quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

LIÇÕES DA CRISE HIPERTENSIVA.

O Assunto mais comentado nos últimos dias foi com certeza a crise hipertensiva do Presidente Lula, até porque o fez descer ao reino dos mortais e sentir que está sujeito, como qualquer de nós às marcas e desgastes do tempo sobre nosso organismo. Revisando as matérias sobre o fato, percebemos alguns equívocos imperdoáveis, principalmente em se tratando da saúde de um Chefe de Estado. Exames médicos de rotina vencidos, quando se tem todos os recursos disponíveis à disposição, é no mínimo irresponsábilidade dele e da equipe médica responsável por sua saúde. Referiu cansaço excessivo, desconforto torácico ao discursar, o que não foi devidamente valorizado, somente quando a pressão arterial chegou a níveis perigosos de 180 x 120 é que se tomou a iniciativa de interná-lo, impedindo extensa viajem de avião que podería ter consequências drásticas. Gripe mal curada em um Presidente é na melhor das hipóteses, muito estranho. O tempo perdido entre o inicio do agravamento até a internação foi uma perda preciosa e podería ter colocado sua vida em risco, aliás o que acontece diáriamente a milhares de brasileiros usuários do SUS, evidentemente por motivos totalmente distintos.

A hipertensão arterial atinge aproximadamente 30% dos brasileiros adultos e a crise hipertensiva, talvez a maior causa de atendimento em qualquer Pronto Socorro, seja público ou particular e qualquer deles está apto a controlá-la sem maiores problemas, e como o Presidente esteve inaugurando uma UPA ( Unidade de Pronto –Atendimento), tería sido prudente que tivesse ali os primeiros cuidados médicos. Teimosía do Presidente? Talvez. Termina aí as semelhanças entre Lula e qualquer brasileiro que necessite do SUS, pois se a crise hipertensiva pode ser controlada fácilmente em qualquer unidade de saúde, a bateria de exames a que se submeteu o Presidente e que é absolutamente necessária, não está ao alcance no prazo necessário, aos usuários do sistema. Só para exemplificar, um paciente nosso, acometido por crise hipertensiva e com sinais de isquemias cerebrais transitórias, pagou exames de tomografia computadorizada do crãnio e um doopler de carótidas. Com diagnóstico de obstrução de 70% no sifão carotídeo, solicitamos o procedimento necessário ao SUS, pois o risco de morte é iminente. Lá se vão 90 dias e ainda não há previsão de quando o mesmo poderá ter solucionado o seu problema. Milhares de vidas se perdem nessas situações, já que complicações cardiovasculares da hipertensão arterial é das maiores causas de internações e de óbitos nesse País.
Esperamos que uma vez refeito do susto, o Presidente reflita, se coloque no lugar de um cidadão comum e em vez de se gastar fortunas com obras, na maioría das vezes eleitoreiras na tentativa de beneficiar sua candidata, melhore a nossa saúde pública, até porque dentre em breve, sem as benesses do cargo, pode ter nova crise hipertensiva e depender do SUS. Espero sinceramente que não. Não lhe desejo esse mal..

Um comentário:

  1. A saúde pública,continua realmente uma catastrofe.
    Continua sim.. porque vem, desde sempre isso.Talvez(apenas talvez) o presidente Lula, nao seja o único culpado.Pensem se as verbas de saude e educaçao( sobre as quais, tento me informar mais)nao estao sendo utilizadas, mesmo repassadas para o fim.Quem dera, nossos problemas se resolvessem, somente na troca do presidente..né?
    Afunilar os erros e desmandos,sob a responsabilidade de uma só pessoa.. ta muito longe da soluçao.

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