segunda-feira, 21 de novembro de 2011

ESPIRITO DE MACUNAÍMA.





O partido não teme perder o ministério. O ministério é da presidente Dilma Rousseff, e o PDT apoia o governo.” A afirmação é do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, nesta segunda-feira (21), em tom menos arrogante que na semana passada, mas transmitindo um salvo conduto com a chancela presidencial. Na terça-feira (22), em reunião do PDT, uma maioria tomada pelo espírito de Macunaíma apoiará a permanência de Lupi na pasta.

É óbvio que o cargo é da presidente. O que não é tão óbvio é como um ministro, que cai em flagrante contradição alega, “memória falha” e é alvo de uma enxurrada de irregularidades continua a receber apoio porque é da base aliada. Isso por acaso não é passaporte para se cometer equívocos como tentar disfarçar o uso de avião supostamente paga por uma ONG parceira do ministério.

Mas, no Brasil, o governador de uma capital importante como o Rio de Janeiro anda para cima e para baixo com avião de empresário sem o menor constrangimento. Tudo é normal, tudo é legal. O precedente já estava aberto. A aposta na impunidade continua a campear, com o espúrio relacionamento público-privado nas cabeças de certos poderosos.

Ao que parece, o que segurou Carlos Lupi no comando da pasta foi o fato de apoiar o governo. Não importa as mazelas descobertas pela imprensa. Pode-se interpretar que se houvesse qualquer denúncia ou mais uma mentira deflagrada pela imprensa no final de semana em nada modificaria o pensamento da presidente Dilma Rousseff. Mais uma vez, ela poderia receber um telefonema do ex-presidente Luiz Inácio da Silva para suportar ou engolir, mesmo no ministério do Trabalho, alguém que se assemelha a um “herói Macunaíma”, conhecido personagem marcado pela malemolência e falta de caráter.

Já corre nos bastidores que a opção do Palácio do Planalto foi manter Lupi para, na reforma ministerial, que deve acontecer no começo de 2012, apear o PDT dessa pasta. Isso porque apesar do vexame para um partido em qualquer lugar do planeta, uma maioria típica de enredos literários policialescos defende Lupi na Esplanada dos Ministérios.

Em contrapartida, por honradez até, nenhum correligionário defensor da honestidade e do bem, dentro do partido, se sente confortável para vestir a camisa maculada por um rocambolesco, indigesto e vexatório epílogo, interpretado por um “Macunaíma” na importante pasta do Trabalho. Essa mídia é perversa quando mostra algumas verdades. Vale lembrar que Lupi afirmou que iria ocupar o mesmo espaço usado para as denúncias nos diversos órgãos de imprensa como direito de resposta.

Fonte: Ucho.Info

2 comentários:

  1. Macunaíma tem mais caráter que qualquer um desta cúpula. Muito triste. E os aliados se igualam.

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  2. Se o Brizola chamou,publicamente, o Lula de "sapo barbudo", a Dilma, reservadamente,deve chamar o Lupi de que?

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