Episódios que contribuíram para aviltar cargos de proa no Executivo e no Legislativo federais redundaram em duros golpes desferidos contra a política brasileira ao longo deste ano.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, declarou ontem que a maioria dos funcionários dos deputados "jamais pisou" na Casa. O fato pode não estarrecer quem é medianamente informado sobre o Congresso, mas a divulgação desinibida surpreende. O fato de conotação acintosa quanto ao uso do dinheiro público é proclamado como se fosse natural.
Que situação esquisita: o líder governista propagandeia o uso inadequado de recursos públicos como argumento para defender o ministro do Trabalho que teve emprego sem trabalhar. Um quadro sui generis. E triste. Carlos Lupi é apontado como funcionário fantasma da Câmara, onde deveria ter dado expediente de 2000 a 2006.
A afirmação de que a maioria dos servidores jamais pisou na Câmara amplia o desgaste da instituição. Mas, quanto ao autor, não há o que estranhar. Vaccarezza foi funcionário fantasma em 1996 da Câmara Municipal de São Paulo.
Modos e costumes ruins também vão desgastando o Executivo. A queda de ministros é impactante não tanto pela intensidade da rotação - que é muita -, mas pelo motivo que envergonha: corrupção. Ficou pior porque as tentativas de blindagem dos envolvidos em irregularidades não resistiram à evidência dos fatos.
Já a sobrevida no Executivo dos que desrespeitaram os cargos que ainda ocupam, como Carlos Lupi e Mário Negromente (Pasta das Cidades), complica ainda mais a química política do Planalto. Mostra intrigante limitação da força do governo. Que circunstâncias estariam impondo esse constrangimento? Nenhuma aliança deve se sobrepor à observância da ética.
Livrar-se de ministros envolvidos em irregularidades é obrigação moral do governo. Se não for feito, o quanto antes, as dificuldades serão maiores para estender a ação saneadora aos demais escalões.
Fonte: A Gazeta
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, declarou ontem que a maioria dos funcionários dos deputados "jamais pisou" na Casa. O fato pode não estarrecer quem é medianamente informado sobre o Congresso, mas a divulgação desinibida surpreende. O fato de conotação acintosa quanto ao uso do dinheiro público é proclamado como se fosse natural.
Que situação esquisita: o líder governista propagandeia o uso inadequado de recursos públicos como argumento para defender o ministro do Trabalho que teve emprego sem trabalhar. Um quadro sui generis. E triste. Carlos Lupi é apontado como funcionário fantasma da Câmara, onde deveria ter dado expediente de 2000 a 2006.
A afirmação de que a maioria dos servidores jamais pisou na Câmara amplia o desgaste da instituição. Mas, quanto ao autor, não há o que estranhar. Vaccarezza foi funcionário fantasma em 1996 da Câmara Municipal de São Paulo.
Modos e costumes ruins também vão desgastando o Executivo. A queda de ministros é impactante não tanto pela intensidade da rotação - que é muita -, mas pelo motivo que envergonha: corrupção. Ficou pior porque as tentativas de blindagem dos envolvidos em irregularidades não resistiram à evidência dos fatos.
Já a sobrevida no Executivo dos que desrespeitaram os cargos que ainda ocupam, como Carlos Lupi e Mário Negromente (Pasta das Cidades), complica ainda mais a química política do Planalto. Mostra intrigante limitação da força do governo. Que circunstâncias estariam impondo esse constrangimento? Nenhuma aliança deve se sobrepor à observância da ética.
Livrar-se de ministros envolvidos em irregularidades é obrigação moral do governo. Se não for feito, o quanto antes, as dificuldades serão maiores para estender a ação saneadora aos demais escalões.
Fonte: A Gazeta
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