista. Cuba e Venezuela são, praticamente, os únicos refúgios dessa visão de mundo socialista, uma espécie de zumbi do período da Guerra Fria, morta em 1989.
A incerteza quanto à gravidade da doença de Chávez tem ocasionado uma "microguerra". A imprensa de Miami, pelo Twitter, fortalecida pelo dissidentes e opositores do regime socialista de Cuba, criticam Chávez e dizem que ele tem câncer. As autoridades venezuelanas rebatem dizendo que o presidente está bem e que essas são críticas da direita elitista do país.
O fato fundamental são as fragilíssimas condições da democracia na Venezuela sob o comando de Chávez. Uma dessas características de fragilidade é justamente o cerceamento da informação relativa à doença do presidente e a perseguição daqueles que tentam informar a população. Chávez busca exportar para toda a América do Sul um modelo "bolivariano" socialista que diz ser democrático.
A América do Sul sem Chávez poderia abrir caminho para extirpar uma influência autoritária do continente e regimes como o boliviano de Evo Morales e o peruano de Ollanta Humala poderiam seguir influências democráticas mais verdadeiras com liberdades civis e políticas asseguradas constitucionalmente e autonomia real dos poderes judiciário e legislativo, fatos que não ocorrem na Venezuela chavista.
Recentemente Chávez criou uma secretaria de "situação nacional" que serve para o presidente decidir quais assuntos deverão ser censurados e taxados de confidenciais. A Assembleia Nacional, órgão máximo legislativo do país, não tem autonomia, pois é vassala de Chávez. Passaram uma lei, em dezembro de 2010, que permite ao Estado vigiar as informações da imprensa que considera "perigosas", podendo, inclusive, cassar a licença da empresa de jornal ou televisão.
Em suma, o regime chavista representa um atraso para o continente sul-americano e uma ameaça à estabilidade regional na medida em que gera tensões internas e busca instalar um discurso onde elege inimigos do continente em seu nome.
Helvécio de Jesus Júnior
é mestre e professor do curso de Relações Internacionais da UVV
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