sábado, 30 de abril de 2011

PARTIDO DEMOCRATA DO BRASIL?

O PSDB se perde em brigas internas e, por isso, se mostra incapaz de fazer oposição focada e densa.


Divide-se em grupos, cada um com seu candidato presidencial preferido, como se a eleição de 2014 fosse amanhã e não tivesse adversário a enfrentar. O clima está longe de ser promissor ou construtivo.

Dilma Rousseff é refém da crise fiscal que fez Lula popular e a elegeu Presidente. Não toma atitudes fortes contra a valorização do real, que ameaça desindustrializar o País, porque dólar desvalorizado facilita importações e impede inflação ainda mais explosiva que a de hoje. E porque precisa de fortes entradas de dólares para cobrir o rombo das contas externas.

Daí os juros elevados. Medidas “meia-boca”. Imobilismo.

O governo anunciou cortes orçamentários de R$50 bilhões, que não realizará, e repassa mais R$55 bilhões, recolhidos no mercado a juros pesados, para o BNDES emprestar a grandes empresas a juros subsidiados. Corte mesmo só em itens como o combate ao trabalho escravo.

A “mágica” se esgotou. ¼ da renda das famílias vai para pagamento de dívidas. Idosos pendurados no crédito consignado.

Nada de reformas. A fisiologia corre solta. Há Ministros debochados. E Ministérios demais.

A máquina incha. Cargos para a companheirada, esbofeteando quem fez concurso e não será chamado. Desiludindo quem pretende submeter-se a concursos que não serão convocados.

Quatro meses de gestão e nada. Prato cheio para uma oposição coesa e fraterna. Não importa o número. O PT contava com oito senadores e poucos deputados, mas conseguia mobilizar forças da sociedade para enfrentar o governo Fernando Henrique, que é, aliás, o grande nome das oposições. Sua figura mais lúcida e generosa.

Tinha razão Tancredo. Presidência é destino e não promoção burocrática. O PSDB deveria ter predestinados a menos e companheiros humildes a mais. Poderia estar encurralando um governo nascido de estelionato eleitoral, que não tem saída econômica fácil: se correr o bicho pega, se ficar bicho come.

Mas está encurralando a si mesmo no jogo de egos. Parece o Partido Democrata dos EUA, especializado em perder eleições para os Republicanos.

Arthur Virgílio é diplomata, foi líder do PSDB no Senado










Arthur Virgílio é diplomata, foi líder do PSDB no Senado



Nenhum comentário:

Postar um comentário