A maioria das prefeituras da Grande Vitória e daqui a alguns dias o governo do Estado viverão um momento de reflexão sobre a o tratamento dispensado à educação. Em praticamente todos os municípios os professores estão de braços cruzados. Em Vitória, o movimento já passa dos 40 dias.
A coluna sempre bateu na tecla de que as paralisações nos setores públicos, de serviço, sobretudo, prejudicam a população. E é evidente que uma greve na educação é um dos problemas mais graves, afinal é com a educação que se formam os futuros agentes sociais.
A CUT, de onde surgiu o movimento sindical organizado, com orientação politicamente de esquerda, e as outras centrais que são fruto disso, deveriam ficar atentas a esses movimentos grevistas. Claro que são legítimos, afinal o professor é um dos profissionais mais importantes para a construção de uma sociedade justa e é evidente que na sociedade brasileira ele não tem o tratamento adequando para a importância de sua função.
Mas o movimento sindical deveria buscar alternativas dentro deste contexto para que a luta não se traduza em prejuízo social, ou conflito. É muito importante que a sociedade participe e entenda o movimento. Quando ela se volta contra os professores, a categoria se enfraquece e a solução dos problemas não acontece.
Além do sindicato dos professores, a Central deveria trabalhar como mediadora entre pais, governos e grevistas, para acelerar as negociações. E arrumar uma posição definitiva. Aliás, deveria encampar o movimento para buscar, além da melhoria salarial, a qualidade no ensino, já que os índices de evasão e de aprendizagem são alarmantes.
O movimento sindical surgiu com a ideia de colocar o trabalhador no debate político, buscando uma sociedade mais participativa. Temos, sim, trabalhadores que defendem apenas o capital e temos também empresários que veem com bons olhos o desenvolvimento social. Cabe à central buscar o equilíbrio. Mas o que vemos nos últimos tempos, sobretudo nos movimentos no setor público, é a greve pela greve, muitas vezes visando ao crescimento político individual, a projeção.
A entrada da Central no movimento garantiria o posicionamento social da greve, sua depuração. E o momento é propício, afinal governo e prefeituras seguem a orientação social, ou, pelo menos, se dizem assim.
Mas, se falam assim, abrem a brecha para a cobrança e aí entra a CUT, para cobrar do poder público a posição concreta, que resolva isso definitivamente. O que não dá é todo ano isso se repetir. Os sindicalistas querendo o índice da inflação e os governantes se escondem atrás da lei de responsabilidade fiscal para não conceder a reposição. Isso sem falar no famigerado recurso ao DT, que nem deveria existir. Enfraquece a categoria e prejudica a sociedade.
A coluna defende a greve, mas chama atenção para o fato de que quem está sem aula é o filho do trabalhador. Ele também tem o direito de ter a qualificação necessária para ingressar no mercado de trabalho. E o governo tem que dar as condições para que ele consiga se qualificar para isso e, quem sabe, depois ingressar no próprio serviço público e tenha orgulho, quem sabe, de dizer que é professor
Caetano Roque
A coluna sempre bateu na tecla de que as paralisações nos setores públicos, de serviço, sobretudo, prejudicam a população. E é evidente que uma greve na educação é um dos problemas mais graves, afinal é com a educação que se formam os futuros agentes sociais.
A CUT, de onde surgiu o movimento sindical organizado, com orientação politicamente de esquerda, e as outras centrais que são fruto disso, deveriam ficar atentas a esses movimentos grevistas. Claro que são legítimos, afinal o professor é um dos profissionais mais importantes para a construção de uma sociedade justa e é evidente que na sociedade brasileira ele não tem o tratamento adequando para a importância de sua função.
Mas o movimento sindical deveria buscar alternativas dentro deste contexto para que a luta não se traduza em prejuízo social, ou conflito. É muito importante que a sociedade participe e entenda o movimento. Quando ela se volta contra os professores, a categoria se enfraquece e a solução dos problemas não acontece.
Além do sindicato dos professores, a Central deveria trabalhar como mediadora entre pais, governos e grevistas, para acelerar as negociações. E arrumar uma posição definitiva. Aliás, deveria encampar o movimento para buscar, além da melhoria salarial, a qualidade no ensino, já que os índices de evasão e de aprendizagem são alarmantes.
O movimento sindical surgiu com a ideia de colocar o trabalhador no debate político, buscando uma sociedade mais participativa. Temos, sim, trabalhadores que defendem apenas o capital e temos também empresários que veem com bons olhos o desenvolvimento social. Cabe à central buscar o equilíbrio. Mas o que vemos nos últimos tempos, sobretudo nos movimentos no setor público, é a greve pela greve, muitas vezes visando ao crescimento político individual, a projeção.
A entrada da Central no movimento garantiria o posicionamento social da greve, sua depuração. E o momento é propício, afinal governo e prefeituras seguem a orientação social, ou, pelo menos, se dizem assim.
Mas, se falam assim, abrem a brecha para a cobrança e aí entra a CUT, para cobrar do poder público a posição concreta, que resolva isso definitivamente. O que não dá é todo ano isso se repetir. Os sindicalistas querendo o índice da inflação e os governantes se escondem atrás da lei de responsabilidade fiscal para não conceder a reposição. Isso sem falar no famigerado recurso ao DT, que nem deveria existir. Enfraquece a categoria e prejudica a sociedade.
A coluna defende a greve, mas chama atenção para o fato de que quem está sem aula é o filho do trabalhador. Ele também tem o direito de ter a qualificação necessária para ingressar no mercado de trabalho. E o governo tem que dar as condições para que ele consiga se qualificar para isso e, quem sabe, depois ingressar no próprio serviço público e tenha orgulho, quem sabe, de dizer que é professor
Caetano Roque
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