sábado, 22 de agosto de 2009

A PÉSSIMA IDÉIA

Já estava morando há uns dois anos em Atilio Vivácqua, quando resolvi encabeçar uma campanha para arrecadar dinheiro para montar uma torre de televisão na cidade, visto que lá pelo final dos anos 70, ainda não tinha parabólicas e o nosso sinal de tv éra péssimo. Foi aí que tive a péssima idéia de promover um jogo entre o FELIPENSE e o NACIONAL BEIRA RIO, os dois grandes rivais do futebol de Atilio Vivácqua na época. Não foram poucos os conselhos que recebí para não efetuar tal desafío, mas usando meu prestígio de único médico da cidade achei que sería uma boa ideia e toquei a empreitada. Meu amigo Caraca, jogador do Beira Rio éra o craque do momento, jogador de rara habilidade mas conhecido também por reclamar de tudo e de todos. Marcado o jogo, contratei um Juiz da Liga de Cachoeiro de Itapemirim para a dificil tarefa de levar o jogo até o final. A expectativa éra grande e não se falava em outra coisa na cidade a não ser nesse jogo. Chegou o grande dia, campo do Felipense lotado, as duas torcidas animadas e se provocando, querendo uma parecer maior que a outra e, foi nesse clima que o pior aconteceu, o Juiz contratado não apareceu e ninguém tinha coragem para apitar a partida. Alguém deu a infeliz sugestão; Dr. Marco, porque o sr. não apita? eu? respondi assustado. O senhor que programou o jogo é o único capaz de ser respeitado pelos dois times. Não tive outra escolha e topei a parada não sem antes avisar aos dois times que não toleraria agressões, reclamações , etc, essas coisas que todo juíz fala aos jogadores no inicio das partidas. Todo mundo de acordo, começou o jogo e na primeira falta que marquei, o Caraca reclamou dizendo que eu estava enxergando demais e que não tinha sido nada. Chamei sua atenção e advertí que não aceitaria mais reclamações. O jogo seguia muito disputado quando o Caraca entra sózinho e faz o gol do Nacional Beira Rio, anulado por mim, já que estava numa tremenda banheira. Infeliz decisão a minha , pois o xodó da torcida partiu pra cima de mim, reclamando aos berros, dizendo que eu não servia nem pra ser juíz de briga de galo. Fiz o que tinha que fazer, expulsei o Caraca e o tempo fechou, acho que só não apanhei naquele dia porque imagino que ficaram com medo de precisarem de mim, já que éra o único médico do Município. O jogo terminou empatado e fiz uma promessa que nunca mais poría um apito na boca. Promessa cumprida para felicidade de todos.

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