segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

INFLAÇÃO E LIBERDADE.

Voltando a escrever sobre os textos que resgatei, escrevi em 12 de março de 1979.

“Daqui a três dias teremos novo Governo, as promessas são muitas mas a esperança é pouca. Não houve, a meu ver, renovação, quase todos os Ministros são veteranos, por lá já passaram e pouco fizeram. Por que farão agora? Trocam-se os postos, mas os homens permanecem e muitos voltam. A inflação já vai a 42%...”

Começava o último Governo Militar, o General João Batista Figueiredo, faria o último governo da 5ª República, comandando a transição para a democracia, entregando o cargo ao primeiro Presidente Civil, eleito indiretamente. Tancredo Neves que não chegaria a tomar posse, assumindo em seu lugar o Vice-Presidente José Sarney, iniciando a Nova República.

Alguns Ministros do Governo Figueiredo:
Antônio Delfim Netto - Durante o regime militar, entre 1967 e 1974, nos governos Costa e Silva e Médici, foi ministro da Fazenda e, no governo do presidente João Figueiredo, foi sucessivamente Ministro da Agricultura em 1979, Ministro do Planejamento entre 1979 e 1985 e embaixador do Brasil na França.
Duramente criticado principalmente pelo PT, hoje é endeusado por Lula e seus antigos opositores.

Ângelo Amaury Stábile- Foi ministro da Agricultura do Brasil de 1979 a 2 de março de 1984. Autor da frase "Espero que até 1984 o brasileiro já esteja convencido de que comer carne bovina é um hábito que deve ser abolido."
Carlos Viacava - Graduado em economia pela Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo em 1962. Ministro da Fazenda.
Eliseu Resende - ministro dos Transportes, de 15 de março de 1979 a 11 de maio de 1982. Também foi Ministro da Fazenda do Governo Itamar Franco, Dep. Federal e Senador pelo Estado de Minas Gerais.
Golbery do Couto e Silva - em 1974, no governo Geisel, tornou-se chefe da Casa Civil da Presidência da República, cargo que manteve com a posse do novo presidente, João Figueiredo. Ali teve influência no nascimento dos novos partidos. Foi ele quem excogitou e conduziu a reforma partidária de 1979. Nasceram ali o PMDB liderado por Ulysses Guimarães, o PT por Lula, o PDS por Tancredo Neves, a sigla PTB previamente entregue a Ivete Vargas pelo próprio chefe da Casa Civil de Geisel, e, à época, de Figueiredo e o PDT de Leonel Brizola. O propósito era dividir a oposição, unida debaixo da sigla do MDB. De saída, Golbery conseguiu seu propósito. Demitiu-se, porém, depois das bombas do atentado no Riocentro no Rio de Janeiro, atentado este que fracassou mas pôs em risco a vida de milhares de civis além de representar retrocesso em relação à postura que defendeu e tentou implementar desde Geisel; por saber da participação de militares comandados pela linha dura. Não teve influência suficiente sobre Figueiredo para alijar de vez os membros da linha dura. No entanto permaneceu como condutor de conversas com a “oposição responsável”, principalmente Tancredo Neves e Thales Ramalho, para o complemento da transição para volta à Democracia.
Hélio Marcos Pena Beltrão - Formado em Direito na Faculdade Nacional de Direito, foi servidor do IAPI - Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários. Foi ministro do Planejamento no Governo Costa e Silva e da Junta Militar de 1969.[1] Ocuparia novamente o cargo de ministro, na pasta da Previdência Social, e da Desburocratização no Governo Figueiredo. Ocupou também a presidência da Petrobrás,
Ibrahim Abi-Ackel - Foi ministro da justiça entre 1980 e 1985. Iniciou sua vida pública em 1955, como vereador na cidade de Manhuaçu, estado de Minas Gerais.Exerceu sete mandatos eletivos como deputado federal por Minas Gerais, da legislatura 1975-1979 à legislatura 2003-2007 Em 2005, filiado ao Partido Progressista, foi nomeado relator da CPI do mensalão. Portanto, mais um importante Ministro da 5ª República que ganhou a confiança do PT, caso contrário, jamais comandaria uma CPI tão importante como a do mensalão.
Mário Henrique Simonsen - Foi Ministro da Fazenda do Brasil durante o governo de Ernesto Geisel, entre 16 de março de 1974 e 15 de março de 1979, e Ministro do Planejamento no governo Figueiredo. Antes disso, havia sido Presidente do Banco Central no governo Castelo Branco, nos idos de 1960. Engenheiro civil formado pela antiga Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, destacou-se, porém, ao longo de sua carreira, como professor de economia da Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da Fundação Getúlio Vargas, a qual ajudou a fundar, a partir do Centro de Aperfeiçoamento de Economistas da mesma fundação. Assumiu diversos postos de destaque no governo federal, entre eles o de ministro da Fazenda no governo de Ernesto Geisel e o de Ministro do Planejamento no governo de João Batista Figueiredo (15 de março a 10 de agosto de 1979). Atuou também como sócio-consultor do banco de investimentos Banco Bozano, Simonsen e prestou consultoria para diversas empresas do setor financeiro nacional e internacional.
Simonsen foi professor da Fundação Getúlio Vargas, considerado brilhante por seus colegas. Suas aulas eram famosas pela baixa frequência de alunos, já que poucos conseguiam acompanhar seu ritmo de raciocínio. Um de seus alunos foi o banqueiro Daniel Valente Dantas.
Segundo suas próprias palavras, ficou rico por acaso quando o amigo de infância Julio Bozano o convidou para ser sócio minoritário no Banco Bozano, Simonsen.
. Petrônio Portela Nunes - advogado e político brasileiro de atuação destacada como fiador da distensão política empreendida pelos presidentes Ernesto Geisel e João Figueiredo. Em seu primeiro mandato foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça, vice-líder de sua bancada e depois vice-líder do governo. Entre 1971 e 1973 foi presidente do Senado Federal e presidente da executiva nacional da ARENA entre 1973 e 1975, acumulando esta última tarefa com a liderança do governo Emílio Garrastazu Médici no Senado e com a liderança de sua bancada. Reeleito senador em 1974 foi o condutor da chamada "Missão Portela", o primeiro passo da política de "distensão gradual e segura" empreendida pelo presidente Ernesto Geisel em seus planos de abertura. Presidente do Senado Federal, pela segunda vez entre 1977 e 1979 foi alçado à presidência da Comissão de Relações Exteriores daquela casa em 1979, cargo do qual se afastou desvencilhou em 15 de março de 1979 ao ser nomeado Ministro da Justiça pelo presidente João Figueiredo. Durante seu interregno no cargo o pluripartidarismo foi restaurado e foi decretada a Lei da Anistia que pacificou os ânimos nacionais quanto às conseqüências do Regime Militar. Em razão de sua capacidade de articulação era apontado como um dos candidatos a sucessão presidencial pelo PDS, contudo faleceu em Brasília vítima de ataque cardíaco em 6 de janeiro de 1980
Em 31 de dezembro de 1978, Geisel tomou mais uma medida na direção da redemocratização: extinguiu o AI-5. Figueiredo assumiu o governo em um contexto de aceleração da inflação, baixos salários e de pouca distribuição de renda. Começaram a surgir diversas greves, contrariando o que determinava os militares. As de maior destaque foram do sindicato de metalúrgicos de São Bernardo, no ABC paulista, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, que chegaram a reunir 160 mil metalúrgicos da indústria automobilística e contavam com o apoio de setores da igreja (o arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, foi um dos colaboradores). O regime interviu no sindicato, prendendo Lula e outras lideranças da entidade. Outra greve reprimida pelo governo foi dos policiais de São Paulo, que pararam por 15 dias. Além da violência, o ato foi marcado pelo saldo de 200 presos.
Embora tenha detido as principais lideranças, Figueiredo não conseguiu pôr fim às manifestações dos metalúrgicos. Em negociação direta entre trabalhadores e empregadores, foi acordado o aumento de 63% nos salários, o retorno de Lula às suas funções no sindicato e de todos os outros presos. Em 1979, aconteceram cerca de 400 greves de funcionários públicos em todo o país. Nesse ano também foi decretada a Lei da Anistia, que efetivamente criou ambiente favorável à redemocratização.
Figueiredo também decretou eleições diretas para os Estados a partir de 1980. Em 1982, as eleições fizeram da oposição a grande vitoriosa. Além da maioria no Congresso, conseguiu o governo de Estados importantes. Em São Paulo, ganhou Franco Montoro (PMDB) e, no Rio de Janeiro, Leonel Brizola (PDT).
O ambiente político propiciou em 1983 a apresentação pelo deputado federal Dante de Oliveira (PMDB-MT) de uma emenda constitucional que previa a eleição direta para presidente no ano seguinte.
Ela novamente mobilizou a população a ir às ruas e pedir a volta da democracia. No início de 1984, cerca de 500 mil pessoas foram a um comício na Candelária, no centro do Rio. Em São Paulo, cerca de 1,7 milhão foram ao vale do Anhangabaú, na maior manifestação da história brasileira até então.
Os comícios contavam com as presenças de artistas e lideranças políticas, como Ulysses Guimarães, Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, Lula, Teotônio Vilela, Barbosa Lima Sobrinho, Brizola, entre outros.
Figueiredo exprimiu as dificuldades de manter o regime militar com um frase já no final de seu mandato. "Quero que me esqueçam",
Apesar de tudo, a Emenda Dante de Oliveira foi rejeitada por 22 votos e Tancredo Neves se elegeu Presidente em votação indireta.
Voltando ao texto inicial, que escrevi em 12/03/79, minhas preocupações eram justificadas, a inflação que já era de 42%, disparou, chegando a mais de 200%, o que motivou diversos planos mirabolantes, desvalorização cambial, criação de novas moedas ( cruzeiro novo, cruzado), confisco da poupança e outras ações que se mostraram ineficazes. Só com o Plano Real no Governo Itamar , e no Governo Fernando Henrique Cardoso conseguimos a estabilização e consolidação do real como moeda e finalmente tivemos que aprender a viver em um País com inflação de 1º mundo. A partir daí, avanços sociais e alguma distribuição de renda foi possível. Isto não pode ser negado, apesar do Presidente Lula achar que tudo começou e foi criado por ele.
Hoje, 31 anos depois, minhas preocupações são outras. Nossa democracia é jovem e nós que vivemos os duros dias da repressão, da censura, do medo, da falta de liberdade, valorizamos o que temos. Não posso entender, que após chegar ao poder democraticamente, setores mais radicais e o próprio Lula, companheiro de palanque na luta pelas Diretas Já, de FHC, Ulysses, Serra, Covas e outros, demonstre com palavras e gestos essa obsessão pelo continuísmo a qualquer custo, como se não existisse alternativas democráticas ao Lulismo, populista, assistencialista e demagógico implantado por ele. A volta de José Dirceu, Genuíno e outros mensalistas, à cúpula do PT e da campanha de Dilma, nos faz pensar que uma vez vitoriosos, poderemos caminhar perigosamente ao extremismo e à tentação de se implantar aqui, uma República com ideais Bolivarianos idealizados por Chávez na Venezuela. O PNDH3, a pretexto de defesa dos Direitos Humanos é carregado de intenções nesse sentido e nosso jovens, que não sofreram, felizmente, a dureza da falta de liberdade, podem ser presas fáceis desses falsos profetas pseudo-democratas de ideais socialistas, já enterrados em grande parte do mundo, mas que aqui respira às custas de Chávez, Morales , Correa e Fidel. Nova Constituinte é golpe, nossa Constituição é jovem e uma das mais avançadas do mundo, precisamos apenas que a respeitem e não se julguem acima da Lei Maior do país. Acorda Brasil.

6 comentários:

  1. Como sempre o texto é brialhante, e ainda traz a oportunidade a muitos, de rever parte de nossa história. E quem sabe perceber que o continuísmo desesperadamente buscado agora é uma atitude que nem um general de exército teimou em fazer. Quem o faz, hj para todos verem são ditadores bastante conhecidos e por aqui, como vc disse alguém que eteve em todos os palanques de luta pela democracia. Realmente, só se pode pedir: Acorda Brasil!

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  2. Nossa que texto heim, uma verdadeira aula de história.
    Concordo com o conteúdo plenamente e o Brasil precisa acordar enquanto é tempo.

    Parabéns pela bela matéria!
    Abraços

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