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sábado, 23 de março de 2013

BOMBA-RELÓGIO



 Há algumas semanas, a presidente Dilma Rousseff ordenou que as Forças Armadas esclarecessem a denúncia de que alguns militares de alta patente estariam cobrando propina de empresas fornecedoras do governo federal na área de segurança. Tão logo a informação começou a circular nas redações, o ucho.info noticiou que uma investigação mais aprofundada poderia provocar uma hecatombe na Esplanada dos Ministérios, colocando no olho do furacão um parente de conhecido integrante do primeiro escalão do governo.

Muito estranhamente, a ordem de Dilma parece ter sido suspensa e nada mais foi comentado acerca do suposto escândalo de corrupção, que pareceu ser uma tentativa desastrada de desmoralização das Armas, mais especificamente do Exército. O Palácio do Planalto subestima a capacidade de raciocínio dos integrantes da caserna e esquece que o serviço militar de informações é um dos poucos que funcionam bem no País. Como o governo percebeu que dissecar o assunto poderia culminar em uma autoimplosão, o recuo tornou-se imperativo.

Enquanto os palacianos curam as feridas do tiro que saiu pela culatra, um novo escândalo de corrupção está prestes a vir à tona. Uma licitação do governo federal desconsiderou a proposta de fornecedor de equipamentos de alta tecnologia, com paridade técnica com o concorrente e preço menor.

A manobra em favor do fornecedor que apresentou preço maior não tem explicação técnica, mesmo que o parecer da comissão de licitação traga algumas justificativas estapafúrdias, remonta aos tempos do então presidente Luiz Inácio da Silva e faz parte de um acordo espúrio na área militar. Lembrando que as Forças Armadas estão longe desse imbróglio.

Fonte: Ucho.Info

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

MAQUIAVEL NÃO FARIA MELHOR.

Desde que estudiosos criaram os tais de cenários, vários oráculos passaram a desvendar as possibilidades futuras e, até mesmo, programá – las. Bastava levantar as variáveis negativas e trabalhar sobre elas para obter, graças a meticulosos e bem engendrados estratagemas, o futuro sonhado.

- As pitonisas do petismo não fugiram à regra.

Levanta cenário daqui, desenha cenário dali, e prognosticaram que a desmoralização das Forças Armadas estaria definitivamente alcançada até o final de 2012.

- Acertaram em cheio.

Precavidos levantaram algumas hipóteses que poderiam frustrar os seus planos.

Uma, a reação interna das Forças.

- Para tanto, escolheram a dedo autoridades de mando que não causariam o menor problema.

A outra foi a grita da oposição que poderia num ato de coragem unir - se contra as suas tramoias e, buscando preservar a dignidade do poder nacional, invalidar suas trapaças.

- Hipótese facilmente enfraquecida com as alianças politicas que envolveram o apoio em troca de cargos e de verbas. Galho fraquíssimo.

Um otimista aventou, timidamente, a revolta da sociedade, que como uma entidade fantasma só existe para justificar medidas que interessam ao desgoverno, do tipo “a sociedade adora a metamorfose”, “viva a nossa sucessora, a faxineira impiedosa”, e assim por diante.

- Logo, esta hipótese foi descartada por total falta de fundamento.

Remoendo a imaginação chegaram com dificuldade, até a indignação dos militares da reserva e os reformados.

- Esta preocupou, inicialmente, mas alguém lembrou convicto, “são uns pelados, sem salário decente, sem acesso à mídia, sem recursos para mobilizar nem a família, o que dirá um bando de milicos”. Sem contar, argumento definitivo, que a turma é desunida, e para nossa satisfação (dos planejadores), milico não precisa de inimigo.

A urdidura foi perfeita. Ao longo dos anos, as Instituições Militares foram submetidas às diversas pústulas nomeadas com extrema picardia para desgastá - las como inqualificáveis ministros da defesa.

- O penúltimo foi para arrasar e desmoralizar; o atual será para entortar conceitos, e com um toque sutil formar a NOVA MENTALIDADE militar.

Sim, a aniquilação das Forças Armadas Brasileiras ainda será o “ESTUDO DE CASO” perfeito no tema de “COMO DESCONSTRUIR UMA INSTITUIÇÃO”.

Caberá às futuras gerações decidirem se o Planejamento Politico “enrabativo” foi perfeito, ou se os militares foram coniventes, incompetentes, e juntaram – se, graciosamente, o REVANCHISMO COM A OMISSÃO, e seremos, então, o produto acabado de como suicidar – se suspendendo, voluntariamente, a respiração.

Contudo, felizmente, para o orgulho do jeitinho nacional, solidário no samba, no carnaval, na micareta, no rock in Rio, no trio elétrico, na parada gay, salvaram - se todos.

- Sem honra, sem moral e sem atitude, é vero, mas como já disse um esperto anistiado, “é melhor viver sem dignidade do que morrer cheio de orgulho”.

“Quanto aos demais cenários, o da submissão da mídia, por exemplo, vai de vento em popa, gritou tok tok, já soltamos nesta etapa, conforme o previsto, o inefável Dirceu, que está bombando na mídia amiga.
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

DIREITOS HUMANOS, GOVERNO MUNDIAL E FORÇAS ARMADAS

Nos dias que correm, não pairam dúvidas quanto ao fato de que os “direitos humanos” vêm sendo universalmente manipulados pelos esquerdistas de todos os matizes e por aqueles que, à sorrelfa, os financiam. Surgidos na década de 1980 como instrumentos de ação política, os referidos direitos são, desde a sua origem, alimentados pelos reais centros de poder mundial.

Não estaremos longe da verdade ao afirmarmos que o inegável alargamento do seu raio de ação é devido à atividade de Fundações e ONGs internacionais. Isso, sem falar daquelas que, sob a capa de um falso caráter religioso, despejam rios de dinheiro nas nações que são alvo das suas atividades.Tais centros de poder sonham com um Governo Mundial e disso fazem praça abertamente. Seu objetivo principal era e é, como de longa data alertam estudiosos do assunto, enfraquecer a unidade daqueles países os quais, segundo seu enfoque, devem, além de constituir uma reserva de matérias primas, fornecer mão de obra farta e barata aos povos do Primeiro Mundo. É o que vem acontecendo na África, nos países árabes e nas América Central e do Sul, ainda que o crescente aumento dos islâmicos na Europa cause preocupação e possa, eventualmente, desaguar em lutas intestinas.

Entre nós, infelizmente, uma quinta coluna infiltrada nos mais altos escalões governamentais, na imprensa, nos meios intelectuais e jurídicos, na própria Organização dos Estados Americanos e até mesmo na ONU, age livre e diuturnamente solapando valores morais a título de serem ações "politicamente corretas", buscando impedir ou retardar o desenvolvimento nacional. Alguns exemplos: desarmamento da população a pretexto de combater a violência; criação de cotas raciais em lugar de sociais para ingresso no ensino superior; “proteção” aos indígenas, submetendo-os às ações desnacionalizantes de ONGs estrangeiras; perseguição aos que derrotaram a guerrilha comunista nas décadas de 1960 e 70; combate à construção de hidrelétricas e ao asfaltamento de estradas, a título de salvaguarda do meio ambiente, etc.

Com a subida ao poder de correntes nutridas pelo marxismo e sabidamente adversas aos militares, teve início um trabalho de sapa destinado a tornar quase inoperantes as Forças Armadas. E tudo é feito de forma clara: seus Comandantes foram rebaixados para o terceiro escalão do Poder Executivo; os níveis salariais dos militares estão entre os mais baixos da administração direta; é feito o emprego da tropa em operações policiais enquanto, nos quartéis, falta munição e a instrução é severamente prejudicada por restrições orçamentárias; os regulamentos disciplinares são postos em cheque por decisões de juízes de primeira instância; cogita-se na introdução do ensino dos direitos humanos no currículo das escolas de formação (como se os militares fossem desrespeitadores dos mesmos), etc.

Na esteira de uma Estratégia Nacional de Defesa plena de objetivos ambiciosos, mas de efetividade quase nula, o armamento do Exército caminha para uma rápida obsolescência, a Força Aérea sonha com aviões de combate modernos e a Marinha de Guerra com submarinos nucleares. Há promessas, muitas promessas, mas todas ou quase todas terminam por esbarrar na falta de recursos para implementá-las. Enquanto isso, o dinheiro dos impostos escorchantes escorre pelos ralos da corrupção, financia a construção de uma sede nababesca para a UNE, sustenta a realização de paradas “gay”, atende às exigências do MST e à distribuição de “obras didáticas” que emburrecem e pervertem a juventude.

Assim, tudo corre de acordo com os planos dos já referidos centros de poder: Forças Armadas com limitada capacidade de dissuasão; descrença das camadas mais esclarecidas quanto à ação governamental; esgarçamento do tecido social e toda uma série de mazelas que corroem o patriotismo dos brasileiros. Quando começarem a surgir, com o apoio armado das grandes potências, “nações indígenas” na Região Norte; quando formos “suavemente” constrangidos a ceder território para abrigo de excedentes populacionais; quando organizações e/ou governos estrangeiros se arrogarem o direito de dizer o que podemos fazer ou deixar de fazer na nossa terra, o Brasil, herança dos nossos antepassados, terá deixado de existir.

Osmar José de Barros Ribeiro

segunda-feira, 7 de março de 2011

O DESCASO PELAS FORÇAS ARMADAS.

A onda dos movimentos por liberdade nos países do Norte da África e do Oriente Médio deve ser analisada em seus reflexos na disputa entre as potências por espaços e poder, cenário permanente nas relações internacionais, que também abrange outras importantes questões conflituosas. Os estudos de temas dessa natureza realizados no Brasil refletem idéias de renomados estrategistas europeus, norte-americanos e asiáticos quanto aos impactos no jogo entre as grandes potências, mas não apontam possíveis consequências no campo militar, para o Brasil, restringindo-se aos reflexos nas expressões política e econômica. O desfecho dos movimentos no mundo islâmico terá consequências, cujo significado para a defesa nacional dependerá do saldo ou do déficit de poder dos EUA naquela região.


O quadro atual dos conflitos no mundo revela a volta da onda, que emergiu da II Guerra Mundial e levou os EUA à hegemonia global. Ela começa a recuar pressionada por novos atores poderosos, alguns deles velada ou ostensivamente antagônicos aos EUA e com os quais este último terá de compartilhar espaços e poder. Ao final da primeira década do século XXI, ficou evidente que os EUA já não podiam impor a um custo suportável, isolada e rapidamente seus interesses em todo mundo, condição que desfrutaram por duas décadas após a queda da União Soviética. Os EUA também encontram dificuldade crescente para empregar a OTAN em ações globais, seja pela falta de consenso quanto às ameaças seja pela impossibilidade econômica de seus aliados sustentarem operações militares distantes e de grande envergadura. Há, ainda, a ascensão da China e sua projeção em todos os continentes, limitando progressivamente a liberdade de ação da outrora potência hegemônica. Portanto, a capacidade político-militar norte-americana de assegurar o acesso a regiões com relevante posição geoestratégica e detentoras de recursos vitais, situadas “do lado de lá do mundo”, como o Oriente Médio, a África e a Ásia Central, vai sendo reduzida.

Assim, aumentará a necessidade dos EUA garantirem o acesso a regiões “do lado de cá do mundo” com aqueles atrativos, leia-se América do Sul e Atlântico Sul, para o que empregarão seu poder militar se for preciso. Ao mesmo tempo, interessa-lhes limitar a projeção e influência de potências extra-regionais que possam tolher sua liberdade de ação nas áreas mencionadas. Hoje, espaços dessas regiões de tradicional influência norte-americana já estão sendo disputados pela China e, em sua esteira, virão á Rússia e a Índia. Como reagirão os EUA, altamente dependentes de recursos naturais, ante a presença de poderosos rivais cada vez mais próximos de seu território, experiência vivida apenas em 1962 na crise dos mísseis da então URSS em Cuba? O mundo não é o mesmo e as estratégias não serão as mesmas, mas os EUA não ficarão de braços cruzados. Em sua expansão, a China ocupa espaços também cobiçados pelo Brasil, inclusive em áreas da cooperação militar, pois nossa indigência bélica, fruto do descaso de sucessivos governos, não nos deixa muito a oferecer. Perdem-se excelentes oportunidades para gerar empregos, receita comercial e desenvolvimento industrial e científico-tecnológico e consolidar vínculos com a América do Sul e a África.

Entre a águia e o dragão está o Brasil com sua aspiração pela liderança regional e seus interesses no Atlântico Sul. A disputa de poder no entorno estratégico brasileiro deveria ter motivado providências, há muito tempo, antes de o cenário de risco estar delineado de maneira tão clara. Política exterior engloba diplomacia e defesa e estes setores do Estado não podem esperar uma ameaça passar de possível a provável para então buscar os meios de neutralizá-la. Defesa não se improvisa! Um forte poder militar confere maior robustez à política exterior, atrai alianças, dissuade ameaças e desagrava afrontas. Para alcançar tal status o governo deveria ter vontade política de queimar etapas, priorizando e fixando o investimento em defesa, e coragem para enfrentar desafios. O Brasil amargará a perda de oportunidades e patrimônio, no campo material, e de auto-estima e dignidade, no imaterial, pois será incapaz de reagir a pressões político-militares alienígenas, se não estiver no nível das maiores potências militares no lapso de uma década. A globalização, o desenvolvimento nacional e a projeção internacional colocaram o País, outrora periférico, no eixo dos conflitos entre as potências.

As Forças Armadas (FA) procuraram, em vão, sensibilizar a liderança nacional sobre a importância de fortalecer o poder militar. A resposta foi o descaso hoje camuflado por um discurso inconsequente, pois de prático pouco se faz, e tardio, pela incerteza quanto à possibilidade de recuperar o tempo perdido. Em 2011, mais uma vez, postergou-se a aquisição de aviões de caça para a Força Aérea, que se arrasta há mais de uma década, e houve um forte contingenciamento no orçamento de defesa, com prejuízo do desenvolvimento do submarino nuclear e de projetos do Exército. A relevância das FA para a liderança nacional resume-se a missões de paz, apoio às obras do PAC e participação na segurança pública e defesa civil, ou seja, no que é marketing para o governo. Há um descaso com o equipamento e o preparo para a defesa da Pátria, prioridade, razão de ser e identidade de qualquer força armada. Mas o descaso é também com a profissão e o militar como mostra a crescente defasagem salarial que rebaixa a carreira das armas em relação a outras de Estado e do serviço público. O chefe militar manifesta essas preocupações pela cadeia de comando, como é sua obrigação. À presidente da República, comandante supremo das FA, cabe preservar a relevância dessas Instituições, obrigação moral e funcional de quem sabe que elas não abrem mão do compromisso com a Nação, o dever e a disciplina e que os instrumentos de pressão de outros segmentos da sociedade são inadmissíveis nas Forças Armadas

General da Reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva - http://bit.ly/i7rxXU


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

De P.Bevilaqua@org para D.Rousseff@gov

Exma. Sra. Dilma Rousseff, presidente eleita do Brasil, Senhora, diante do êxito da recente intervenção pontual ocorrida no Rio, peço-lhe que retire as Forças Armadas dos morros. Talvez vosmicê não lembre de mim. Em 1968, como general-de-exército, eu era ministro do Superior Tribunal e relatei o habeas-corpus de um jovem mineiro, militante de sua organização subversiva. Na ocasião, condenei o "desvirtuamento das funções de elementos integrantes das gloriosas Forças Armadas que se atribuem exercício de missões policiais que não lhes pertencem."

O tempo mostrou que eu estava enganado. O policialismo, a tortura, os assassinatos e a política de extermínio vinham de cima, de generais, ministros e presidentes.

Depois de ter sido libertado, o rapaz cujo habeas-corpus relatei participou de diversas reuniões com a senhora, ainda uma menina de 21 anos. Um dos jovens desse grupo foi preso e assassinado em 1971. Outro matou-se quando viu que seria capturado. Tinham 32 anos.

Um outro jovem saiu aspirante da Academia Militar das Agulhas Negras em 1961, aos 26 anos. Em 1968, foi promovido a capitão. Designado para o DOI-Codi de São Paulo, tornou-se um torturador. A senhora o conheceu. Seus assentamentos não registram má conduta. Em tudo o que fez teve o estímulo de seus comandantes. A maioria dos oficiais que serviram nos DOIs recebeu a Medalha do Pacificador. Nenhuma delas foi cassada.

Quando se tratou de botar a tropa na rua, os civis estimularam os militares, e os generais ficaram envaidecidos pelo aplauso. Com a agonia da ditadura, os empresários que financiavam a repressão militar e os generais que a comandavam atiraram a responsabilidade sobre capitães e majores.

No episódio de militarização das operações policiais do Rio, em 2008, verificou-se a vulnerabilidade do comando da nossa tropa. Um tenente de 25 anos que servia no Quartel General, entregou três jovens detidos a traficantes do morro da Mineira, que os mataram. Onze militares participaram da ação e foram classificados pelo governador Sérgio Cabral como "marginais". O moço está preso. Havia mais a apurar. Por que, dois dias depois do ocorrido, o comando endossou uma versão mentirosa do episódio? Quem foi punido pela patranha? Lembremos que moradores do morro jogaram pedras contra o QG, como forma de protesto.

Há autoridades civis e militares que comparam a ação desencadeada no Rio com a a participação da tropa brasileira nas forças da ONU que estão no Haiti. O paralelo é enganoso.

A tropa brasileira no Haiti está aquartelada em Porto-Principe. Seus soldados não podem ser ameaçados por bandidos ou policiais corrompidos. Lá, eles não têm endereço, irmã, nem pais. A senhora acha que um soldado que vive em Vigário Geral nada tem a temer?

O soldado de primeira classe que está numa das entradas do Morro do Alemão percebe um soldo de R$ 963 mensais. (O rendimento médio do trabalho no Rio é de R$ 1.359.) O mesmo soldado, integrando a força de paz do Haiti, conserva os R$ 963 e recebe mais US$ 972 mensais das Nações Unidas.

Ações dessa envergadura não devem ser apresentadas à sociedade manipulando-se a boa-fé alheia.

Cumprimento-a em meu nome e no de minha amada mulher, Naída

General Pery Constant Bevilaqua

O paralelo da tropa no morro do Alemão com nossa força de paz no Haiti é uma perigosa enganação

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

DEMOCRACIA É ASPIRAÇÃO NACIONAL?

Nas eleições presidenciais de 2002, o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido lançaram a Carta ao Povo Brasileiro, para convencer a Nação de que não imporiam a temida guinada para o socialismo radical, com ruptura do regime democrático, caso o PT chegasse ao poder. Hoje, as posições publicamente manifestadas e algumas iniciativas do presidente da República e da cúpula do PT revelam uma disposição bem diferente da apresentada naquela carta, como se conclui, também, pelas sucessivas propostas para cercear a liberdade de imprensa; pelo 3.º Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), com propósitos totalitários enrustidos em ilusória defesa dos direitos humanos; e pelos balões de ensaio do programa partidário num eventual governo em 2011.

A reação de setores democráticos da sociedade obrigou o governo a repetidos recuos, demonstrando não ser fácil impor um regime autoritário ao País. Quanto ao PT, sempre foi claro ser um partido com distintas correntes de pensamento, todas à esquerda, estando a atual direção sob o controle da ala radical.

Mas qual é o pensamento político do presidente Lula? O revelado em 2002 ou o atual?

Uma vez constatada essa oscilação, é natural que parte da Nação considere o presidente um adepto da esquerda radical e que a Carta ao Povo Brasileiro teria sido uma estratégia para viabilizar a ascensão do PT ao poder. Da mesma forma, outra parte pode julgar que o presidente seja um político tradicional, cujas ações visam a manter o poder pessoal e não se norteiam por valores e interesses nacionais, ao contrário do verdadeiro estadista. Para essa parcela da Nação, o presidente estaria radicalizando para controlar a ala mais à esquerda do PT, pois esta já revelou a intenção de assumir a orientação política do próximo governo, o que comprometeria sua liderança e seu futuro político. Há, ainda, a corrente otimista, para a qual o presidente é um democrata, mas se veria obrigado a usar métodos sutis, a fim de controlar as diversas correntes do PT, evitando conflitos que comprometessem a paz social.

Num hipotético cenário em que a ala radical do PT viesse a controlar o governo, ela tentaria impor um regime, no mínimo, autoritário ao País. A Nação viveria momentos de tensão, em que as liberdades individuais e o regime democrático dependeriam do poder das instituições, o qual resulta de sua força política e da vontade e maturidade da Nação. A manobra da esquerda radical reuniria pressões de cúpula e de base, exercidas por organizações e atores aliados nos Poderes da União, amplamente mobiliados pelo partido; por meio de parcerias com parcela significativa do empresariado e do setor financeiro, fidelizada e controlada via benefícios concedidos no contexto da estratégia de implantação do capitalismo de Estado, adaptado do modelo chinês; e por movimentos revolucionários, eufemisticamente chamados sociais, com suas ligações externas.

A linha de frente para neutralizar tal manobra seria composta pelos setores democráticos do próprio Executivo, pelo Judiciário e pelo Legislativo. Este último, porém, está desgastado, não tem credibilidade e grande parte dos congressistas é aliada ao governo ou dá prioridade a interesses pessoais, às vezes inconfessáveis, sendo suscetível à cooptação. São as instâncias competentes para impedir a alteração do arcabouço legal e, assim, tornar inviável a manobra da esquerda radical.

Numa segunda linha se encontra a imprensa, setor com maior capacidade de projeção na sociedade para conscientizar e mobilizar as forças democráticas para a preservação do regime. Daí ser o alvo principal das manobras da esquerda radical nos campos político e financeiro visando a silenciá-la.

E as Forças Armadas? Elas se subordinam ao poder político do Estado, impropriamente chamado poder civil, e, como disse o presidente Castelo Branco, os meios militares nacionais e permanentes não são propriamente para defender programas de governo, muito menos sua propaganda, mas para garantir os Poderes constitucionais, o seu funcionamento e a aplicação da lei. Não estão instituídos para declarar solidariedade a este ou àquele Poder.

De fato, a Constituição da República prevê o emprego das Forças Armadas na garantia dos Poderes constitucionais, da lei e da ordem. O equilíbrio dos Poderes é um fator decisivo na democracia e se o Poder Executivo tentar rompê-lo e se impor aos demais, ao arrepio da lei, não cabe às Forças Armadas, e sim ao Legislativo e ao Judiciário - linha de frente já mencionada -, intervir, podendo haver até mesmo o impeachment do presidente. Neste caso, a linha sucessória seria seguida e, se necessário, as Forças Armadas seriam acionadas, sob o comando supremo do novo chefe da Nação, para fazer cumprir a Constituição.

Somente na hipótese de falência total dos Poderes da União, o caos institucional resultante obrigaria as Forças Armadas a exercê-los, temporariamente, para impedir a desintegração da Nação.

Nenhum cidadão é obrigado a fazer o que é ilegal ou lesivo ao País. Na hipótese em tela, oportunamente,altos chefes militares tomariam uma digna iniciativa pessoal - sem emprego de tropa nem quebra da hierarquia e disciplina: manifestar publicamente oposição à manobra da esquerda radical, com o risco de retaliações, conscientes de que a omissão seria respaldo, implícito, a ações lesivas à democracia, às instituições e ao Brasil e que a lealdade à Pátria é o maior atestado de disciplina militar. A problemática substituição desses chefes levaria a um impasse e reforçaria a reação democrática.

A sociedade é responsável pelo seu destino e deve organizar-se, como no Movimento Ficha Limpa, para pressionar vigorosamente as instituições, obrigando-as a defender a democracia, se esta for realmente uma aspiração nacional.

Luiz Eduardo Rocha Paiva.