quarta-feira, 22 de julho de 2009

A gripe ( h1n1)

Hoje tive uma reunião na Superintendência Regional em Cachoeiro de Itapemirim sobre a nova gripe que esta nos preocupando a todos. Infelizmente saí mais preocupado do que antes. Na verdade, existe muitas dúvidas sobre o que fazer no caso de que o surto tenha grandes proporções em nossa região. No papel as coisas estão bem definidas, mas na prática a realidade é outra. O medicamento anti viral indicado, deve ser ministrado ao paciente nas primeiras 48 horas do inicio dos sintomas, mas esse remédio ainda não esta disponivel, e aí? o que fazer? num caso de maior gravidade? Felizmente a grande maioria dos pacientes evoluem bem, como se fosse uma gripe normal. Na minha opinião há duas coisas a serem feitas. 1º. Cada município deve preparar a melhor estrutura que puder para atender seus pacientes. 2º. Pedir a Deus para que o inverno passe logo e o perigo diminua com o calor e ganharmos tempo para que no ano que vem possamos ter a vacina para todo mundo.

sábado, 18 de julho de 2009

Diferenças.

Voce já se perguntou, porque um aluno de escola particular chega ao 1º ano sabendo ler, escrever, até fazendo operações básicas de matemática, enquanto seu colega da escola pública vai começar a ser alfabetizado? Sabemos que até os 6 anos, o cérebro tem capacidade de absorção de conhecimentos maior do que em qualquer outro período de nossas vidas, por isso não é possivel que nossas creches públicas percam tempo e dinheiro apenas tomando conta das crianças, perdendo um tempo precioso de aprendizado para as mesmas. Isso vai se refletir na capacidade do aluno lá na frente, quando ele tiver que competir em condições de igualdade, no vestibular por exemplo. Aí aparecem as fórmulas mágicas, como cotas pra isso, pra aquilo, etc.
Se tem um setor onde não falta dinheiro, por força Constitucional é na educação de qualquer municipio desse país. O que está faltando é vontade politica. O dinheiro tem que ser gasto em capacitação dos professores, estrutura decente de creches e pré-escolares para que nossas crianças, sejam brancas, indias, negras, ricas ou pobres tenham direito a uma Educação Pública de qualidade. Afinal , educação tem que ser prioridade.

domingo, 12 de julho de 2009

O susto do pai.

No inicio da minha vida profissional, instalei-me em Cachoeiro de Itapemirim. Consegui um emprego no Posto de saúde em Marapé (hoje Atilio Vivacqua). Com a eleição de José Luiz Torres Lopes em 1976, fui convidado para morar no Município que até então só tinha médico até as 11 horas. Aceitei para ficar uns 6 meses e estou até hoje. Naquela época, como não tínhamos nenhuma estrutura, transformei a garagem da minha casa num pequeno Pronto-socorro. Imaginem que não tinha sossego pois éra o único médico e me propus a dar assistência 24 horas por dia, 7 dias por semana. Foram 12 longos anos sem poder tirar um dia de férias. Um sábado à tarde chegou um carro, buzinou em frente a minha casa e dele saltou um casal, acompanhando uma mocinha de mais ou menos 15 anos, segurando a barriga e chorando de dor. Quando cheguei perto, notei um filete de sangue escorrendo pelas suas pernas. Preocupado mandei ela entrar imediatamente e coloquei-a na mesa de exames enquanto seus pais esperavam no lado de fora. Qual a minha surpresa, ao examina-la notei uma criança quase nascendo, coroando como se diz no jargão médico. Preparei-me para fazer o parto ali mesmo, pois não havia tempo para transferi-la para Cachoeiro de Itapemirim. Abri a porta e disse para o pai. Dê um jeito de arrumar umas roupas pois seu neto esta nascendo. O homem arregalou os dois olhos , ficou pálido e se estatalou no chão. Só aí percebi que a menina tinha escondido, não sei como a gravidez de seus pais. Coisas que acontecem a um médico do interior.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Programa Saúde da Familia

Se voce leu o meu artigo anterior, deve estar se perguntando: E o PSF? Qual o seu papel?
Infelizmente, este grande programa não esta atendendo as metas a que se propôe. Vejamos as causas. O valor repassado pelo Governo Federal esta defasado e com raras exceções as Prefeituras não entram com a contrapartida necessária ao seu bom funcionamento, já que para que funcione bem, necessita de um turno de 8 horas de trabalho para toda a equipe. O que se ve é que as Prefeituras pagam pouco e exigem apenas 4 horas de trabalho, o que é insuficiente, principalmente se estiver utilizando a ferramenta AMQ. Como profissional que já trabalhou no programa, afirmo que é impossivel se atender a todas as ações previstas no PSF com uma carga de trabalho inferior a 8 horas e o que acontece, é que acaba se transformando num ambulatório de luxo. Outra causa, são profissionais despreparados para o programa, já que o médico para atuar neste programa tem que ser um generalista, isto é, atender a todas as necessidades do seu território de atuação. Infelizmente não é o que se vê. Nos dois hospitais que trabalho, as maiores causas de internações são de pacientes com complicações da Diabetes e da Hipertensão arterial, prova de que o Programa de Saúde da Familia não esta funcionando. Qual a solução? Prioridade, saúde tem que ser prioridade.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Saúde, questão de prioridade.

Diáriamente assistimos nos telejornais casos de absoluto descasos com nosso povo que, em sua procura desesperada por assistência médica, sofre todo tipo de discriminação. Vidas se perdem por falta de vontade politica. Pronto Atendimentos , postos de saúde e pequenos hospitais poderiam atender grande parte dessa demanda. Sabemos que 80% destes pacientes teriam seus problemas de saúde resolvidos nestas Unidades, desde que elas tenham um minimo de estrutura, a saber: Médicos e enfermeiros de plantão por 24 horas, inclusive nos sábados, domingos e feriados para atendimento aos casos e urgência e emergência. Clinico geral, pediatra, ginecologista e cardiologista nos ambulatórios. Aparelho e Rx e um Laboratório de Análises Clinicas dariam suporte e segurança aos médicos. Para completar o sistema, ambulâncias e um sistema de referência confiável para encaminhamento das gestantes e pacientes com maior gravidade. Possível? Sim, desde que haja vontade politica, afinal, saúde tem que ser prioridade.